terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Entrevista - Douglas Martins

 

O juiz do Conselho Nacional de Justiça analisa a situação no Maranhão – e diz que os governantes permitem a barbárie nos presídios porque respeitar os direitos dos presos não dá voto

MURILO RAMOS
           
INSPEÇÃO O juiz Douglas Martins.  Ele foi  ao Maranhão  a mando de Joaquim Barbosa (Foto: Beto Barata)
                                  

Crônica do Dia - Um "rolé" na Educação

Fábio Pereira Ribeiro
 
 
O maior medo que tenho, além da crescente violência, é tratar assunto sério e social com cunho político partidário. O caso do “rolezinho” que se iniciou no bairro paulistano da Zona Leste, Itaquera, na verdade expõe situações que já são históricas e conhecidas das feridas e necessidades sociais do cidadão brasileiro, mas que de alguma forma, os governos e políticos insistem em não atacar com firmeza e seriedade, salvo no período de eleições, como agora em 2014.

Crônica do Dia - Por que não falar a verdade, ministro ?

Em dezembro, foram divulgados os resultados do Pisa, o mais importante teste de qualidade da educação do mundo, realizado a cada três anos com alunos de 15 anos. Como vem ocorrendo desde a primeira edição, no ano 2000, os resultados do Brasil foram péssimos. Ficamos em 58º lugar em matemática, 59º em ciências e 55º em leitura, entre os 65 países que participaram. Caímos no ranking nas três áreas, em relação à prova anterior. Como já havia acontecido em edições passadas, nem nossa elite se salvou: os 25% mais ricos entre os alunos brasileiros tiveram desempenho pior que os 25% mais pobres dos países desenvolvidos (437 pontos versus 452 pontos em matemática).

Te Contei, não ? - A vitória da barbárie no Maranhão

A vitória da barbárie no Maranhão

Como o desgoverno de anos resultou nos horrores dos últimos dias, desde os bandidos degolados na penitenciária até a menina Ana Clara, de 6 anos, que morreu queimada, vítima de ataque criminoso a um ônibus urbano

Leslie Leitão e Alana Rizzo
 

Crônica do Dia - O descaso

Esse horror na penitenciária do Maranhão é apenas um exemplo extremo do descaso com que são tratados os apenados no Brasil. Em geral as prisões brasileiras são sucursais do inferno, e tem sido sempre assim, não importa quem governe. O que leva a pensar se não existe, por trás da insensibilidade hereditária, outra razão para o horror. Verbas para o sistema penitenciário estão tradicionalmente entre as últimas prioridades do país, o aumento da criminalidade lota prisões inadequadas, esquecidas pelo poder público, mas não é só isso.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Entrevista - Maria Helena Bandeira

Entrevista

                 
              Maria Helena Bandeira
                                            
 
Entrevista conduzida por Isabel Furini, do Bondenews

Te Contei, não ? - Bandeira e a Tuberculose

Na virada do século XIX para o XX, a experiência coletiva da tuberculose constrói-se basicamente pelo cruzamento dos esforços, em princípio frustrados, do saber médico-científico de controle da doença com a estigmatização do doente. Este período, que se inicia com o incremento das iniciativas médico-higienistas de controle da tuberculose nas camadas sociais mais pobres, estendendo-se para além do ano da descoberta do bacilo de Koch, caracteriza-se, em termos de representação social da doença, por uma marcante ambigüidade. A tuberculose é algo que assusta e estigmatiza, mas ainda conserva alguns de seus traços mitificadores.    

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Vale a pena ver - O ensino da História da África


Vale a pena ver - Os sentidos do ensino de Historia da África


Vale a pena ver - A Lei 10.639 na sala de aula


Vale a pena ver - História e Cultura africana


Vale a pena ver - Ensino da História da África


Vale a pena ver - África no passado - a História que ninguém contou


Vale a pena ver - Moçambique - uma África que fala português


Artigo de Opinião - A droga que alimenta o crime

Osmar Terra, O Globo
O Brasil é o lugar onde mais se mata no mundo. Em 2010, houve 52.303 assassinatos, segundo o Datasus, 3,5 vezes mais que o total de casos nos Estados Unidos. Proporcionalmente, 26 brasileiros são assassinados por ano, para cada 1 chinês.

