sexta-feira, 13 de março de 2015

Personalidades - Carolina Maria de Jesus - Do "Quarto de despejo" para o mundo

RIO -



Para uma escritora que viveu rotulada como “mulher, negra e favelada”, mãe solteira sem muita escolaridade, que tinha nos lixões do entorno da favela do Canindé, em São Paulo, onde morava, os meios de sustentar a família e a base de sua produção literária (ela levava para o barraco livros e cadernos que encontrava no lixo), pode-se dizer que Carolina Maria de Jesus (1914-1977) teve uma trajetória excepcional. Sua vida de escritora, apesar das muitas contradições do seu temperamento, fez dela um fenômeno editorial e midiático, algo contrastante com sua atividade de catadora de papel das ruas de São Paulo. Incomodada por ser vista por todos como “mendiga e suja”, dizia que, embora andasse suja, não era mendiga: “Mendigos pedem dinheiro; eu peço livros”.


Desde que apareceu para o mundo das letras com seu livro “Quarto de despejo”, no início da década de 1960 (precedido das reveladoras reportagens do jornalista Audálio Dantas), Carolina Maria de Jesus vem sendo alvo de diversos estudos no Brasil e no exterior. Esses estudos giram em torno da sua turbulenta vida de favelada e da sua extensa obra, que engloba autobiografia, memorialismo, poesias, contos, provérbios e romances. Publicou ainda “Casa de alvenaria”, “Journal de Bitita“ (póstumo, 1982, França) e “Meu estranho diário” (também póstumo, 1996, organizado por José Carlos Sebe Bom Meihy e Robert M. Levine), o que nos dá uma ideia dos muitos inéditos deixados pela escritora, traduzida para dezenas de idiomas, como o romeno, russo, japonês, inglês, sueco e alemão.

ELOGIOS DE CLARICE E ALBERTO MORAVIA

Sobre ela foram realizados alguns bons trabalhos, como o ensaio “Cinderela negra” (1994), de José Carlos Meihy e Robert Levine, e as biografias “Muito bem” (2007), de Eliana Moura de Castro e Marília Novais de Mata Machado, e “Uma escritora improvável” (2009), de Joel Rufino dos Santos. A melhor análise do fenômeno que foi essa escritora, cujo centenário de nascimento ocorre este ano, está em “A vida escrita de Carolina Maria de Jesus”, excelente estudo da pesquisadora Elzira Divina Perpétua, da Universidade Federal de Ouro Preto.

O trabalho de Perpétua é fruto de anos de dedicação à obra da escritora mineira, nascida em Sacramento, que se tornou conhecida a partir do primeiro livro, “Quarto de despejo”, seu diário com pormenores da vida numa favela brasileira. Falava de fome, miséria, abandono, violência, aguçando a curiosidade pública e o espanto geral da sociedade, numa época de grandes transformações — aqui com o advento da inauguração de Brasília, lá fora pelas radicais mudanças econômicas e geopolíticas.

Elzira Perpétua sabe captar, em “A vida escrita”, toda a efervescência desse contexto, situando a escritora favelada (ou a favelada escritora) no panorama da literatura, da política, da economia e da cultura do país. Ao mesmo tempo, trabalha com os textos dos diários, analisando o mundo em torno da autora, seus sonhos e aspirações, seus projetos pessoais. Revela, com base no pensamento da catadora, o comportamento de Carolina com os filhos e seu relacionamento com os vizinhos. Pontos altos de alegria se mesclam com picos de tristeza e depressão, na manifestação suicida, na desesperança por se sentir impotente e derrotada.

Mas em “A vida escrita” é a primeira parte do estudo, que aborda a produção e recepção do livro “Quarto de despejo”, que chama a atenção, especialmente no capítulo em que Perpétua trata das traduções da obra no exterior. É curioso observar que nos países onde “Quarto de despejo” apareceu, o título da obra ganhou conotações estranhíssimas, como “Lixo”, na Dinamarca; “Depósito”, na França; “Favela”, em Cuba; “Diário da miséria”, na Alemanha; “Além da compaixão”, no Reino Unido. No Japão, a obra foi batizada de “Karonina nikki”, ou “O Diário de Carolina”. Já na edição americana, o livro da escritora brasileira foi denominado de “Filha da escuridão” (Child of the dark).

