quarta-feira, 18 de março de 2015

Personalidades - José Martiniano Pereira de Alencar

Você certamente já ouviu falar o nome José de Alencar, mais precisamente José Martiniano Pereira de Alencar. É normal que, ao ouvir este nome, lembremos do escritor homônimo. No entanto, gostaria de traçar alguma linhas sobre seu pai, o Senador José de Alencar,
um grande expoente da Política do Império.



            Filho do comerciante português José Gonçalves dos Santos e de Bárbara Pereira de Alencar, a Heroína do Crato, Alencar nasceu em 16 de outubro de 1794 no vilarejo de Barbalha pertencente à vila, depois cidade, do Crato no Ceará. Ainda jovem foi enviado por seus pais para  Pernambuco a fim de ingressar no seminário de Olinda como diácono. A seis de março de 1817 estourou a Revolução em Recife, sob forte viés independentista, republicano e anti-lusitano. José de Alencar, então estudante do Curso de Retórica, destacou-se como líder e foi logo admitido na Academia Paraíso, agremiação criada para expandir a revolução e servir como guia ideológico do movimento. Com a deposição do Governador, Caetano Pinto de Miranda, o Governo Provisório da província achou por bem enviá-lo ao Ceará para expandir a revolução. Chegou ao Crato a 30 de abril e, por ter grande aceitabilidade as idéias que trazia, em três de maio proclamou naquela cidade a adesão ao movimento republicano de Pernambucano. Contudo a alegria que tomou conta da população naquele dia logo se transformou em medo e pesar por terem aderido a tão ariscada empreitada. Rumores de que o movimento havia sido destroçado no Rio Grande do Norte e Pernambuco logo se espalharam e fizeram os adeptos se retirarem com medo da represália. Esvaziado o movimento no Crato, José de Alencar, seus irmãos, sua mãe, D. Bárbara, e, ainda, uns poucos seguidores foram presos. Enviados para a prisão em Fortaleza, Recife e, em fim, Salvador. Aí permaneceram por quatro anos, mas em melhores condições que seus patrícios revolucionários de Pernambuco, condenados a morte pelas Juntas Militares.
            Em 1820, novas turbulências agitaram a política luso-brasileira, em Portugal estoura a Revolução Liberal do Porto. Uma constituição foi jurada em Portugal. Em 1821 constituiu-se na Bahia uma Junta Provisória de Governo, aceitando-se assim a Constituição Portuguesa. Diante dos novos ares, determinou-se a nulidade da devassa sobre a Revolução de 1817 e soltura de todos os presos políticos. Com isso a família Alencar pode retornar em liberdade para o Crato.
O cenário político mudou, com a Revolução do Porto, D. João VI foi obrigado a retornar para Portugal e jurar a Constituição, seu filho D. Pedro permaneceu no Brasil como Regente. Convocaram-se eleições gerais (24 de dezembro de 1821) para representantes de todas as províncias dos domínios lusitanos. Assim, José de Alencar foi eleito, em dezembro, 1º suplente do deputado às Cortes Portuguesas pela província do Ceará. Como o titular não pode assumir por motivo de doença, seguiu ele para Lisboa e assumiu o cargo.
O que parecia ser um processo de maior liberdade para as províncias das colônias, na verdade se revelou um instrumento de maior dominação colonial. Dessa forma, em 1822, Alencar entrou em embate direto contra a política lusa e se recusou a assinar a Carta Magna Portuguesa. Perseguido, fugiu para a Inglaterra e daí para o Brasil. A sete de setembro o Brasil se separou de Portugal e o Regente D. Pedro passa a condição de Imperador, D. Pedro I. Em 16 de outubro deste ano, Alencar foi eleito deputado constituinte pelo Ceará. No Rio de Janeiro, com Deputado constituinte (1823), fez oposição a D. Pedro I. O Imperador dissolveu a constituinte. Voltando para o Ceará, em 1824, deteve-se dois meses em Pernambuco e seguiu em fevereiro para o Ceará.
Em Pernambuco a reação contra os últimos acontecimentos na Corte traduziu-se na Confederação do Equador, movimento de caráter separatista e republicano que reagia contra a tendência absolutista de D. Pedro I, expressa na constituição outorgada naquele ano. O Governador de Pernambuco, Paes Barreto, renunciou diante das pressões liberais e foi eleito Paes de Andrede como Governador desta província (eleição ilegal, pois os governadores eram designados pelo Imperador). Paes de Andrade proclamou a independência da República de Pernambuco e convidou as demais províncias do Norte e Nordeste para aderirem à chamada Confederação do Equador. Apenas parte da Província do Ceará aderiu ao movimento. José de Alencar tomou parte no movimento e foi eleito deputado pela nova república. O movimento em Pernambuco foi fortemente reprimido pelo Império que enviou uma divisão naval comandada pelo Lorde Cochrane e os revoltosos foram derrotados em apenas 54 dias. Diante desta situação, José de Alencar, para salvar sua vida, retornou para o Rio de Janeiro e redigiu uma extensa Súplica ao Imperador. Ao chegar ao Rio foi recolhido à Fortaleza de Santa Cruz e, em dezembro de 1825, levado a capital para responder perante a Comissão Militar. O Imperador atendeu à súplica de Alencar e o absolveu, permitindo-o retornar para sua província natal.
            No ano de 1829 nasceu seu filho que viria a ser um dos mais famosos escritores de nossa literatura. Em 1830, Alencar foi eleito deputado para a Assembléia Geral Legislativa (30 – 32) e em 1832 foi eleito senador pela província do Ceará.
José de Alencar, um liberal ex-republicano, tornou-se uma figura extremamente influente na política nacional, gozando de incômodo prestígio junto ao Governo Regencial.
            Em 1834 foi nomeado presidente da Província do Ceará, função que exerceu de 06.10.1834 a 25.11.1837. Durante este conturbado período regencial, diversas revoltas ocorreram por todo país como a Cabanagem, no Pará, Sabinada, na Bahia, a Balaiada, no Maranhão e a Farroupilha no Rio Grande do Sul; no Ceará as coisas não eram diferentes, mas com pulsos fortes combateu o banditismo e o tráfego de escravos. Também fundou a primeira escola normal e incentivou a imigração de colonos europeus, além de inaugurar o porto de Mucuripe e o Banco da Província do Ceará, o segundo banco do país. Voltou ao Senado em 1838, onde opôs-se ao novo Regente (Pedro de Araújo Lima).
            No Rio de Janeiro fundou a “Sociedade Protetora da Maioridade” de D. Pedro II e foi um dos principais articuladores do Golpe da Maioridade do Segundo Imperador do Brasil, levando os liberais ao poder. Após a assunção do Ministério da Maioridade, retornou ao Ceará como Presidente da província pela segunda vez. Com carta Imperial de 10 de setembro de 1840, assumiu o governo em 20 de outubro. Pouco tempo depois, com a queda do Ministério da Maioridade, José de Alencar se demitiu, a seis de abril de 1841, e voltou a atuar como senador vitalício pelo Ceará.
            Sua brilhante carreira política só se encerrou com a sua morte em 15 de março de 1860, ano em que seu filho, o escritor José de Alencar, foi eleito deputado pelo Partido Conservador.

