Amor físico versus amor espiritual
A obra de José de Alencar pode ser dividida em quatro grupos. O primeiro deles, os romances indianistas, produziu grande parte das maiores obras, não só de sua carreira, como da literatura brasileira. Dentre elas, podemos citar Iracema, O Guarani e Ubirajara.
Já no segundo grupo, o dos romances históricos, encontram-se obras como Minas de Prata e Guerra dos Mascates. O terceiro grupo nasce da vivência nas grandes cidades e da luta entre o espírito conterrâneo e a invasão estrangeira: são os chamados romances urbanos de Alencar. Dentre eles, podemos citar Lucíola, Diva e A pata da Gazela.
Por fim, temos o quarto grupo de romances do escritor: os romances regionalistas. Dentre as obras deste período, podemos citar O Gaúcho, O Tronco do Ipê e Til. Esta nova fase na obra de José de Alencar nasce da busca de uma nova identidade nacional. Após a independência política do Brasil, os escritores românticos param de buscar na figura idealizada do índio o modelo de brasilidade. Agora, o “ser brasileiro” não se encontra mais na floresta, entre rios e animais selvagens, mas sim nas cantigas do povo, nas fazendas e até mesmo na corte.
Nos romances urbanos, José de Alencar procurou registrar os padrões de comportamento e valores da sociedade que estava em transformação no período do Segundo Império. Alencar percebeu que a sociedade era movida principalmente pelo dinheiro e estava preocupada com o status social que o poder aquisitivo dava. Nas obras dessa fase, há um conflito entre o indivíduo e esta sociedade.
No caso de Lucíola, porém, este conflito é realçado, uma vez que estes valores e preconceitos estão enraizados nos próprios protagonistas. Assim, o conflito não se dá somente entre o indivíduo e a sociedade, mas também dentro do próprio indivíduo. Porém, para que haja uma redenção da personagem conflituosa (no caso, Lúcia), tem que haver castigo e autopunição, pois ela mesma afirma os preconceitos contra o grupo social ao qual pertence (o das cortesãs).
Esse moralismo também está presente na figura de Paulo (amor de Lúcia), e isto fica explicitado logo no início do romance: por haver uma jovem presente na sala, ele não conta sua história de amor com Lúcia para G.M. pessoalmente e resolve faze-lo por carta. Além disso, Paulo aparece como uma figura bipartida dentro do romance: um seria o Paulo-personagem, e outro seria o Paulo-narrador. Ao contar sua história, o Paulo-narrador não o faz de modo a repensar os fatos ocorridos de uma posição superior, ou seja, com os olhos do presente. Ao contrário, ele narra com os olhos do Paulo-personagem, isto é, conta sua história como se ela estivesse acontecendo naquele momento, com as emoções e sentimentos vividos durante os fatos narrados. Por conta disso, não há um distanciamento e nem uma postura autocrítica por parte do narrador. Assim, a responsabilidade sobre o que é narrado (visão sobre os fatos, as pessoas, etc.) recai inteiramente em Paulo, que é uma personagem completamente incapaz perante Lúcia.
Essa incapacidade de Paulo perante Lúcia decorre da dissociação entre o amor físico e o amor espiritual, que é a dicotomia sobre a qual o romance é estruturado. Esse par de opostos é fundamentado em uma concepção romântica de amor e gera uma série de preconceitos dentro de uma sociedade patriarcal, uma vez que o amor espiritual é aceito perante a sociedade, ao contrário do amor físico, que é condenado. Assim, a incompreensão entre Paulo e Lúcia ocorre porque em um primeiro momento a relação deles é fundamentada em um amor físico, carnal, e isso se torna um obstáculo para uma união plena entre os dois.
Assim, ao longo do romance haverá uma transformação em Paulo e Lúcia para que os dois possam consumar de fato seu amor. Por um lado, Paulo irá perder um pouco de sua inocência e irá cometer erros levado pelo orgulho – sendo que irá reconhecer suas falhas e pedir perdão. Por sua vez, Lúcia será “purificada”, deixando de ser a cortesã para redescobrir a adolescente virgem e pura que fora um dia. A medida em que estas transformações vão ocorrendo, Lúcia irá negar outros homens e passará a se dedicar apenas a Paulo; porém, quando ela se purifica totalmente e volta a ser a Maria da Glória, Lúcia irá se abster totalmente de contato físico e irá negar até a Paulo um simples beijo.