Na Itália, Alberto Moravia, importante nome da literatura europeia, encontrou na obra de Carolina a palavra “de uma profundidade shakespeariana”. E, entre nós, uma Clarice Lispector ansiosa (na lembrança de Nélida Piñon) disse para Carolina, quando a conheceu numa sessão de autógrafos numa livraria carioca, que a escritora do Canindé escrevia de verdade ou escrevia a verdade, reforçando o poder de sua escrita.

O impacto de “Quarto de despejo” catapultou o sucesso de Carolina de Jesus para além das nossas fronteiras e dela mesma. Quando morreu, em 1977, morando em um sítio de sua propriedade, chegou a dizer que era melhor ter continuado a viver na favela. Em verdade, nunca lhe saíram da curtida pele os efeitos de sua pobre vida, como catadora de papel e intelectual da miséria.

*Uelinton Farias Alves é jornalista e escritor, e trabalha atualmente numa biografia sobre Carolina Maria de Jesus



Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/livros/a-literatura-de-carolina-maria-de-jesus-do-quarto-de-despejo-para-mundo-13843687#ixzz3UJwro2v7


14 comentários:

  1. Carolina de Jesus sem sombra de dúvidas foi, e ainda é, uma fonte enorme de inspiração, conseguir ler e escrever em quanto vive e sofre numa favela é algo que exige respeito.
    Eu penso que o preconceito, não só na mídia, mas também, onde morava, atrapalhou-a muito. As pessoas que viviam lá deviam xinga-lá ou algo do gênero, não por ser negra, mas porque também viam nela, uma oportunidade de viver melhor, porém pensavam que nunca iriam conseguir também, ou porque não tinham força de vontade ou porque não tinham oportunidade, e logo queriam que ela se juntasse a eles.
    Ler te transporta para outro mundo, um mundo criativo, um mundo com sensibilidade e senso crítico, e ela pode perceber isso através de seus livros vindos de pilhas de lixo.
    Os livros e a escrita foram a libertação para ela, fazendo isso consegui dinheiro, se mudou, começou a viver bem, ficou famosa, se tornou fonte de inspiração.
    O exemplo dela serve para nos mostrar como seria bom se todos tivessem a oportunidade de estudar, de aprender, de ter conhecimento. Isso não só ajudaria muito a pessoa na sua situação financeira, mas também na sua moral, na sua felicidade, viver sem esperança, sem horizonte é deprimente. Uma pessoa que não tem planos para seu futuro não consegue ser feliz, e ela não pode ter esses planos, sem primeiro ter conhecimento, ter educação.
    É uma pena que hoje em dia ainda existe favela, um lugar onde as pessoas são marginalizadas e ninguém se importa com elas. Sorte que Carolina de Jesus teve força de vontade e esperança para mudar sua vida, porque se não, estaríamos perdendo esse grande exemplo. Imagine só se a grande maioria das pessoas que moram nas favelas de hoje em dia, tem o mesmo potencial de Carolina, porém, não tem oportunidade, não tem como sair dessa vida e espalhar seu conhecimento e suas ideias pelo mundo. Seria uma grande pena.

