terça-feira, 24 de março de 2015

Te Contei, não ? - Disputa amarga

RIO - Os cigarros
aromatizados — adocicados e mentolados — são populares em todo mundo. São opções mais palatáveis, que, segundo alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS), aumentam o apelo ao consumo do tabaco, principalmente entre os mais jovens. A restrição de aditivos com sabores e aromas é hoje, portanto, um dos maiores alvos dos grupos antitabagistas e, não à toa, motivo de discórdia entre legisladores e indústrias do fumo de vários países, a exemplo do Brasil. Para propor estratégias mais eficazes no combate aos aditivos, cientistas, representantes de organizações e governos darão especial atenção ao tema na Conferência Mundial do Tabaco, que começou ontem, em Abu Dhabi.

Austrália, Canadá, Chile, Estados Unidos, Turquia e a União Europeia estão em processo de restrição ou banimento dos aditivos. Essas medidas seguem na esteira da Convenção Quadro pelo Controle do Tabaco da OMS, um tratado internacional assinado por 192 países e que recomenda a proibição ou limitação deles. Entretanto, elas enfrentam forte resistência das empresas, sob o argumento de que seus produtos ficariam inviabilizados com essa restrição.

No Brasil, a briga é intensa e ameaça, inclusive, a autonomia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A disputa começou há exatos três anos, quando a agência lançou uma norma (RDC 14/2012) proibindo substâncias como açúcares e aromatizantes no cigarro. A guerra prosseguiu até que a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), aprovou, em setembro de 2013, uma liminar que liberou os aditivos no mercado brasileiro, e continua em vigor.

NORMA DA ANVISA POSTA EM XEQUE

Nas mãos da ministra corre outro processo motivado pela polêmica dos aditivos. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) propôs uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin 4874) que questiona dois dispositivos da lei federal da Anvisa (9.782/99): um tratando da competência para estabelecer normas e executar políticas de vigilância sanitária e outro sobre a proibição de fabricação e importação de produtos que representem riscos à saúde.

— Se a ação for aceita pelo STF, na prática isto acarretará um efeito cascata, em que todas as normas editadas pela Anvisa se tornarão inconstitucionais. As consequências disto seriam muito sérias e iriam além dos efeitos na indústria do tabaco — alerta o presidente da Comissão de Direito Constitucional da OAB/RJ, Leonardo Vizeu, que acompanha o debate.

O processo encontra-se no STF como “concluso ao relator”, o que significa que pode haver um parecer em breve. Em nota, a CNI explica ter ajuizado a ação porque a Anvisa “extrapolou suas competências, usurpando as do Congresso Nacional,” ao banir ingredientes “sem a demonstração de risco imediato e urgente”. E acrescenta estar “confiante que o STF reconhecerá que a Anvisa não possui poder normativo genérico”. Vizeu, no entanto, discorda:

— Compete à Anvisa regular o que é ou não nocivo. Isso não é atribuição da Câmara dos Deputados — afirma o especialista, destacando que a ação teria efeitos, inclusive, sobre a lista de substâncias ilícitas do país, podendo ocorrer algo semelhante ao recente caso irlandês, em que um processo de inconstitucionalidade de um indivíduo levou o país a liberar, sem querer, o uso de uma série de drogas, como a maconha. — Seria uma total irresponsabilidade.

O diretor-presidente da Anvisa, Jaime Oliveira, também demostra preocupação com a polêmica, mas adota um tom apaziguador.

— A Adin pode causar impactos grandes, tanto jurídicos quanto técnicos. Todas as informações já foram passadas ao STF, e não acreditamos que ele tome uma posição extrema — afirma Oliveira, que explica: — Para questionar os aditivos, a CNI aborda outras matérias que sequer dizem respeito ao tabaco e que afetariam outros setores, como medicamentos, alimentos, cosméticos...

Sobre a lista de substâncias ilícitas, Oliveira diz que há outros dispositivos legais que a resguardariam. Ele explica ainda que a liminar em favor da indústria do tabaco ocorreu por questões técnicas do processo, as quais já foram superadas. Por isso, espera um parecer favorável em relação à proibição dos aditivos.

Enquanto isto, a Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo) garante não haver comprovação científica de que o banimento dos aditivos torna os produtos menos prejudiciais ao consumidor e critica a agência por adotar a medida “antes de realizar as necessárias análises técnicas e de impacto regulatório”, afirmando que ela é mais restritiva no Brasil do que em outros países. A Abifumo diz ainda ter documentos demonstrando que os aditivos “não tornam o cigarro mais ou menos atrativo ou tóxico e que não há relação direta entre o consumo de cigarros com ou sem aditivos e as faixas etárias dos consumidores”.

PUBLICIDADE


Em janeiro, a Anvisa divulgou um relatório de um grupo de trabalho composto por cientistas independentes e internacionais no qual afirma que os documentos fornecidos pela indústria do tabaco não são suficientes para convencer que os aditivos não seriam mais viciantes ou atraentes ao consumidor.

