Maturitate
Depois de 52
anos
É feito
entrar num estado de calmaria
Revestido de
um queria
E não queria.
É acordar
agoniado,
Pois passa
muito rápido,
Gestando poesia.
É ser
clarividente
Ao constatar
Que de nada
adianta planejar
O que a
inexorável força do debochado destino
Vem e replaneja,
recria,
Toda hora,
toda noite, todo dia.
É sentir das
entranhas
Jorrar a
imponência da fé
Na qual
antes nem tanto se cria.
Depois de 52
anos
É intuir que
essa mesma crença
Hoje é
suporte, alento, o norte,
Alivia.
É inutilmente
Tentar enlaçar,
Conter,
Dominar,
Prender
O sentimento.
É ver a
lucidez da maturidade
Dada, no
livro da vida, pelo número de páginas de idade.
É boiar
desesperadamente
Pelo mar
tenebroso da alma adentro
Segurando firme
pessoas, sensações, momentos.
É de repente
se pegar chorando
Feito menino
inocente,
Sem estratagema,
Banho tomado,
Cheirando a
alfazema,
Pois tudo se
foi com a impassível força do vento
Que tudo
destrói.
Mas é também
sabiamente compreender
Que tudo, tudo
com o mestre Tempo se corrói.
Depois dos
52 anos é ironicamente entender
Que de nada
valeu
Viver,
Experimentar,
Sentir,
Agoniar
E maturar
Na hora da
cria, dada pelos deuses, criar.
É de se ter muito
jogo de cintura
A fim de se
conviver
Com a
hipocrisia das relações
Que a impaciência
quase não atura.
É ainda não saber
dissimular,
É não ter
mais freio,
De uma
genuína franqueza usar e abusar,
Até magoar
E não mais
suster a intolerância
Na hora de
jogar as cartas na mesa.
Depois de 52 anos
É sim ainda perseguir
a competência
E de vez em
quando
Arder na cama
com um pouquinho de indecência
Sem ser
vândalo,
Sem chegar
ao escândalo.
É já não mais
entender a profissão
Como uma
missão,
Mas ter a coragem
de vê – la
Como uma
sublime mensagem.
Depois de 52
anos,
Meu amigo,
Urgente é continuar
escrevendo o livro da vida
Sem, nas
atitudes, pequenez,
Sem, no
sorriso pra vida, mesquinhez,
Mas de
desejos, sempre, cheio de embriaguês
Para melhor
chegar à página dos 53.
José Henrique da Silva
11 de janeiro de 2014.
Seu poema me fez pensar sobre o que é a maturidade, hoje na adolescência não havia parado para refletir. Rapidamente, entrei num túnel do tempo me imaginando nesta idade. Parabéns pela ''viagem'' que me proporcionou. Adorei!
ResponderExcluirIngrid Maia Nanjara - 802
Seu poema me fez pensar, refletir e analisar a vida do jeito que ela é... pouco duradouro é a vida da gente.
ResponderExcluirAna Carolina Gomes-802