    Davi Vieira 802


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  2. É incrivelmente incrível a história dessa mulher, ela foi uma verdadeira guerreira de sangue negro, que aprendeu a viver a partir da literatura, que sempre a acompanhou, quer dizer, que ela sempre acompanhou. O impressionante é que ela teve esperanças e o seu querer, a sua vontade foi maior do que tudo. Criou seus filhos morando em uma favela, vivendo em situações precárias e lutando para conseguir comida na mesa, mas isso nunca a impediu de se preocupar com a educação deles, tendo um sonho de que sua filha se tornasse professora no futuro.
    Muitas vezes, relacionado aos dias de hoje, adolescentes e crianças não querem saber dos livros, da educação que hoje, mesmo sendo difícil em escolas públicas, que lhes proporciona. Escuto amigos meus que não agüentam mais essa vida de estudante, o que mais desejam é terminar o ensino médio e acabar com essa vida de escola, também muitos, já pararam por vontade própria de estudar por não quererem mais. A vida é um aprendizado, não tem como nos afastarmos dos estudos, viver é uma grande parte dos livros que há dentro de nós, a partir da leitura, vemos um mundo que nem imaginamos que é o nosso mundo.
    Com o livro “Quarto de despejo”, relatando um exemplo de biografia de Carolina Maria de Jesus, percebemos que apesar de tudo ela nunca largou a leitura, mesmo sendo semi-analfabeta, sempre se preocupou, e ai, estão as questões, Como é tão importante a literatura?? O que ela traz para as nossas vidas?? São perguntas que as vezes ninguém dar valor. Temos um exemplo de mulher que realmente adotou esse modo de vida, e devemos que esse, nos adote também.
    Laura Lyssa Carvalho de Sousa-801

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  3. Carolina de Jesus, sobrenome que representa seu propósito no mundo, salvar as pessoas do mal, que nesse caso se chama preconceito, já que ela deu todos os motivos para a sociedade ódia-la e praticar preconceito sobre ela, já que ela era pobre, negra, mãe solteira, favelada e etc. Mas ela foi batalhadora, usou o pouco de escolaridade que tinha, e o trabalho de catadora de lixo para criar sua obra, que como diz o ditado ''o lixo de uns é o tesouro de outros''.
    Ela foi uma grande batalhadora, e contou com o bom senso de um repórter, que ao invés de pegar o livro dela, editar, corrigir os erros e transformar em seu relatório, que logo seria esquecido e ninguém ganharia nada, ela continuaria sendo pobre, e ele ficando no esquecimento.
    A vida dela foi uma vida difícil, conturbada, que culminou num triste fim, a morte como a vida começou. mas sua bela historia será sempre lembrada, como a mulher guerreira que lutou com lápis e papel na guerra contra o preconceito, e que com obras fantásticas conseguiu dar as filhos a vida que ela nunca teve, pelo menos por um tempo.

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  4. Carolina de Jesus foi um verdadeira guerreira! Lutou contra o preconceito, não só racial, como também o do fato de que ela era semianalfabeta, então creio que as pessoas achavam que "era impossível que ela escrevesse algo bom, e que fizesse sucesso". E acabou no que hoje sabemos: ela fez muito sucesso, fazia o que gostava, as pessoas que não respeitavam o desejo dela de escrever puderam ver o resultado de ela ter seguido o seu desejo independente das críticas. Além de ser negra e semianalfabeta, era mulher! Então acho que o preconceito aumentou mais ainda por causa disso. Eu a vejo como uma guerreira porque ela, acima de tudo, ignorou todas as palavras que diziam que suas anotações não serviam de nada, deu a volta por cima e ficou conhecida por todos pela sua audácia. Mereceu e ainda merece muito reconhecimento! 


    Jade Tavares- 801

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  5. Uma mãe solteira negra e favelada aos olhos das pessoas preconceituosas não deve fazer nada. Mas essas pessoas se enganam. Carolina Maria de Jesus foi uma negra, morava na favela e era mãe solteira, além de tudo era escritora. E tudo o que tinha em seu caminho não a impediu de fazer a diferença.
    Teve uma vida difícil. Não completou os estudos, saiu de casa cedo à pé, virou catadora de papel, porém sempre guardava os papeis que encontrava para poder escrever. Anotava tudo o que via, sentia, presenciava na favela ou fora dela em seus cadernos. Seus vizinhos eram rudes e invejosos, e cada desentendimento com qualquer um, ela anotava nos cadernos, e a cada vez mais ia preenchendo o seu livro.
    Para Carolina, ler e escrever eram um prazer. Mesmo não tendo completado os estudos, escreveu “ Quarto de despejo”, seu maior sucesso. Ficou famosa, foi traduzida para vária línguas, etc. Vieram mais publicações diferentes, todos expressavam o sentimento que ela tinha, detalhes das favelas e do que vivia. Miséria, pobreza, fome era o que relatava, e foi isso o que chamou a atenção das pessoas que não conheciam a pobreza de perto .
    Nos tempos atuais, Carolina é um ícone de literatura. Vários livros foram publicados sobre ela e próprios livros dela, que não haviam sido publicados antes. Biografias novas mostram a vida dela, seus sonhos, esperanças, romances, etc. É fonte de estudos de faculdades, trabalhos e mais.
    Sua vida é um exemplo de força. Ela passou pelos preconceitos que existiam contra negros e mulheres ( que ainda existem), conseguiu escrever o que queria e ficou conhecida por isso. A determinação de Carolina Maria de Jesus fez com que hoje, nós tenhamos uma cultura mais rica e uma inspiração para todos.