Porém, Lúcia ainda não pode ser completamente perdoada, pois a sociedade não esquece, e ela sofre uma autopunição: Lúcia morre por causa do filho que ela teve com Paulo, fruto de um amor físico proibido – uma vez que eles ainda não haviam atingido o “amor espiritual” quando o conceberam. Assim, só através da aniquilação do corpo pecaminoso é que Paulo e Lúcia puderam se unir eternamente e a redenção de Lúcia pode ser alcançada.
Foco narrativo
"Lucíola" é narrado em primeira pessoa, possuindo portanto um foco narrativo mais limitado. Assim, a história é vista a partir da perspectiva particular do indivíduo (no caso, Paulo), que participa dos acontecimentos ali narrados e que está sujeito a ver esses mesmos acontecimentos de acordo com a ótica que a sociedade impõe.
Comentário do professor
O prof. João Amalio Ribas (Joãozinho), do Colégio Acesso de Curitiba (PR), frisa que, embora "Lucíola" seja um dos mais importantes romances da estética romântica, essa obra convive de forma problemática com a estética da qual faz parte. Em primeiro lugar, isso é porque a heroína de Lucíola é uma cortesã, o que foge da idealização romântica de heroína. Em segundo lugar, há nessa obra um retrato ácido/crítico da sociedade carioca do Segundo Império, não entrando em consonância com a literatura de “diversão” dessa época, explica o prof. Joãozinho.
Porém, "Lucíola" ainda deve ser considerada uma obra romântica porque a heroína Lúcia ainda é uma personagem idealizada. Ao longo da narrativa, ela vai se transformando de mulher fatal e demoníaca em uma mulher angelical, doce, insegura e apaixonada, o que corresponde ao ideal romântico da heroína. Essas duas facetas da mulher, a mulher anjo versus a mulher demônio, é explicitada também na duplicidade nominal da personagem: há Lúcia, que exala sensualidade e é a mulher fatal; e Maria da Glória, que representa a mulher sensível, meiga, frágil e corresponde ao estereótipo romântico.
Além disso, o prof. Joãozinho lembra que o enredo de Lucíola é muito parecido com o de A dama das camélias, do escritor francês Alexandre Dumas. José de Alencar deixa essa referência muito clara na obra fazendo com que a personagem Lúcia leia A dama das camélias dentro do romance Lucíola. Conforme explica o prof. Joãozinho, a intensão do autor é estabelecer uma estética genuinamente brasileira, mas que esteja equiparada à estética literária europeia.
Outro ponto interessante ao qual deve-se estar atento é que há um “fingimento de realidade”: a história narrada em Lucíola teria de fato acontecido e teria sido transmitida ao escritor da obra (no caso a Sra. G. M.) através de cartas. Por fim, o prof. Joãozinho frisa que o título do livro também é um ponto importante e que merece atenção. Quem deu esse título à obra seria a Sra. G.M. e ela explica o porquê de “Lucíola” no prólogo do livro: “Lucíola” seria um inseto que vive na escuridão à beira dos charcos, e que brilha com uma luz muito intensa. Assim, esse inseto seria como Lúcia, que vive dentro da escuridão, mas que conserva dentro de si uma alma pura.
Dentre várias obras de José de Alencar, como obras indianistas, históricas, regionalistas e urbanas, uma delas a que mais se destacou, foi Lucíola, um romance urbano. Essa obra relata a história de uma prostituta, que mesmo sendo uma pessoa discriminada pela sociedade, Alencar faz uma "brincadeira", botando-a como personagem principal.
ResponderExcluirUma evidência bem clara de como ele era corajoso e inteligente, foi a audácia de publicar este romance com uma personagem totalmente mal vista naquela época, onde as pessos eram preconceituosas, com uma forma romântica. Como se não bastasse, a personagem pode amar e até mesmo se transformar em uma mulher pura e angelical.