Além disso, quem contesta o argumento da indústria é a secretária-executiva da Convenção-Quadro para Controle de Tabaco do Instituto Nacional de Câncer (Conicq/Inca), Tânia Cavalcante, que participa da conferência em Abu Dhabi. Ela cita outro relatório, produzido pelo grupo, que compilou estudos científicos e documentos da indústria do tabaco (abertos ao público nos EUA e no Reino Unido) e mostra que os aditivos são usados pelos fabricantes para potencializar os efeitos farmacológicos da nicotina e tornar o sabor das marcas mais apelativo para os jovens.

— O que a indústria não explica publicamente é que alguns ingredientes, por exemplo o açúcar, aumentam a dependência. Após sofrer combustão e ser inalado, ele resulta em produtos tóxicos, potencializando a nicotina — afirma Tânia, lembrando que os aditivos estão presentes não só nos cigarros, mas em outros produtos como o narguilé, outro tema forte de debate da conferência.



Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/aditivos-no-cigarro-geram-batalha-entre-industria-orgaos-de-saude-15625678#ixzz3VLhM3rm1

6 comentários:

  1. A palavra água é gramaticalmente falando, um substantivo, que cientificamente provado, uma fonte de vida. Na nossa realidade a água para muitos é considerado, assim, um recurso para viver, uma fonte, um elemento de purificação, um mata-sede.... A consideração de sempre colocá-la como “uma”, é a necessidade de hoje colocar como “a”. Cada um diz uma coisa em relação à crise, é uma maldição, o apocalipse, a volta de Jesus para a Terra, o desperdício humano, a praga da seca nordestina.... A realidade é a falta de conscientização.
    A característica de ambição de ter mais e mais, é tão grande do ser humano que não o faz enxergar a possibilidade de não ter no amanhã o que ele tem necessariamente hoje. Se a questão envolve dinheiro, poder e estar no topo de uma lista, não tem nada do que perder, mas a pergunta que se vale a pena, é simplesmente deixada de lado, e isso o que tem e esteve acontecendo no Brasil. Um país de tão abundante em água, como pode estar, não ainda considerada a pior crise, mas em uma grande crise?Uma perguntinha que fica se remoendo nas cabeçinhas da sociedade.
    Realmente, na minha opinião a solução vai estar na questão de conscientização, na importância de se olhar para o seu filho e pensar no seu futuro, de ver a natureza como um elemento patriarca, primitivo, de olhar para as estrelas e pensar que mesmo sendo um elemento morto, está vivo, brilhando, de se ver o próprio reflexo e reconhecer que, a imagem refletida no rio, não é somente um reflexo, mas também uma integração de você a toda essa natureza que todos fazemos parte.
    Décimo comentário:
    Quem nunca teve um avô, avó, bisavô, bisavó, tataravós e avôs que já fumou? Na verdade mesmo se você não lembre, mas nas nossas origens, pelo menos um da árvore genealógica já teve contato com o tabaco, ou não chamado assim antigamente, mas tendo a característica principal desde os dias de hoje.
    Atualmente, o ato de fumar é liberal, bom pelo menos anos atrás era diferente dos de hoje. A qualquer lugar que vou vejo jovens, adultos,idosos ou com mais dificuldade mais encontro, crianças com mais ou menos entre dez ou onze anos, uma idade em que seu corpo está em fase de crescimento. Em minha opinião, que muitos não devem concordar, mas o cigarro é uma droga, exatamente como o remédio é, para uns pode ser a alma de se viver ou a fonte da vida, ou talvez um cura-dores, mas para outros é o estraga prazeres do pulmão, em geral da saúde. Antigamente essa tal droga que veio dos indígenas, passou de geração em geração, modificando alguns produtos que ele envolve e até mesmo o modo de falar e sua estrutura. Essas mudanças, sendo positivas para uns, pois as substancias que ele envolvia era muito mais forte do que hoje, pode ser do mesmo resultado perigoso para o nosso organismo.
    Como dito no texto, a substancia pelo o que o cigarro, tabaco é formado, está o poder da coisa, se ele não for viciante ou atraente não há o porque de fazer diferente. E é isso que muitas mães vêm ensinando aos seus filhos, para nunca encostarem a boca em um cigarro, pois o vício faz você não querer parar de obter os benefícios que você pensa em estar obtendo. Simplesmente fumar é um costume desde a colonização que tem vindo com a cada sociedade, que agora também virou um pequeno ponto na economia brasileira, sendo positivo ou não, é a saúde que está em jogo.
    Laura Lyssa Carvalho de Sousa-801