    Alessandra , 801

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  6. Carolina de Jesus, sobrenome que representa seu propósito no mundo, salvar as pessoas do mal, que nesse caso se chama preconceito, já que ela deu todos os motivos para a sociedade ódia-la e praticar preconceito sobre ela, já que ela era pobre, negra, mãe solteira, favelada e etc. Mas ela foi batalhadora, usou o pouco de escolaridade que tinha, e o trabalho de catadora de lixo para criar sua obra, que como diz o ditado ''o lixo de uns é o tesouro de outros''.
    Ela foi uma grande batalhadora, e contou com o bom senso de um repórter, que ao invés de pegar o livro dela, editar, corrigir os erros e transformar em seu relatório, que logo seria esquecido e ninguém ganharia nada, ela continuaria sendo pobre, e ele ficando no esquecimento.
    A vida dela foi uma vida difícil, conturbada, que culminou num triste fim, a morte como ela começou. mas sua bela historia será sempre lembrada, como a mulher guerreira que lutou com lápis e papel na guerra contra o preconceito, e que com obras fantásticas conseguiu dar as filhos a vida que ela nunca teve, pelo menos por um tempo.
    ( Confirmação se o comentário foi com o texto completo, se o texto estiver correto, favor mandar apenas o original, se o texto anterior estiver diferente, favor postar esse e remover essa observação, se possível)

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  7. Carolina Maria de Jesus estudou pouco mais de dois anos, e toda sua educação formal na leitura e escrita é com base neste pouco tempo de estudos. Eu, sinceramente, admiro muito ela, não por ser uma grande figura feminina na literatura, mas como mulher. Mesmo diante todas as perdas e discriminações que sofreu por ser negra e pobre, se revelou através de sua escritura como meio de denúncia da desigualdade social e do preconceito racial. Sua obra mais conhecida foi "Quarto de Despejo", mas não imagino que tenha feito sucesso por ser uma simples história, que realmente não foi, ela botou todos seus sentimentos e angústias naquele livro, essa obra denuncía a realidade da favela do Canindé, a favela onde viveu, contando a realidade cruel e perversa, até então pouco conhecida.
    Poucas pessoas a conhecem exatamente por ser uma mulher negra e pobre que naquela época não tinha valor nenhum. Hoje em dia ela também não é muito conhecida, não recebe a atenção e o valor que realmente merece. Do início ao fim ela batalhou por seus direitos, ao mesmo tempo tendo uma vida sofrível onde tinha que alimentar e cuidar de seus três filhos sem pai, numa sociedade na qual era julgada e ofendida por ser mais culta do que as pessoas da favela onde vivia. “Eu denomino que a favela é o quarto de despejo de uma cidade. Nós, os pobres, somos os trastes velhos.” A metáfora é forte, só poderia ser construída dessa forma, em primeira pessoa, por alguém que viveu essa condição. Foi também uma mulher briguenta que ameaçava os vizinhos com a promessa de registrar as discórdias em um livro, mas sempre com justiça e razão, afinal, ela só queria o bem.
    Carolina foi uma mulher guerreira, que apesar de tudo e todos estarem contra ela, ela consegue dar a volta por cima e muitas vezes com a literatura, também se considerava uma artista e tinha pretensões de enveredar por diferentes ramos artísticos; música, peças... qualquer coisa que envolvesse literatura em geral, e é isso tudo que admiro nela. Uma negra, favelada, semianalfabeta e que muita gente duvidava de sua capacidade, mas ignorou isso e seguiu em frente.