Isso, é claro, causou muitos escândalos, e lógico, conflitos aos leitores da época de José. Mas, mesmo assim, conseguiu atingir seu objetivo, transmitindo uma mensagem: para você amar uma pessoa, não precisa somente do amor "carnal" e sim também do amor "espiritual", que liga os dois em um romance mais profundo.
Como é uma obra também idealista, nota-se traços de mulheres bonitas e adoráveis, onde fazia as leitoras da época se identificar e se emocionar.
Finalizando o romance, para ficar mais emocionante, Lúcia morre no parto. Devido a culpa que sentia, achava que seu corpo não era mais dígno, deixando a filha, Ana, para Paulo cuidar até que se case.
Em minha opinião, o livro nos mostra que não importa o que as pessoas foram ou deixaram de ser, pois são as nossas atitudes que definem quem somos. No caso de Lúcia, conseguiu ver que o amor "espiritual" entre ela e Paulo, que era mais importante, mesmo com seu passado marcante.
Gustavo Lengruber,901
Nesse texto, as quatro divisões que são feitas nas obras de José de Alencar, o pai da literatura brasileira, são citadas novamente. O tema que a publicação enfatiza é o romance urbano, onde Alencar procura falar sobre as características da sociedade, seus comportamentos e seus valores, que estavam em transformação no período do Segundo Império. O escritor notou que a sociedade estava sendo movida principalmente pela ganancia, e os valores eram dados pelos status sociais que o poder aquisitivo dava. Nas obras dessa fase, há um conflito entre a sociedade e o próprio indivíduo.
ResponderExcluirNo livro "Lucíola", o conflito é realçado. Isso é algo admirável na obra, pois uma vez que a própria protagonista, Lúcia, está enraizada de valores sociais e preconceitos, o conflito não se dá somente entre o indivíduo e a sociedade, mas também dentro do próprio indivíduo.
"Lucíola" é narrado em terceira pessoa por Paulo, que é narrador observador e também é um personagem. Porém, ao invés de relatar os fatos como se estivesse no presente, e criticando suas ações do passado, ele narra como se fosse o próprio personagem ( que por sinal, é ele mesmo...) Por esse motivo, não há um distanciamento e nem uma postura autocrítica por parte do narrador. Assim, a responsabilidade sobre o que é narrado recai inteiramente sobre Paulo, que é incapaz sobre Lúcia. Isso porque há uma dissociação entre o amor físico e o amor espiritual, que é a divisão de um conceito em dois elementos contrários sobre a qual o romance é estruturado. Essa característica é o que faz do livro um romance, uma vez que, se atrair pelo amor físico, que é o que une Paulo e Lúcia primeiramente, não é aceito pela sociedade, e sim o amor espiritual. Isso faz com que haja um impedimento entre os dois, pelo incompreensão e pelos preconceitos de uma sociedade patriarcal.
Embora Lúcia seja uma cortesã, o que foge do dos padrões românticos, segundo o professor apelidado de "Joãozinho", a obra "Lucíola" ainda deve ser considerado um romance, pois a protagonista é uma personagem idealizada, que se transforma de uma mulher fatal e demoníaca, para uma mulher angelical, doce, insegura e apaixonada.
Aluno : Nickolas Brandão
Turma : 901
Todo escritor passa por fases ao longo de sua carreira, normalmente começa produzindo o que está na moda e ao decorrer do tempo, ganha personalidade baseada em novas tendências, é exatamente isso que aconteceu com José de Alencar.
ResponderExcluirSempre focado no seu projeto de criar um perfil brasileiro, focou todas as suas obras em características do país, bem nacionalista. No começo produziu obras que embelezava e exaltava o nativo brasileiro, o índio. Temos o guerreiro Peri e a bela virgem de lábios de mel, que fazem de tudo, por amor, para defender o “branco”. Temos outros romances históricos e regionalistas que o ajudam criar a imagem do Brasil, porém as obras que mais chamam atenção são seus romances urbanos, principalmente seus Perfis de Mulher.