    ResponderExcluir
  2. Acho importante o que essas pessoas estÃo fazendo pois minha mae e meu padrastos sao fumantes e sei como isso e ruim, nao so para eles mas tambem para mim e meu irmao mais novo, que moramos no mesmo espaco que eles entao e impossivel nao inalar a fumaca de vez em quanto. ela costumava fumar apenas os com sabor de menta, pois era o menos pior, e como outras pessoas ela comecouy a fumar bem jovem, entao e muito difìcil pra ela parar.
    Quando a ministra Rosa Weber liberou todas aquelas suabstancias, ela fez muito mal a todos,alem disso a empresa que fabrica cigarros apenas quer o vicio das pessoas, ja os que lutam contra apenas querem a saude delas, mas como nosso pais nao se importa com a saude isso acabou acontecendo, e cada vez mais pessoas acabam se viciando.
    A desculpa que a AssociacÃo Brasileira da industria do fumo usou foi que o banimento dos aditivos nao foi comprovado que torna os produtos menos prejudiciais, mas mesmo assim, vai ser mais dificil das pessos ficarem viciadas em cigarro, assim diminuindo o numero de consumiores. Se nao for tratado com antecedencia o fumo pode se tornar um vìcio, e depois de muitos anos, pode cirar um cancer. os cigarros acabam com os pumoes, fazendo com que as pessoas sintam falta de ar com mais facilidade e nao aguentem exercicios muito longos por conta disso.
    No julgamento dizia que certas substancias que apos sofrer combustao, e ser inalado, resulta em produtos toxicos, potencializando a nicotina. Eu sou totalmente a favor de proibirem esses aditivos, mesmo algumas pessoas falando que nao e comprovado que ira fazer o cigarro ser menos nocivo, pelo menos ira evitar que muitas pessoas fumem, e com que outras parem de fumar, e se nao conseguirem isso, pelomenos os cigarros nao serao tao nocivos quanto antes.

    ResponderExcluir
  3. Christian Almeida Miranda
    801 Ativo

    Eu acho que o Brasil esta certo em tentar tirar as indústrias de cigarro daqui porque não importa qual o tipo de cigarro, todos eles fazem mal para a saude. Então o Brasil esta fazendo uma boa ação na questão de tirar o cigarro da boca do povo.
    Porque o cigarro pode não parecer para algumas pessoas mais ele é um dependente químico então basicamente ele é um tipo de droga. Porque assim como as drogas ele possui os dependentes que são as pessoas viciadas nele e também ele faz mal a essa pessoa dependente oque é o caso das drogas.
    Então é uma boa tirar ele daqui, do Brasil pois sera menos um tipo de drago retirado daqui.

    ResponderExcluir
  4. Dependência melhorada
    Após começar a ler o texto, falando sobre cigarros aromatizados, e com gostos especiais , fiquei apavorada, a melhoria em algo que faz tão mal a saúde é realmente assustadoramente impressionante.
    Eu penso que a reunião, que foi citada no texto, era ralmente muito útil, e mesmo que as mediads da reunião não sejam imediatas é bom discutir sobre um assunto tão importante.Eu apóio a desição tomada pelos países citados no texto de probir esse tipo de produto e achei um verdadeiro absurdo questionarem a desição da Anvisa.
    Ache a desição tomada pela Anvisa de proibir o comercio desses tipos de cigarro muito certa, pois afinal esse tipo de produto atraia mais pessoas para a dependência dos cigarros, que como já se sabe, faz um grande mal a saúde.
    Tenho uma parente que é fumante, e um parente meu inclusiv morreu devido a complicações que foram causadas aos vários anos de fumante.Ou seja esta mais do que provado que o cigarro faz muito mal e os fumantes não tem nada aganhar com a dependência, pelo contrario o fumo traz varias complicações, por isso é preciso alertar a maior parte da população possível a esse assunto, para que os números de fumantes diminuam, e a qualidade de vida aumente.

    Sofia Guedes e Silva
    Turma:701

    ResponderExcluir
  5. Sou a favor, e apoio o fim do cigarro no Brasil
    Achei um absurdo o fato de terem inventado cigarros aromatizados e com sabores artificiais, isso só aumenta o número de dependentes da droga, e aumenta o risco de câncer, problemas no coração e no pulmão. Ou seja, aumentará o risco de mortalidade não só no Brasil mais no mundo inteiro.
    Sei que no início causará muito conflito e provavelmente manifestações serão feitas. Mas é para o bem dos dependentes.Porém,acho que deveriam oferecer clínicas de tratamento melhores para incentivarem os fumantes a largarem o cigarro, oque infelizmente no Brasil não será feito pois o governo brasileiro pouco se mobiliza nas áreas da saúde.

    Pablo Caliel Viana Matos - 702

    ResponderExcluir
  6. Que desgraça essa droga que é o cigarro! Eu, pessoalmente, posso dar meu testemunho porque vivencio este problema em minha família.
    Minha avó tem 78 anos e desde os 16 é fumante. Conta que começou a fumar por influência das primas e que ra considerado "chique"estar com um cigarro na mão em sociedade...Que pena pra ela! E também pra quem convive com ela porque a fumaça é tóxica e quem está perto fuma também de alguma forma. O resultado disso é que hoje ela está com enfisema pulmonar, tosse crônica, voz rouca, não tem saúde, enfim!
    Temos de ter muito cuidado e atenção com o que fazemos com nosso corpo. Nascemos saudáveis e é nossa obrigação nos mantermos dessa maneira.

    Rebeca Barros Buys-702

    ResponderExcluir