    Bárbara Muniz 802

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  8. Concordo plenamente quando meu professor de português nos fala que, sem pessoas como a Carolina ainda estaríamos muito mais preconceituosos do que estamos agora. Não é porque uma pessoa é negra ou "favelada" que ela não conseguiria escrever um livro de sucesso. Tanto não é como a Carolina é um exemplo de que esse preconceito tem que acabar.
    Carolina foi uma legítima guerreira e, nunca jogou isso na cara de ninguém. Estava sempre lutando para o bem estar de seus filhos, que por sinal, o pai não queria assumi-los. Ela estava sempre tentando conseguir dinheiro para aquilo que ela precisava para sobreviver, e é obvio que ela não conseguia o suficiente, mas tentava, pelo menos botar uma refeição por dia na mesa para as crianças.
    Pessoas como a Carolina não tem muitas por ai não, elas são raras e precisam ser valorizadas. Independente da cor da pele, seus pensamentos sã iguais ou até melhores do que de uma pessoa branca falando do assunto retratado em "quarto de despejo", pois ninguém sofreu na pele exatamente o que ela sofreu. Mas o que ela sofreu? Ela sofreu preconceito racial pela sua cor da pele, achavam que ela não conseguiria fazer um livro por causa de sua condição de vida precária, era mãe solteira de três filhos, tudo isso em uma época que nada disso era aceito pela sociedade. Onde mães solteiras eram consideradas vagabundas, onde pessoas que moravam na favela ou que eram negras não prestavam ou não faziam nada direito, onde nunca que uma pessoa como ela conseguiria fazer um livro de tanto sucesso.
    Se formos parar para pensar, o meu professor estava certo a respeito do que ele dizia, pois sem uma mulher dessas nós ainda teríamos aquela mente primitiva que achava que só o que importa é sua cor da pele ou suas condições de vida. O que é errado.
    Mesmo com seus erros de ortografia, mesmo com seu jeito errado de falar, com a sua cor de pele, com sua moradia precária, com seus filhos sem pai, ela continuou lutando, até quando estava para dar tudo errado, ela seguiu em frente e agora é conhecida mundialmente, por todos os cantos, por todos os lugares, tudo pelo seu jeito de ser, e principalmente, pelo seu jeito de escrever.

    Anna Carolina Maia - 801

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  9. Com cadernos que achava no lixo, Carolina Maria de Jesus foi a primeira mulher negra, mãe de três filhos, pobre e semianalfabeta a publicar uma autobiografia, e por incrível que pareça, com todas essas características “ruins”, foram vendidos onze mil exemplares em uma semana, sem falar na tradução para treze línguas e a venda em mais de quarenta países.
    Carolina gostava de tudo limpo, mas como morava na frente do lixão, quando chovia o lixo ia todo para dentro de sua casa.
    Se interessava mais por poemas ,e dos cadernos usados, foi parar nos jornais, mudou de vida, foi para uma casa melhor, pôde dar uma escola melhor para seus filhos, mas como era uma mulher boa demais, abrigava os mendigos em sua sala por pena de ver pessoas passando necessidade e fazendo isso, sua vida foi piorando de novo. Ela teve que voltar para a favela onde morava e começou tudo novamente, carregando sua filha caçula, Vera Eunice de Jesus, para todos os lados, como sempre...
    “Quarto de despejo” foi seu primeiro livro, narrando a vida nas favelas. Carolina comparava a favela com um quarto de despejo, pois falava que os políticos levavam as pessoas que moravam nas ruas da cidade para a favela, como se fosse para deixar a cidade limpa, e essa, ela vista como a sala de estar, com tudo mais limpo e moderno, ela falava também que a escravidão não mudou, das senzalas surgiram as favelas, uma coisa não muito diferente.
    Com toda essa história, podemos perceber que a escritora foi e é um grande exemplo para todos nós, a miséria na mão da miserável , que um dia tentou mudar de vida.