Começando a navegar em águas europeias, e as tendências realistas, ele começa a se deslocar das características românticas, idealização, e registra uma sociedade mais “podre”, seus padrões de comportamento e valores do Segundo Império. Dentre dos assuntos mais escandalosos que são explorados, devemos destacar o fato de tudo ser movido pelo dinheiro e a enorme preocupação do seu status social, que geraria certo poder. Tudo isso são ideias realistas que começam aparecer e modificar aos poucos as obras românticas, até virarem obras realistas de fato. Percebemos um forte conflito entre o individuo (o herói) e esta sociedade que tenta passar a imagem de perfeita, mas cheia de defeitos é, pois o ser humano que habita essa sociedade perfeito nada é.
A primeira vez que todas essas novidades literárias aparecem é em Lucíola. Primeiro tem a heroína chocante, uma prostituta, que nunca poderia se redimir na sociedade, devido sua profissão. Isso já causa um conflito entre a personagem, que irá sofrer diversos preconceitos, e a sociedade, além do próprio conflito que ela terá dentro de si. Pois quando conhece o amor de sua vida “foi pura atração física” e não “espiritual”, isso fará com que os personagens mudem para serem aceitos pela sociedade e seus valores. Toda essa mudança, para purificar a Lucíola e o final da obra faz com que ainda seja um romance, pois temos a idealização da alma da mulher e o fato dela morrer de uma autopunição (pois a gravidez, fruto de amor carnal seria visto como um pecado), a onde ela só poderá amar o Paulo após a morte.
Chegando perto da morte de José de Alencar percebemos essa influência realista, que logo iria dominar o Brasil e Machado de Assis também. Pode-se se relacionar uma ligação entre um dos últimos de Alencar e um dos primeiros de Assis, Lucíola e Helena; os dois são romances que já pescam nas ideias realistas, trazendo a sociedade dois “pecados” e esbanjando a ideia de que são praticados pela elite brasileira. Quem diz que esses dois não gostavam de criar problemas e que eram gênios, está é por fora de muita fofoca.
A sociedade antiga era explícita se tratando de preconceitos e costumes, não lhes agradava ver uma cortesã, ou um escravo, obviamente sofriam desigualdades, eram vistos como seres inferiores e destratados, mas ainda sim usados. Essa sociedade era movida pelo ambição, dinheiro e status social, ou seja, quem é de uma família na qual o sobrenome era conhecido, tinha mais pretendentes, ou uma família que era mais rica, sempre estava presentes em ceias e visitas, pois quem não tinha o nome tão famoso “bajulava” os que possuíam, que se acostumavam a isso e se julgavam superiores aos que não nada tinham.
ResponderExcluirOs romancistas normalmente buscavam colocar em suas obras uma visão idealizada onde a sociedade não provia de defeitos, o Romantismo de Alencar era dividido em quatro estágios, o regionalista, histórico, indianista e urbano. Percebera como era realmente a sociedade e nessas obras urbanistas procurou mostrar os desfalques, os erros, do povo que estava em transformação por conta do período do Segundo Império. Então escreve livros, como Diva, a pata e a gazela, Senhora e Lucíola.
Lucíola conta a história de uma menina que por conta das dificuldades da vida acaba por virar uma cortesã, que sofria preconceitos, mas que ela mesma não aceita sua condição, e não concorda com sua profissão e as profissionais. Os protagonistas da história, não gostavam do status de Lúcia, que também sofre conflitos internos, pela sociedade que a destrata e por si mesma, pela sua antiga personalidade de Maria da Glória.
Alencar tenta mostrar dois tipos de amor, o físico e o espiritual. No qual o físico pela sua profissão é, desaprovado, tanto para os personagens quanto para as pessoas que leram na época. O espiritual por sua vez, significava que o amor era puro, e todos aprovavam.
Mostra ao longo da história, que as pessoas podem ser mudadas, pois Paulo era um personagem inocente, e vai perdendo isso, e Lúcia era uma moça que provia de uma profissão rejeitada, que era considerada impura, e vai mudando, ficando pura perante a si mesma e a sociedade, deixando de ser cortesã e se reservando mais. E mesmo após essa mudança as pessoas ainda a desejavam uma punição, pois a narrativa ainda havia “desrespeitado” os ideais e costumes impostos na época. Então o que é mais romântico do que um final no qual Lúcia e Paulo se amam e ganham um filho, porém por uma punição do destino ela morre, porque gerou a criança enquanto ainda estava impura.
