segunda-feira, 2 de março de 2015

Crônicas do Dia - Falso Slogan - Carlos Alberto Rabaça

O sistema educacional desova na sociedade uma geração de semianalfabetos. Basta olhar para o Enem

O DIA



Rio - O slogan do governo federal, “Pátria Educadora”, merece séria reflexão. É verdadeiro que a Educação, em todos os lugares, requer projeto público que a apoie. Em sua ausência, a explosão da demanda pode conduzir a um submercado de baixa qualidade para a população, embora de alta rentabilidade para os donos de escolas. Defendamos, então, a Educação pública. Esta requer a cooperação do setor privado, que, sem projeto público, acabará marginalizando seus possíveis consumidores, pois não é concebível em parte alguma do mundo maior produção sem maior Educação, nem melhores níveis de vida sem ambas. Sua base é o Ensino Fundamental, e a meta é a Educação vitalícia. O processo é inacabável: quanto mais instruído for um cidadão, mais continuará precisando de instrução durante a vida. Seu teste é oferecer conhecimentos inseparáveis do destino do trabalho. 
Mas qual a realidade brasileira? Vivemos o tempo do analfabetismo funcional, que se manifesta no mundo corporativo. Mesmo capazes de identificar letras e números, indivíduos não conseguem interpretar textos e realizar operações matemáticas mais elaboradas. Tal condição limita severamente o desenvolvimento pessoal e profissional. Falta a muitos profissionais da média gerência a capacidade de interpretar de forma sistemática situações de trabalho, relacionar causas e efeitos, encontrar soluções e comunicá-las de forma estruturada. 
O sistema educacional desova na sociedade uma geração de semianalfabetos. Faltam competências básicas relacionadas ao pensamento analítico e à articulação de ideias. O resultado é constrangedor e chega a ser cômico. Basta prestar atenção aos resultados do Enem. Colégios da rede pública não atingem grau mínimo para comprovar conhecimento, além de não terem conexão com as comunidades onde se inserem. É necessário ativar as iniciativas civis, as soluções locais para problemas locais, tudo isso dentro de uma estrutura legal de divisão de poderes, eleições transparentes e fiscalização das autoridades. As culturas regionais perecem no isolamento e florescem na comunicação. E a Educação é o processo para a conscientização política do jovem. Não será um falso slogan que resolverá os problemas do analfabeto funcional. É necessária uma diretriz verdadeira do governo, com prioridade para a Educação em todos os níveis. 

Carlos Alberto Rabaça é sociólogo e professo

3 comentários:

  1. Me deu a entender que analfabeto funcional é aquela pessoa que sabe ler e escrever, porém não sabe associar aquilo a algo. Por exemplo, se você der um manual de instrução para um analfabeto funcional, ele não entenderá o que é preciso ser feito.
    Isso é um problema enorme no Brasil. Se há "profissionais" hoje em dia que passam por isso, esse problema existe há muito tempo, e se nosso governo não fizer uma reforma educacional como se não me engano o Chile e o Uruguai fizeram, isso irá aumentar cada vez mais.
    Depois dessa reforma que esses dois países fizeram, agora, desde o ensino médio você já tem uma diversidade muito grande de opções para já começar a definir sua profissão. Hoje em dia no Brasil, até vemos isso, porém em muitos poucos lugares.
    E há outra coisa também, se o que as escolas públicas ensinam não tem nada interligado com a vida do aluno, ele vai se desinteressar, e vai começar a pensar por que está ali, e o para que precisa daquilo. É aí que a pessoa começa a desistir de estudar.

    Davi Vieira 802

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  2. Nosso país se diz “ Pátria Educadora”, mas vivemos em uma sociedade que não sabe ler, escrever, ou interpretar. Nossa sociedade é analfabeta funcional.
    O sistema de nossa escolas hoje não são o satisfatórias. Não ensinam o suficiente e nem o fundamental. E como o texto diz, o resultado dessa ineficiência está nas provas do ENEM. Essas escolas também não chegam ao nível que deveriam. Não têm capacidade para ensinar quando não provam seu conhecimento, e nem mostram o interesse pelo aluno.
    O aluno merece sua devida atenção. Mas para quem está vivendo o Brasil de agora sabe que ele não recebe a educação merecida. A educação é muito importante, ensina e constrói o jovem, faz com que ele tenha cultura e raciocínio. E então o aluno vai estar sempre em constante aprendizagem, preparado para o futuro. Damos olhares para as escolas públicas e temos em abundância séries de apoios, campanhas , projetos para dar a atenção à essas escolas, mas olhares não bastam e nunca colocamos em prática o que prometemos.
    Então, o que deve ser feito é ter mais atenção e cuidado com nossas escolas. A população e o governo. Todo o descuido que vem acontecendo está formando analfabetos funcionais, e em sequencia, deixando o país sem profissionais que precisa. Com a educação não se brinca, e deve sempre estar em primeiro lugar na formação de todas as pessoas.

    Alessandra, 801

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  3. Podemos ver na reportagem que o analfabetismos, só vem aumentando.Em 2013 a taxa de pessoas de 15 anos de idade pra cima,correspondeu á 8,7%, o que equivále há 13,2 milhões de analfabetos em nosso país, e em 2014 não vimos uma mudança, não vimos o governo agir com essa situação.
    O analfabetismo funcional é bastante comum em nossa sociedade hoje em dia e podemos comprovar pelos resultados no Enem, muita gente sendo reprovada e que podia ter uma profissão melhor.As pessoas, inclusive os professores, reclamam de seus salários, pois está muito parecido de uma ajudante em casa e nesse caso desvaloriza e os desistimulam.
    O Brasil está em oitavo lugar de maior número de pessoas analfabetas, e os estudos comprovam que essa crise está ocorrendo pela má qualidade na área de educação e o treinamento de professores e dizem que esse ano querem diminuir o máximo possível dessa porcentagem que poderiam ter começado a pensar assim muito tarde,que deveriam ter tido essa atitude antes mas deixaram chegar em um ponto muito crítico.Em minha opinião o poder público deveria obrigar as pessoas,como crianças que não tiveram condições ou deixaram de estudar, há voltarem para as escolas,para terem um futuro melhor.

    Maria Gabriela Naves-801

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