    Lara Gomes Faria- 801

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  10. Durante a opressão ela nunca disse não

    Uma mulher que teve todas as razoes para não continuar suas anotações que logo depois se tornaram um livro por motivos os quais eu passaria minha vida neste blog lhes contando mas o pior foi o preconceito , ela foi julgada ate mesmo por seus vizinhos que também eram pobres e viviam em condições precárias .
    Na minha opinião eles a menosprezavam pois tinham medo de que ela conseguisse sair daquele lugar precário, de que ela fosse alguém na vida, tinham ciúmes dela e ao invés de fazer o mesmo, preferiam menospreza-la para que ela desistisse, mas para Carolina Maria de Jesus essa palavra não existia no dicionário,era algo que ela não aceitava em seu dia-a-dia..
    Em seus livros Carolina é sempre realista sobre o que acontecia ao seu redor , não sentia vergonha de onde morava , não tinha medo de quem a criticava , vivia sempre de cabeça erguida ,não olhava para a tristeza ou a desvalorização ,sempre sonhava além de tudo que a rodeava e imaginava que teria uma casinha , direita , onde teria banheiro , cozinha , quarto e etc .
    Carolina foi uma guerreira , combateu o preconceito de frente , mostrou que a boa literatura não vem só dos brancos ricos mas sim que a literatura pode vim de qualquer lugar ate mesmo de uma ''negrinha feia e chata ', como diziam seus opressores'.


    Victoria Leite turma : 802

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  11. Eu acho interessante como ela conseguiu aguentar anos de preconceito. Era uma mulher negra, solteira e escritora.
    Morava em favela, teve pouca escolaridade, sofria preconceito, sem marido, poucos recursos para sustentar a família, e mesmo na dificuldade não desanimou. Eu achei admirável que mesmo com tudo que ela passava, na miséria em que vivia, ela ainda escrevia animada.
    Há pouco tempo na minha escola eu estudei sobre ela, e no final eu pude resumir sua vida em uma palavra: “Guerreira”. Por que mesmo com tudo que ocorria, ela continuou escrevendo sobre a miséria que vivia. Me surpreende o fato de muitas pessoas hoje em dia não saberem quem ela era.
    Ela deixou uma marca no mundo, “uma negra escritora”, isso virou história, foi um choque na sociedade. E uma coisa que me chamou atenção foi que os seus livros, como “Quarto de Despejo” foram traduzidos em vários países, o que demostra o valor literário de sua obra.
    Para finalizar, penso que ela foi uma mulher corajosa, lutadora e persistente diante dos problemas que enfrento ,ou seja, uma inspiração para aqueles que lutam por uma chance de uma vida melhor na sociedade.

    Davi Amaral Pereira
    802
    30-03-15

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  12. Carolina de Jesus é mesmo uma inspiração! Ela mostra que não precisa de dinheiro ou de tempo para fazer alguma coisa. Ela joga na nossa cara, que o que precisamos é determinação, nunca conseguiremos fazer uma coisa direito se não quisermos a fazer. O que as pessoas do mundo a fora estão fazendo com ela é lindo. Eles estão conhecendo, estudando e elogiando uma pessoa que para a sociedade é inútil. Eles estão dando valor a uma pessoa que realmente merece, uma pessoa que batalhou para chegar onde ela chegou, mesmo não tendo durado muito, Carolina conseguiu sair do seu “Quarto de Despejo”. Ás vezes, essas pessoas estão dando mais valor para ela do que os próprios brasileiros.
    Em seu livro, a escritora não quis só mostrar uma mensagem de pobreza ou então de superação, para mim a obra tem um significado diferente, ela quis ensinar para nós, que temos que parar de viver uma fantasia e acordar para a realidade, não só para a nossa realidade, mas para a realidade de todos, as pessoas estão buscando conforto em uma pseudo estilo de vida.
    Se essa mulher fosse tudo de ruim que a sociedade resolveu a nomear, como que ela revolucionou saberes e escreveu livros de tamanha inteligência? Só porque alguém não teve as mesmas oportunidades do que outra pessoa, não a torna pior ou melhor do que as outras. A vida não se resume em quem tem mais e em quem tem menos, todos somos cidadãos, todos deveríamos ter os mesmos direitos. Ela deu um tapa na cara de quem não acreditava nela só por ela ter chegado onde chegou, só por ter falado o que falou, só por ter pensado algo que ninguém pensou. O mundo seria muito melhor se fossemos todos Carolinas. Pessoas de casca dura, mas com um cérebro e coração maior do que o mundo.
    Eduarda Raposo-801