Fora uma coisa que agradou a sociedade, Lúcia impura, cortesã morta e mesmo assim sabiam que havia amor entre os dois. Então não deixa de ser um romance idealizado.
A sociedade, não percebeu que a história, mesmo sendo romance é uma crítica aos costumes e preconceitos, porque no fim uma cortesã acaba sendo purificada, não fica para sempre “impura” (perante a visão das pessoas), ou seja, os status construídos podem ser mudados, assim como o de Aurélia (Senhora), que era uma moça pobre e acaba virando uma das mais ricas e desejadas, Alencar conseguira mostrar os defeitos presentes nas pessoas e ainda sim agrada-las no final.
Julia Tavares 901
José Martiniano de Alencar, ou como melhor dizendo,José de Alencar, autor famoso, romancista, crítico, dramaturgo e principalmente patriarca da literatura brasileira. Como dito no texto a cima, sua obra pode ser dividida em quatro grupos. No primeiro grupo, Alencar relata o índio idealizado, tendo em questão a formação de uma nova nação.
ResponderExcluirNo segundo grupo, são os romances históricos, sei conceito seria um acontecimento histórico e uma ficção misturados. Podemos citar ''Lucíola'', o mais chocante, que nos relata a história de uma prostituta ,uma pessoa vista como sem Deus no coração, vista apenas uma escrava sexual, porém essa vida não foi por acaso. Para início de conversa, seu nome não era Lucíola, era Maria da Glória, onde há a história da família dela em que está doente, todos com febre amarela, necessitando de dinheiro para os remédios, pedi a seu vizinho, porém ele nega, dando uma oportunidade de vender-lhe seu corpo,conseguindo assim o dinheiro desejado, com a cura da família. Maria foi expulsa por seu ato.
Até que foi morar com Lucíola, logo em seguida, Lucíola morre, Maria trocou os documentos para dar menos desgosto a família. Podemos perceber nesse romance que o amor vai além da carne, não é algo carnal, que só leva em consideração o corpo,mas sim da alma, do espírito.
A utilização do Paulo (amor de Maria da Glória) sendo narrador, podemos nos sentir mais próximos da história. Revela sentimentos relatados de maneira ideal para uma tal imaginação.
Com gravidez e sua perda e logo em seguida, com a morte de Maria, podemos notar que está revelando o pagamento de todos os seus pecados durante a vida, se purificando. Porém conforme a história antes do final, Maria demonstra estar a esse caminho de purificação a partir da negação do beijo de Paulo.
Maria da Glória, ou mais especificamente falando, Lucíola, é uma heroína, venceu a sociedade, se apaixonou, mostrando ser uma pessoa, que também possui sentimentos, que também ama, que é frágil, sendo refém do amor.
Aluna:Bruna de Oliveira Monteiro
Turma:901
Ao longo de sua carreira, o patriarca da literatura brasileira manteve seu foco em várias tendências. Inicialmente em romances indianistas, nos quais a figura do índio era idealizada, em romances históricos, romances urbanos e romances regionalistas.
ResponderExcluirAlencar deixou de escrever romances e de idealizar imagens, começando a introduzir características realistas nas suas obras. Elas retratavam os impactos causados por um período de desenvolvimento econômico na sociedade e como o dinheiro e o status social passaram a ser a base na vida das pessoas.
Todas as idéias realistas de Alencar começaram a se confrontar e a modificar as suas obras românticas, pois há um nítido conflito entre o indivíduo e o que a sociedade julga ser correto, perfeito. Um forte exemplo deste conflito aparece em “Lucíola”, que apesar de ser um romance onde Paulo e Lúcia para que possam consumar seu amor se transformam e mudam suas atitudes. Paulo perde um pouco de sua inocência, cometendo erros por orgulho e Lúcia passa a negar outros homens e se dedicar somente a Paulo, se transformando em uma mulher doce e angelical e deixando de lado a antiga imagem de mulher fatal. Porém, devido ao preconceito e dificuldade de aceitação da sociedade, para que haja a redenção da personagem é preciso a autopunição da mesma, buscando que ela seja aceita em seu grupo.