Artigo de Opinião - ENEM, ARMADILHA PARA NEGROS E POBRES

Frei David Santos e Flávio Passos

A Educafro faz uma alegre partilha e um questionamento em forma de denúncia: de 2009 a 2013 o Pré-vestibular Quilombola, do Município de Vitória da Conquista, Bahia, parceiro da ONG, aprovou nos vestibulares públicos um total de 143 quilombolas. O projeto atende estudantes de 40 comunidades da região sudoeste da Bahia. Em nenhum outro lugar do Brasil conseguiu-se tamanha inclusão de quilombolas no ensino superior.

Crônica do Dia - O avô da Lucinda - Adriana Calcanhoto

 

Luis Fernando Verissimo é aquele que hoje em dia é conhecido como o avô da Lucinda

Tá na Hora do Poeta - O Bicho - Manuel Bandeira




Gilberto Gil
Extra II, O Rock do Segurança

O segurança me pediu o crachá
Eu disse: nada de crachá, meu chapa
Sou um escrachado, um extra achado
Num galpão abandonado, nada de crachá
Ié, uô, uô, ié

Sei que o senhor é pago pra suspeitar
Mas eu estou acima de qualquer suspeita
Em meu planeta todo o povo me respeita
Sou tratado assim como um paxá
Ié, uô, uô, ié

Essa aparência de um mero vagabundo
É mera coincidência
Deve-se ao fato de eu ter vindo
Ao seu mundo com a incumbência
De andar a terra, saber por que o amor
Saber por que a guerra
Olhar a cara da pessoa comum e da pessoa rara

Um dia rico, um dia pobre, um dia no poder
Um dia chanceler, um dia sem comer
Coincidiu de hoje ser meu dia de mendigo
Meu amigo, se eu quisesse, eu entraria sem você me ver
Sem você me ver, sem você me ver











Tá na Hora do Poeta - Desencanto



Desencanto



Eu faço versos como quem chora
De desalento , de desencanto
Fecha meu livro se por agora
Não tens motivo algum de pranto

Meu verso é sangue , volúpia ardente
Tristeza esparsa , remorso vão
Dói-me nas veias amargo e quente
Cai gota à gota do coração.

E nesses versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca

Eu faço versos como quem morre.
Qualquer forma de amor vale a pena!!
Qualquer forma de amor vale amar!


Manuel Bandeira





Tá na Hora do Poeta - Poética



Poética




Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante
exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes
maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.


Manuel Bandeira

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Te Contei,não ? - Olavo Bilac - vida, características e análise de alguns poemas

OLAVO BILAC: VIDA, CARACTERÍSTICAS E ANÁLISE DE POEMAS

“Ao contrário dos seus gloriosos companheiros, que tatearam com indecisão a cidadela da Forma, Bilac, ao estrear com seu volume “Poesias” aos vinte e três anos, se apresentou no maior rigor da nova escola, e, no entanto, com uma fluência na linguagem e na métrica, uma sensualidade à flor da pele, que o tornavam muito mais acessível ao grande público.”
Manuel Bandeira

Tá na Hora do Poeta - Ouvir Estrelas - Olavo Bilac


Tá na Hora do Poeta - Profissão de Fé

Profissão de Fé
 
Invejo o
ourives quando escrevo:
     Imito o amor
Com que êle, em ouro, o alto-relêvo
     Faz de uma flor.

Imito-o. E, pois, nem de Carrara
     A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
     O onix prefiro.
Por isso, corre, por servir-me,
     Sôbre o papel
A pena, como em prata firme
     Corre o cinzel.
Corre; desenha, enfeita a imagem,
     A idéia veste:
Cinge-lhe ao corpo a ampla ropagem
     Azul celeste.
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
     Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
     Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
     Sem um defeito:
E que o lavor do verso, acaso,
     Por tão sutil,
Possa o lavor lembrar de um vaso
     De Becerril.
E horas sem conto passo, mudo,
     A olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo
     O pensamento.
Porque o escrever --tanta perícia,
     Tanta requer,
Que ofício tal... nem há notícia
     De outro qualquer.
Assim procedo. Minha pena
     Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena,
     Serena Forma!
 
Olavo Bilac

Tá na Hora da Poesia - Trem de Ferro - Manuel Bandeira

Trem de Ferro
 
Café com pão
Café com pão
Café com pão

Virge Maria que foi isso maquinista?

Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
(trem de ferro, trem de ferro)

Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
Da ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!
Oô...
(café com pão é muito bom)

Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Oô...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matar minha sede
Oô...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Oô...