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  13. Carolina Maria de Jesus realmente foi uma guerreira. Mãe de três filhos, solteira, negra, mulher e ainda por cima, pobre. Foi uma aventureira, batalhadora dos seus sonhos.
    Suas obras foram descobertas pelo jornalista Audálio Dantas que, estava na favela á trabalho e acabou ouvindo a mulher falar sobre o seu livro.
    Carolina foi a primeira escritora que escreveu Literatura Periférica do ponto de vista de alguém que realmente vive aquela realidade. É fácil escrever esse tipo de literatura, quando se está do outro lado da cidade. Agora, ver aquilo acontecer todos os dias e reproduzir no papel, não deve ter sido nada fácil. E pensar que hoje, tendo tudo para correr atrás do que desejamos, ficamos sentados no sofá esperando que as coisas aconteçam sozinhas.
    Precisamos aprender mais com essas pessoas que fazem o possível e o impossível para melhorarem suas vidas e terem um futuro que nem sempre foi predestinado a elas!
    Na época em que ''Quarto de Despejo" foi publicado, a obra fez o maior sucesso. Porém, como tudo o que fala de pobre ...o povo enjoou.
    ''Quarto de Despejo'' foi a primeira obra dessa escritora. Nesse livro ela fala do nível da miséria que ela e seus filhos passaram. Quando essa realidade saiu apenas das periferias e foi para as bancas através de um livro, ela chamou bastante atenção. Às vezes as pessoas precisam só de uma ajudinha para tirar suas vendas e acordar para a realidade do nosso país. A desigualdade social está bem nítida nessa história.
    As pessoas têm se acomodado com essa realidade porque, para muitos, já virou uma coisa normal. Mas não para Carolina! A mulher não se conformava com a distância que já lhe foi destinada desde pequena, da literatura. Por essa causa que a ''favelada'' não ligou para as suas condições e decidiu entrar de vez nesse mundo das palavras. A semianalfabeta se jogou nesse tal mundo e conseguiu o que queria.
    Como seria bom se existissem várias Carolinas de Jesus para nos ensinar a se jogar e a conquistar os nossos sonhos independentemente das circunstâncias!

    Stella Strecht Santos-801

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  14. Carolina de Jesus foi uma escritora que serviu de exemplo para todos nós . Negra , pobre , sem estudo . Mas conseguiu se tornar uma escritora catando lixo , e se alfabetizando e buscando informação sozinha . Na minha opinião ela era uma pessoa de caráter forte , pelo que foi descrito na postagem .
    Porém me chamou a atenção a informação dela ter dito que " talvez fosse melhor ter ficado na favela " .
    Fiquei curiosa , imaginando o motivo dela ter dito isto . Já que sua foi reconhecida , e aparentemente estaria em melhores condições de vida . Será que não se sentia acolhida ? Será que pouca coisa mudou ? Ou ainda assim sofria preconceitos ?
    Acredito que isto nunca iremos saber , mas teremos a certeza que ela foi um exemplo para todos nós

    Aluna: Isabela M. G. Braz
    Turma : 702
    Data : 28-04-2015

    Observação : Estou reenviando está postagem , pois não havia recebido a confirmação de que teria sido enviada . Obrigada .

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