A partir daí notamos as fortes tendências realistas que começaram a se espalhar e dominar a literatura brasileira. Alguns romances passaram a incluir leves aspectos realistas até que eles se tornaram a “febre” do momento.
Um dos romances mais importantes da obra de Jose de Alencar foi Lucíola um dos seus romances urbanos para o autor do post existe um conflito no livro todo entre amor espiritual e amor carnal que tanto Lucia quanto Paulo precisam resolver em seu relacionamento para que possam ser felizes.
ResponderExcluirLucia antes virgem romântica se torna depois a Lucia cortesã que se vinga de Paulo que a tinha usado quando ainda adolescente,Paulo passa por um processo de restauração moral através dos castigos que Lucia impõe a ele.Mas e Lucia que vai carregar todo peso dos erros das suas escolhas ela morre no final como se tivesse que pagar por seus erros deixando de existir.Para Lucia,que a mulher parece que a redenção só vem com a morte,Paulo permanece vivo,arrependido mas vivo.
Nesse sentido podemos ver que Lucíola ainda é uma obra romântica por causa da idealização do amor e do casamento e dos papeis de homem e mulher que no fundo do romance ainda conserva.
Lucíola foi um dos livros de Alencar que mais deu confusão,por causa do preconceito contra a prostituta,ele fez essa obra depois de um dos seus teatros falando sobre uma prostituta ser proibido pela policia
Michel-901
José de Alencar escreveu vários estilos de romances. entre eles, romances urbanos, onde retratava a sociedade brasileira da época. Lucióla é uma dessas obras. É uma obra a qual tem que se observar muito, o próprio titulo, por exemplo demostra quem seria a protagonista.
ResponderExcluirInicialmente, Lúcia não poderia ser a heroína de um romance, pois não tinha as características necessárias, porém, ao longo da história, a personagem vai se transformando, até virar Maria da Glória de novo,onde é pura, apaixonada, do bem, e tem todas as características de uma heroína de romances.
A obra Lucióla fora narrada pelo personagem e narrador Paulo, que na trama, era o amor da protagonista. Esse estilo de escrita era bem comum fazendo com que mas ninguém de sua opinião para a história que está ocorrendo, então o leitor nunca vai ter cem porcento de certeza se o que estavam falando seria real o não, não sabem se ocorreu da mesma forma que está ali.
Portanto, a obra de José de Alencar Lucióla, mostra bem o estilo que Alencar escrevia, tendo nacionalismo, mostrando a sociedade brasileira, mostrando figuras desprezadas pela a sociedade como heroínas, tento apenas um narrador que também seria o personagem, tudo isso é o conjunto perfeito para ser uma obra do romancista José de Alencar.
Letícia Salvini 901
Eu me apaixonei por Lucíola pois analisando a obra, nós podemos retirar muitos ensinamentos para as nossas vidas. José de Alencar, queria fazer uma alta crítica à sociedade. O preconceito esteve, está e sempre estará no coração das pessoas. É assim hoje, e também foi assim no passado da nossa nação. As cortesãs eram mal vistas naquela época. Só que acontece que as pessoas não paravam para pensar que elas são pessoas como todo mundo e que elas têm um motivo para estar ali. Faltava compaixão. E imediatamente, Alencar quis reavivar essa compaixão através dessa incrível obra!
ResponderExcluirJosé de Alencar não teve dó em retratar uma sociedade gananciosa, preconceituosa e individualista, quando mostrou os valores financeiros sendo priorizados, o desprezo para com as pessoas diferentes, etc.
Em seu texto, José abre os nossos olhos para o seguinte: quando há amor verdadeiro, não importa o carnal (no caso de Lucíola, o fato dela ser uma cortesã), importa o espiritual, ou seja, o que a pessoa tem por dentro (seus sentimentos, suas prioridades, seus desejos).
Stella Strecht Santos- 801
O livro, "Lucíola" é um pouco difícil de entender. Até sem a linguagem de 1862, o livro tem uma história complicada, e o desafio de entender quem é que está falando, e a pessoa de que tempo, pois se você pensa que quem está falando é o Paulo do futuro, complicará tudo. Porém, se compreender o livro, é uma história linda e triste, porque sabemos que não era só um mundinho que José de Alencar inventou; estava escrevendo sobre a sua realidade.