Vaou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...
(trem de ferro, trem de ferro)
 
Manuel Bandeira

Tá na Hora da Poesia - A estrela - Manuel Bandeira


Tá na Hora da Poesia - Consoada

 
 
Consoada 
 
 
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
 
Manuel Bandeira

Tá na Hora do Poeta - Irene no Céu

A musa
 
 
 
Irene no Céu
 
 
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.

Imagino Irene entrando no céu:
- Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
- Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.
 
Manuel Bandeira

Tá na Hora do Poeta - D. Janaína

 

 

 

D. Janaína

D. Janaína
Sereia do mar
D. Janaína
De maiô encarnado
D. Janaína
Vai se banhar.

D. Janaína
Princesa do mar
D. Janaína
Tem muitos amores
É o rei do Congo
É o rei de Aloanda
É o sultão-dos-matos
É S. Salavá!

Saravá saravá
D. Janaína
Rainha do mar.

D. Janaína
Princesa do mar
Dai-me licença
Pra eu também brincar
No vosso reinado.
 
Manuel Bandeira

Tá na HOra do Poeta - Auto - retrato

 
 
Auto - retrato
 
 
Provinciano que nunca soube
Escolher bem uma gravata;
Pernambucano a quem repugna
A faca do pernambucano;
Poeta ruim que na arte da prosa
Envelheceu na infância da arte,
E até mesmo escrevendo crônicas
Ficou cronista de província;
Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico profissional.
© MANUEL BANDEIRA
In Mafuá do malungo, 1948

Te Contei, não ? - Um nervo exposto

 

Autor(es): CECÍLIA RITTO
Veja - 06/01/2014
 
 

Crônica do Dia - Bagunça Tóxica

 Cláudio de Moura Castro

Veja - 06/01/2014
 


Ao serem divulgados os resultados das primeiras provas do Enem, um grande grupo educacional encomendou uma pesquisa com os alunos das dez melhores escolas do Brasil. Pois não é que eram todas bem parecidas? Chamava atenção o fato de serem muito rígidas na disciplina. Ou seja, nada de bagunça. E entre as instituições públicas, com sua disciplina severa, os colégios militares têm ótimo desempenho.
Viajando por outras terras, consideremos a França, a Alemanha e a Inglaterra. De lá vieram as mais abundantes colheitas de artistas, filósofos, cientistas, empresários e estadistas. Historicamente, suas escolas sempre foram extraordinariamente rígidas, chegando até a umas varadinhas aqui e umas reguadas acolá.
Em maio de 1968, os universitários parisienses se rebelaram contra o atraso da universidade, promovendo um evento de espantosa visibilidade mundial. Barricadas na rua, paralelepípedos voando pelos ares, choques retumbantes com a polícia! Ecoava o slogan mais poderoso: "É proibido proibir".
As consequências do Maio de 68 varreram o mundo e remoldaram a alma da escola. Muitos manifestantes viraram professores, sentindo-se pouco confortáveis com sua autoridade. A epidemia do "proibido proibir" contaminou a América Latina.
Em um dos seus primeiros discursos, depois de presidente, Sarkozy chama atenção para a lastimável erosão da autoridade do professor, com suas raízes em 68. 0 filósofo Luc Ferry, em entrevistas, também rememora a queda na disciplina escolar, resultante de professores inapetentes por manter a ordem na sala de aula. Antes de tudo, porque erodiram as regras de disciplina, claras e compartilhadas. Mas, segundo ele, o pêndulo volta, com Cláudio de moura as escolas francesas recobrando sua capacidade castro é economista de controlar a baderna.
Não é preciso muito esforço para verificar a onipresença de problemas de indisciplina nas nossas escolas. Nem falamos de alunos agredindo professores. Há uma incapacidade generalizada dos professores em impedir a bagunça nas aulas, sobretudo nas escolas públicas.
No caso brasileiro, a alma penada de Maio de 68 parece muito presente, embora possa haver outros fatores contribuindo para as dificuldades de manter a disciplina. Aula chata? Quem sabe, a disseminação de uma caricatura da psicanálise, com seus pavores de que uma disciplina rígida vá frustrar ou traumatizar os alunos? Ou uma esquerda que confunde autoridade com autoritarismo? Ou um DNA tropical e insubmisso?
Mas que consequências teria essa incapacidade da escola para manter a ordem? O professor James Ito-Adler fez para o Positivo uma pesquisa etnográfica — entrevistando uma amostra de alunos. Nela surge uma descoberta surpreendente. Quando perguntou aos alunos o que mais atrapalhava o seu aprendizado, a resposta foi enfática: a bagunça dos outros! São os próprios estudantes que clamam por uma disciplina careta. Não é lamento de professor saudosista. Ou seja, os próprios alunos admitem que conversas e turbulência na sala de aula atrapalham os estudos. Resultados espúrios? Não parece, pois pesquisas nos Estados Unidos e na França sugerem o mesmo. A bagunça é tóxica.
A ideia de que a escola não pode tolher a liberdade dos alunos é falsa. Embora possamos conduzir a discussão de forma mais sofisticada, vale a pena repetir o princípio de que a minha liberdade acaba onde começa a lesai- a liberdade de outrem. No caso, a liberdade dos colegas para estudar e aprender.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Personalidades - Otto Weidt