POSTADO POR MARCO TÚLIO FREIRE BAPTISTA

9 comentários:

  1. Esta postagem de fato é muito interessante, talvez pelo fato de que muitos conhecem José de Alencar, o escritor, mas pouquíssimas pessoas tem interesse em saber e pesquisar mais sobre a vida de seus familiares, como pais por exemplo. E essa postagem retrata brilhantemente a vida de seu pai ,também chamado José de Alencar, um homem de coragem e iniciativas.
    Admito que me surpreendi ao ler tudo isso e ver as maravilhas que Alencar impôs, com certeza foi um homem de bom coração e que a muitos ajudou. Presenciou revoluções e outros fatos históricos, que atualmente são estudados nas escolas por crianças e adolescentes, que podem melhorar o futuro se os usarem como exemplo para a vida.
    Ele não só presenciou, como também teve voz, voz para criticar o que achava errado, voz para impor o que achava correto, voz para conquistar melhoras. Lutar pelo que acredita é demonstração de personalidade e caráter, pontos essenciais para fazer a diferença, e foi o que José de Alencar fez.
    Vivenciou a Cabanagem, uma revolta social devido a pobreza extrema, fome e doenças, a Sabinada, uma revolta autonomista contrária às imposições políticas e administrativas impostas pelo governo regencial, a Balaiada, revolta contra as desigualdades e injustiças da sociedade da época, alem também da Farroupilha. E durante todas elas Alencar tinha consigo seu caráter, que estava sempre disposto a fazer o certo, ajudando e melhorando este país.
    Essa postagem oferece grande proveito e nos ensina a bela pessoa que foi o pai do homem que viria a ser o patrono da literatura brasileira. Com ela vemos que temos direitos e principalmente o direito de lutar por nossos direitos.