ResponderExcluirDigo 'sua realidade', também é nossa realidade. Coisas não mudaram. Cresci pensando de prostitutas ou 'cortesãs' de um jeito repugnante. Até "Dama das Camélias", nunca pensei muito na probabilidade de elas não quererem fazer o que faziam. Só faziam porque queriam, e queriam dinheiro, e nunca puxei mais o assunto. José de Alencar raivou todos os moralistas do Brasil, ao mesmo tempo insultando discretamente Dom Pedro II, e jogou na cara de todos como são horríveis e hipócritas. Ele conseguiu mandar uma mensagem, pois Lúcia era a personagem principal e as pessoas gostaram dela, e ficaram emocionados ou tristes ao saber teu passado, e fez eles pensar se o passado de outras mulheres jovens não foi assim, e eles que eram os vilões que odiaram tanto no livro.
Claro, deu uma confusão danada. Quem escreveu? Quem ousa escrever uma coisa assim? Você acha que está certo? A corte enlouqueceu, o povo ficou confuso, não sabendo o que pensar. Lúcia foi uma heroína, no final, se provou uma mulher com um ótimo coração.
Mariana Garcia
801
José de Alencar, o famoso escritor brasileiro que criou múltiplos tipos de romances, sempre buscando personalidade brasileira própria.
ResponderExcluirAntes, Alencar mostrava o índio como a personalidade nacional, exemplos são os grandes personagens Iracema e Peri. Depois, os romances regionalistas mostraram que o índio já não é mais tão visto como a nacionalidade brasileira e que esta se encontrava no interior do país, no povo, tanto quanto da fazenda quanto na corte. E então chegamos o caso dos romances urbanos onde José de Alencar encontrou em uma nova maneira de ver o povo brasileiro.
O modo de que Alencar enxergava o povo daquela época era que se moviam através do dinheiro, dos grandes dotes, da situação social e que só isso importava e não outros motivos, e como José de Alencar era observador não deixou essa passar e escreveu romances marcantes que reuniam todo o conceito da época e criticavam todos. Um deles é Lucíola, a história da jovem cortesã Lúcia que é mal vista pela sociedade em que vive por causa da profissão que exerce , e que se apaixona por Paulo, mas o casal sofre e passam por obstáculos mas não conseguem no início do romance se entregarem espiritualmente, mas fisicamente. Ao longo da narrativa, os personagens se alteram, purificam, aceitam seus defeitos e os mudam, mas como Lúcia precisa ser totalmente perdoada por suas ações, acaba morrendo após nascimento do filho do casal.
Os personagens então demostram os pecados e erros cometidos pela sociedade da época, porém são uma história que pode ensinar sobre o reconhecimento do errado e alterá-los para que se chegue a uma forma razoável para uma sociedade antes ruim.
Alessandra G 801
Ser ou não ser o que desejo? Ter um amor espiritual ou físico? Pertencer ou não pertencer a essa sociedade? Viver ou me prender diante as opiniões? Perguntas que deviam corroer na cabeça de Lúcia, que lutava contra a sociedade por ser uma cortesã, até depois da transformação havia essa “rivalidade de críticas”.
ResponderExcluirMudar é uma palavra de superação, pois não é fácil alguém mudar o que mais identifica naquela pessoa para ser transformada. No caso de Lúcia, no meu ponto de vista, ela foi transformada pelas opiniões que criticavam o seu modo de viver e amar, pois como no livro “A Dama das Camélias”, que há algumas relações, diz que nenhuma cortesã tem o direito de amar, pois o que ela foi, ela sempre será, tendo uma visão de uma Lucíola, “um inseto que vive na escuridão”, mas não reconhecendo a luz intensa que brilha no seu interior.