Filme exibido por TV alemã conta história de homem que salvou judeus do nazismo

  • ‘Herói cego’ se tornou espécie de um outro Schindler
Tony Paterson

“The blind hero”. Otto Weidt, atualmente comparado a Oskar Schindler
Foto: Museum Blindenwerkstatt Otto Weidt / Divulgação
“The blind hero”. Otto Weidt, atualmente comparado a Oskar Schindler Museum Blindenwerkstatt Otto Weidt / Divulgação

Charge


Personalidades - Maria Callas em dose dupla

 

  • Enquanto Marília Pêra dirige ‘Callas’, que estreia hoje com Silvia Pfeifer, a sua irmã Sandra Pêra assina ‘Orgulhosa demais, frágil demais’, ambas com texto de Fernando Duarte
Luiz Felipe Reis

Em 1977. Silvia Pfeifer em “Callas”, de Fernando Duarte, que se passa no dia anterior à morte da cantora lírica que revolucionou a ópera: temporada até 30 de março, no Teatro do Leblon
Foto: Terceiro / Divulgação
Em 1977. Silvia Pfeifer em “Callas”, de Fernando Duarte, que se passa no dia anterior à morte da cantora lírica que revolucionou a ópera: temporada até 30 de março, no Teatro do Leblon Terceiro / Divulgação

Artigo de Opinião - Inicio do futuro - Cristovam Buarque

 

Historiadores vão poder observar se o ano de 2014 foi de início de mudança ou de continuidade.

 

Crônica do Dia - O melhor dos mundos

Zuenir Ventura, O Globo
 
 
 
Engana-se quem acha que o Maranhão vai mal. Pelo jeito, o fato de ser o estado mais pobre da Federação, de estar sob o domínio de facções criminosas, de ostentar ações terroristas que queimam crianças e de ter um sistema carcerário em que detentos assassinam detentos (no ano passado foram 60 e este já foram três), não quer dizer nada.

Te Contei, não ? - Ilha da fantasia chamada Brasil

 

  • Mapa que estabeleceu as fronteiras da Colônia no século XVIII mostra regiões que seriam ricas em diamantes e áreas habitadas por guerreiras e criaturas bizarras
  •  
Renato Grandelle
 

Fronteiras da Colônia (em rosa) são determinadas pelo Lago
Foto: Divulgação
Fronteiras da Colônia (em rosa) são determinadas pelo Lago Divulgação

Artigo de Opinião - Ano novo e velhas mazelas - João Batista Damasceno

 

Política agroexportadora pressiona os povos indígenas, subtraindo-lhes a cultura e a terra

O Dia

sábado, 11 de janeiro de 2014

Tá na Hora do Poeta - Maturitate


 
 
Maturitate

 

Depois de 52 anos

É feito entrar num estado de calmaria

Revestido de um queria

E não queria.

É acordar agoniado,

Pois passa muito rápido,

Gestando poesia.

É ser clarividente

Ao constatar

Que de nada adianta planejar

O que a inexorável força do debochado destino

Vem e replaneja, recria,

Toda hora, toda noite, todo dia.

É sentir das entranhas

Jorrar a imponência da fé

Na qual antes nem tanto se cria.

 

 

 

Depois de 52 anos

É intuir que essa mesma crença

Hoje é suporte, alento, o norte,

Alivia.

É inutilmente

Tentar enlaçar,

Conter,

Dominar,

Prender

O sentimento.

É ver a lucidez da maturidade

Dada, no livro da vida, pelo número de páginas de idade.

É boiar desesperadamente

Pelo mar tenebroso da alma adentro

Segurando firme pessoas, sensações, momentos.