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  2. Nesse texto temos demasiadas informações sobre a formação política do Brasil, pois podemos acompanhar uma enorme e honrada carreira política de um homem incluído numa importante família brasileira, que formou o povo do nosso país em vários aspectos como na literatura e na política. Minha opinião é que a carreira de Alencar teve grande repercussão para a construção política do país, sendo a razão deste grande sucesso a incrível dedicação dele a sua carreira e sua forma de governar.
    Pode-se perceber através do texto que José de Alencar teve participação ativa no processo de desenlaçamento do Brasil com a Colônia, Portugal foi perseguido, punido, mas não desistiu de atuar firmemente nas mudanças que acabariam por contribuir no desenvolvimento do Brasil e principalmente para Província do Ceará.
    Alencar esteve durante toda sua vida engajado em movimentos e revoluções aos quais trouxeram significativas mudanças tanto para o Brasil como para o seu crescimento dentro da carreira política este comportamento revolucionário rendeu a ele vários cargos políticos de grande importância, estando dentre estes, suplente do Deputado, Deputado e ainda Presidente da província do Ceará e ainda Senador. A partir deste contesto José de Alencar pode contribuir com avanços sociais da população em períodos conturbados como o combate ao banditismo, ao tráfego de escravos, e ainda a construção de escolas e o incentivo para a imigração de colonos europeus para o Brasil.
    E para completar toda importância histórica de José de Alencar pra o Brasil, seu Filho, o escritor José de Alencar, também participa de forma brilhante da literatura nacional e ainda mantém o perfil político de seu pai enriquecendo a formação da política e cultural do país através de seus textos e idéias que também contribuíram para a construção do atual perfil do país.
    Aluno: Wenderson F. R.
    Turma: 901

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  3. De fato, José de Alencar é nosso patriarca da literatura brasileira que fez dele um dos grandes patronos de nossa Academia Brasileira de Letras. Seus romances são fascinantes e marcaram nossa história de uma forma surpreendente.
    Com o pai dele não foi diferente, com o mesmo nome, José de Alencar (pai) foi um grande homem também por lutar pelos seus direitos e do povo e para revoluções na época imperial.
    Em toda sua vida, vivenciou muitas lutas e cargos políticos históricos, que estudamos hoje em dia em escola e universidades. Foi de fato, um homem bom, que sempre quis o bem para as pessoas de sua época, utilizando-se da política para mudar a sociedade de uma forma correta e justa até nascer seu filho, passando toda essa sabedoria a ele.
    Como José de Alencar (filho) adquiriu todo esse "bem" der ser? A resposta está clara, foi de seu pai. Seu pai não foi escritor e romancista, porém independentista, republicano e anti-lusitano foi uma das coisas que José de Alencar (filho) e José de Alencar (pai) se assemelharam bastante.
    Uma das coisas mais impressionantes na sua vida é que José de Alencar, um liberal ex-republicano, tornou-se uma figura extremamente influente na política nacional, gozando de prestígio junto ao Governo Regencial, e isso não é visto em qualquer pessoa.
    Podemos ver que José de Alencar (filho), não foi o único que lutou pelos nossos direitos e sim sua família toda como, Bárbara Pereira de Alencar, José Gonçalves dos Santos e, claro, seu pai.
    E para tristeza de todos morre em 15 de março de 1860, ano em que seu filho, o escritor José de Alencar, foi eleito deputado pelo Partido Conservador.
    Gustavo Lengruber, 901

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  4. Incrível é dizer que pai e filho de certa forma, mudaram o Brasil.
    Um na literatura e outro na politica nacional.
    José de Alencar, pai. Acredito que foi um grande homem para a nossa historia e poucos sabem disso, muitos com certeza se focaram no famoso escritor e se esqueceram do seu pai, que tanto ajudou este país.
    Acho que um símbolo tão importante, não pode simplesmente ser apagado, achei legal de descobrir sobre este incrível senador que tanto lutou pelo seu cargo, para fazer apenas o melhor.
    José, um grande homem que lutou pela sua vida, e que foi recompensado com uma maravilhosa esposa que tanto lutou nas revoluções e um extraordinário filho que mudou a literatura brasileira, acredito que está família é sim histórica e que deve ser lembrada pelos os habitantes brasileiros.
    Giulia Mancini
    901