A sociedade carioca daquela época tinha como uma crítica a Lúcia que se resume nessa frase, “o seu passado te condena”, tendo a impossibilidade de deixá-la mudar e viver algo novo. Ter um amor espiritual ao ponto de viver a restrição de ao menos dar um beijo, mostra que Lúcia do desejo que ela tinha para agora foi virado de cabeça para baixo, tudo isso, em minha concepção, foi uma obrigação em que a sociedade veio pressionando, transformando assim algo restrito, em que a deixa infeliz. O que a história de Lúcia me trouxe, foi que não importa quem foi você no passado, todos temos o direito de mudar, mas trazendo uma alegria para o seu interior, não por uma obrigação padronizada, mas por reconhecimento seu querer viver de uma maneira melhor.
Laura Lyssa Carvalho de Sousa-801
Me faltam palavras para descrever José de Alencar, uma vez que apenas um escritor conseguisse escrever obras tão diversas umas das outras, uma vez que escrever dentro de uma categoria especifica ( o romantismo) 4 tipos de obras diversas, na maioria das vezes fazendo criticas a sociedade , sendo quase todas elas obras lindíssimas.
ResponderExcluirFica evidente ao ler Lucíola que Alencar teve grande inspiração numa das obras pioneiras do romantismo, A dama das camélias, por alguns fatores em comum das duas obras. Primeiro e mais claro fator é que a heroína é uma prostituta, o segundo é que eles acabam se purificando ao longo da história, entretanto a purificação de Marguerite em A Dama das Camélias não é completa, uma vez que ela acaba voltando para o ramo de cortesã para proteger o amado. E inúmeras outras semelhanças entre as duas obras, que se eu ficasse aqui digitando, demoraria anos.
O nome da obra Lucíola também é intrigante, pelo fato de ser um nome incomum, mas quando se descobre as características do inseto que leva o nome da protagonista, percebe- se a grande genialidade de Alencar, sua grande sagacidade na hora de escrever.
Artur Lopes 801
A obra Lucíola foi algo que chamou muito a atenção do povo e do governo, como já esperado de uma obra de Alencar. Não só por causa da crítica, mas por Lúcia ser uma prostituta, coisa que a sociedade não achava digamos que, 'certo' para um mulher.
ResponderExcluirNo começo o seu perfil parece frágil, mas ao longo da história Lúcia vai se tornando o tipo de mulher que José de Alencar queria criar. Além das críticas que ele faz à sociedade e à a visão que o povo tinha de uma mulher que se prostituía, Lúcia e Paulo vivem uma difícil história de amor, onde Paulo queria manter o posto de 'bom moço' e ao mesmo tempo estava apaixonado por uma prostituta.
Mariana Beatriz 802
Christian Almeida Miranda
ResponderExcluir801 Ativo
Nessa história Lucíola a personagem se torna uma mulher independente, oque o José de Alencar queria mostrar para as pessoas principalmente para as mulheres, que elas poderiam se transformar, que elas poderiam ficar fortes e independentes, e também esse romance nos mostra que seu amor narra o livro, isso fica evidente em alguns trechos do livro de acordo com oque eu li nos sites, eu tambem acho que ele fez isso para dar a ideia que a história foi real, que ela aconteceu realmente, para dar emoção a cada página lida pelo leitor.
José de Alencar é autor de vários romances e de diversos tipos deles. Romances históricos, indianistas, regionalista, entre vários outros. Entre eles, podemos citar os principais: Iracema, o guarani, ubirajara, Lucíola e Diva. O assunto em questão é sobre a Lucíola, que podemos perceber a aparição de uma prostituta em seu contexto e mais, uma prostituta que tentou deixar de lado a profissão que tanto lhe desonrava. Porém, como o normal, há sempre uma complicação que impede a personagem de viver normalmente, as antigas amizades, que sabiam de seu passado, os homens com quem já havia ficado e várias outras coisas.
ResponderExcluirSomente através desse trecho sobre o livro, podemos perceber a ousadia de Alencar ao escrever suas obras e a representação de uma classe não muito respeitada pela sociedade, que pode representar uma crítica à desigualdade e ao preconceito presente naquela época, que também está visívelmente presente nos dias atuais e que questiona também que essas mesmas pessoas com o passado "sujo", como dizem por aí, quando tentam mudar, muitas vezes não conseguem e, se contrário, continuam não sendo bem vistas por cada um que criticam - as.
Lara Gomes - 801