É de repente se pegar chorando

Feito menino inocente,

Sem estratagema,

Banho tomado,

Cheirando a alfazema,

Pois tudo se foi com a impassível força do vento

Que tudo destrói.

Mas é também sabiamente compreender

Que tudo, tudo com o mestre Tempo se corrói.

 

Depois dos 52 anos é ironicamente entender

Que de nada valeu

Viver,

Experimentar,

Sentir,

Agoniar

E maturar

Na hora da cria, dada pelos deuses, criar.

É de se ter muito jogo de cintura

A fim de se conviver

Com a hipocrisia das relações

Que a impaciência quase não atura.

É ainda não saber dissimular,

É não ter mais freio,

De uma genuína franqueza usar e abusar,

Até magoar

E não mais suster a intolerância

Na hora de jogar as cartas na mesa.

 

Depois  de 52 anos

É sim ainda perseguir a competência

E de vez em quando

Arder na cama com um pouquinho de indecência

Sem ser vândalo,

Sem chegar ao escândalo.

É já não mais entender a profissão

Como uma missão,

Mas ter a coragem de vê – la

Como uma sublime mensagem.

 

Depois de 52 anos,

Meu amigo,

Urgente é continuar escrevendo o livro da vida

Sem, nas atitudes, pequenez,

Sem, no sorriso pra vida,  mesquinhez,

Mas de desejos, sempre,  cheio de embriaguês

Para melhor chegar à página dos 53.

 

José Henrique da Silva

11 de janeiro de 2014.

Te Contei, não ? - Você não quer ser professor por quê?

O Brasil tem à frente o enorme desafio de melhorar seu Ensino público, mas, para isso, precisa resolver uma questão primordial: a valorização de seus mestres. Os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), divulgados no final de 2013, mostraram que os países com melhor desempenho na Educação são aqueles que fazem a carreira Docente atrativa aos mais talentosos jovens que saem do Ensino médio. Não é o nosso caso. No Brasil, apesar de alguns avanços, os salários ainda são baixos em comparação com as demais ocupações universitárias, poucos jovens cogitam seguir a carreira Docente e, nos últimos anos, menos se formam em cursos de licenciatura.

Artigo de Opinião - Tudo certo com seu santo ?

 

  • Conseguir o amparo e a assistência de um bom santo não costuma ser difícil, mesmo se tratando dos mais solicitados e ocupados 
JOÃO UBALDO RIBEIRO

Crônica do Dia - Carisma

por Luis Fernando Veríssimo

Eu estava vendo o ditador norte-coreano Kim Jong-un na TV e pensei no Jango Goulart. Não que houvesse qualquer semelhança física ou política entre os dois, mas tanto Kim como Jango nos fazem especular sobre essa coisa misteriosa chamada carisma — que Jango não tinha e o pequeno e rechonchudo Kim tem muito menos.

Personalidades - Carlos e José Gramático

Apesar do sobrenome, irmãos cariocas são ouro em matemática

  • Carlos e José Gramático causaram reviravolta na árvore da família vencendo competições de cálculo
 
Ludmilla de Lima
 

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Te Contei, não ? - Selo britânico lança Cds alterados ou fora do mercado brasileiro

Selo britânico lança CDs alterados ou fora do mercado brasileiro

  •  

O original. Gravado por Baden Powell e Vinicius de Moraes em 1966, “Os afrosambas” traz foto feita pelo filho do poeta
Foto: Divulgação

Artigo de Opinião - Ética na escola e na vida

Autor: Gustavo Ioschpe                               

Crônica do Dia - Perdão, Jéssica

 

Você foi ao forró para festejar o novo emprego. Aí tudo parou. O carro te pegou pelas costas e o motorista está solto

RUTH DE AQUINO
           

Personalidades - Paulo José

 

O que mudou na minha vida depois do diagnóstico – e como luto todo dia para driblar as dificuldades e seguir trabalhando

PAULO JOSÉ, EM DEPOIMENTO A FLÁVIA YURI OSHIMA
           
MAESTRO DOS MOVIMENTOS Paulo José na varanda de sua casa, no Alto da Gávea. Ele se casou de novo depois do Parkinson e nunca parou de trabalhar (Foto: André Arruda/ÉPOCA)

Crônica do Dia - Como processar quem nao nos representa?

 

Deveríamos dispor de instrumentos legais para punir quem abusa do poder contra os eleitores

RUTH DE AQUINO