Uma roda de jongo da Serrinha evoluía com graça, ontem à tarde, nos jardins do Palácio Guanabara, diante de uma plateia de 300 convidados para cerimônia que marcava a importância simbólica da ocasião - os 125 anos da abolição da escravatura no país. A maioria pertencia a movimentos negros e estava ali para assistir à assinatura de duas ações de políticas públicas de combate à desigualdade racial, criadas pelo estado: o
Plano Nacional de Prevenção à Violência contra Jovens Negros (em parceria com a União) e o Plano de Promoção da Igualdade Racial.
A ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, destacou a importância de se criar ações para a redução dos altos índices de mortalidade de jovens negros. Segundo ela, correm cerca de 20 mil homicídios/ano no país envolvendo essa parcela da população. Ela lamentou ainda o fato de os jovens negros serem os mais atingidos por autos de resistência (mortes em confrontos com policiais). O plano, assinado entre o estado e a Secretaria Nacional de Políticas para a Juventude, prevê a criação de oportunidades de inclusão social para esses jovens. Segundo o secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira, o foco é qualificar 40 mil jovens:
- Vamos, por exemplo, criar ações em áreas pacificadas para qualificar esses jovens.
Já o Plano de Promoção da Igualdade Racial, assinado pelo governador Sérgio Cabral, prevê ações conjuntas com todas as secretarias para nortear as futuras políticas públicas. O documento foi elaborado por uma comissão técnica integrada por órgãos estaduais e 28 integrantes de movimentos negros. Entre as ações, o Zaqueu Teixeira deu como exemplo a ampliação da participação dos grupos étnicos e raciais "no controle social das políticas públicas", como na área da saúde, além da elaboração de programas pedagógicos nas escolas voltados às comunidades rurais, quilombolas, indígenas, negros e de ciganos.
Fonte: O Globo
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