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  5. Com base no texto, podemos afirmar que uma verdade está explicitamente constada no primeiro parágrafo,que diz que os brasileiros quando falam o nome "José de Alencar",se lembram de cara de um dos maiores escritores da literatura brasileira,mas se esquecem completamente de outra figura importantíssima na história do Brasil e da família Alencar, o grande deputado,presidente da província do Ceará e senador, José Martiniano de Alencar.
    Com certeza, esse homem mudou o Brasil na época em que vivia,juntamente com sua família,sendo um senador que lutou pelos direitos dos brasileiros e participando das revoluções dentro da época imperial.Um homem bom que estava usando a política para ajudar o povo e melhorar a qualidade de vida dos brasileiros,junto com sua mulher que fazia parte das revoluções e mais tarde seu filho,José de Alencar,escritor,seguiu o pensamento de mudança de seu pai e de uma forma criativa,também fazia isso,criticando os erros do governo e também atuando na política.
    Mas com o tempo,podemos perceber que o nome do pai José Martiniano foi gradativamente sendo apagado da história,seus feitos e suas ações no Brasil imperial foram desaparecendo dos livros de história, mas a história da família Alencar só estava apenas começando,pois José de Alencar(filho) estava seguindo os passos do pai para melhorar a cultura e a literatura brasileira como ele realmente fez.
    Dizemos que o ditado "tal pai,tal filho" funciona e esse foi mais um dos exemplos de que esse ditado tem suas provas vivas e que seguindo o caminho certo e sendo aconselhado por pessoas certas, as pessoas podem mudar uma geração de ideias e esse foi o caso da família Alencar, uma família de verdadeiros compatriotas.
    Aluno: Guilherme Oliveira 901

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  6. ''Tal pai, tal filho'', dois homens incríveis, homens transformadores do futuro. José Martiniano de Alencar, ou melhor, José de Alencar, autor famosíssimo, conhecido pela maioria da população, fez a mudança tanto na aquela época quanto nessa.
    Ele debatia temas atuais, tais como, uma prostituta não aceita pela sociedade, vista como uma coisa, como todas as outras mulheres, porém as outras eram aceitas pela sociedade, sendo todas consideradas mulheres de Deus, já a prostituta não havia Deus em si coração, era uma escrava sexual,não tinha sentimentos.Querendo a transformação, a mudança, uma nova nação.
    Ambos, lutavam por uma vida em sociedade,melhor, lutavam por seus diretos. Porém José de Alencar (pai), seguia esses princípios mais a fundo e mais evidentes.
    Poderia haver chance de todas as escolas trabalharem José de Alencar, para termos pessoas pensantes,menos corruptos em Brasília, com vontade de transformar o mundo tal quanto Alencar (filho)
    Aluna:Bruna de Oliveira Monteiro
    Turma:901

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  7. É legal vermos que a família Alencar foi muito importante aqui no Brasil, desde cego já começaram a atuar na política e literatura. Essa família foi uma das mais importantes para a formação do país que temos hoje, José de Alencar (filho) na política e principalmente na literatura e o pai, que lutou governando o Ceará tentando mobilizar o povo ou mudar para melhor o Império em que viviam.
    Ambos foram figuras importantíssimas, cada um com seu modo de se expressar, criaram confusões, brigas que sem elas o povo ficaria prejudicado, eles conseguiram abrir um pouco os olhos daquela sociedade, abrir para as coisas sujas em que o governo participava e que acabava prejudicando as pessoas. Todos queriam e querem até hoje se privilegiar em cima dos outros e essa família não queria isso.
    Eu acho que eles foram essenciais na formação desse nosso país, mesmo que não seja muito bom, eles sempre tentaram melhorar, pelo menos é o que parece. E na minha opinião conseguiram fazer a coisa certa, não prejudicaram as pessoas, apenas davam uma literatura de qualidade e um bom governo também, tanto o pai quanto o filho cumpriram seus deveres aqui em nossa terra.

    Victor Melo Ismério

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  8. O nome José de Alencar já vem em nossa cabeça como o tal Patrono da Literatura Brasileira , mas este não é o único José de Alencar do mundo, o pai de Alencar tambem se chamava José de Alencar . Agora podemos entender de onde vem tanto talento, seus pais foram heróis , seus pais mudaram o mundo .
    São poucas as pessoas que param para pesquisar sobre a vida deste grande homem , e é isso que faz essa postagem ser tão interesante o fato dela nos mostrar que atras de um grande homem tem sempre uma grande história .
    Poucos sabem os acontecimentos nos quais os pais de José particiaram , poucos sabem quem eles eram e o que fizeram de diferente que deixou um marco na nossa historia .
    O que estou tentando enfatizar nesse comentário é que José Martiniano Pereira de Alencar não é o único fruto de toda essa árvore e que é sempre bom estudar afundo a história de um homem .

    Victoria Leite
    802

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  9. Christian Almeida Miranda
    801 ativo

    Muitos não conhecem ele mas foi ele quem criou José de alencar, ele é José Martiniano Pereira de Alencar pai do nosso patrono da literatura brasileira, podemos espelhar os dois em muitas coisas como, ambos foram pessoas boas que queriam ver o Brasil e o mundo melhores, a única diferença é que José de Alencar seu filho mudou de político para autor colocando a concentração nos seus romances, porém ele ainda continuou a criticar a sociedade e o governo, só que seu pai foi mais afundo nisso, ele ficou mais concentrado em ajudar a sociedade com suas idéias.

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