Criado há 40 anos, ele está sendo substituído pelas redes sociais para conversas informais e hoje vale como documento
João Loes
OFICIAL
Em alguns casos, o e-mail é usado como prova nos tribunais
É difícil de acreditar, mas o e-mail completa quatro décadas de existência este ano. Criado no formato que conhecemos hoje, com arroba, pelo cientista da computação americano Ray Tomlinson nos Estados Unidos, em 1971, ele chega à maturidade com funções diferentes das que o popularizaram. Hoje, está perdendo a força como canal de bate-papo virtual e ganha ares de documento oficial, usado inclusive como prova na Justiça em casos de disputas trabalhistas, na comprovação de adultério e na violação de sigilo empresarial.
São os mais jovens que estão mudando a função do e-mail. Quando começou a se tornar popular, no fim dos anos 90, ele servia de identidade virtual e canal para trocar recados simples. Na década seguinte, virou caminho para mandar documentos na forma de imagem e som, reuniu amigos com interesses em comum nos famosos grupos de e-mail e foi até adotado como ferramenta de propaganda. Hoje, para conversar virtualmente entre si, as pessoas preferem as redes sociais. Além disso, a popularização das ferramentas de bate-papo online também colaboraram para que seu papel de correio eletrônico fosse ficando de lado.
É compreensível que as mídias sociais estejam absorvendo a função do e-mail. Só o Facebook tem 800 milhões de usuários. Com uma rápida procura pelo nome de alguém em um grande site de buscas, o perfil da rede social logo aparece – é bom lembrar, porém, que é necessário um e-mail para se cadastrar.
Embora a função de identidade subsista, também pode estar com os dias contados. São cada vez mais comuns as páginas que optam por usar a identidade do usuário nas redes sociais e não o e-mail como registro em seus sistemas.
Em alguns sites de notícias, por exemplo, o visitante já pode se logar usando o nome de usuário e senha do Facebook. “Talvez o e-mail fique como ferramenta para mensagens mais longas e formais”, diz Luciana Ruffo, psicóloga do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (NPPI/PUC-SP). Em ambiente de trabalho, ainda é a principal forma de comunicação, pois a correspondência precisa ser formalizada e, como pode ser periciado eletronicamente, o e-mail cumpre esse papel. Só falta isso se tornar oficial. Tramita lentamente no Congresso um projeto de lei que o transforma em prova documental.
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