quinta-feira, 12 de junho de 2014

Te Contei, não ? - Releitura de uma história

Histórias são contadas em detalhes em ‘Relatos e Personagens da História de Macaé’, que acaba de ser lançada

PAULO CAPPELLI E ROSAYNE MACEDO
Rio - Não há em Macaé quem não conheça a lenda de Motta Coqueiro, rico fazendeiro enforcado injustamente em 1855, acusado de ter matado oito pessoas de uma mesma família de colonos. Apesar de os corpos terem sido encontrados em suas terras, a “Fera de Macabu” era inocente. A história, que fez com que o imperador Dom Pedro II proibisse a pena de morte no Brasil, é apenas uma das que são contadas em detalhes no livro ‘Relatos e Personagens da História de Macaé’, que acaba de ser lançada.
Igreja de Sant´Anna, um dos patrimônios culturais da cidade, é retratada no livro, relembrando a lenda da ‘santa fujona’, que desaparecia do altar
Foto:  Divulgação

Literalmente com a corda no pescoço, pouco antes de ser executado, Coqueiro jurou que Macaé viveria 100 anos de atraso. Há quem diga que a profecia se concretizou e que, somente após encerrado o ciclo, a cidade voltou a prosperar, vindo a se tornar mais tarde a ‘capital nacional do petróleo’, ao receber as instalações da Petrobras na Bacia de Campos, na década de 1970.


Outra deliciosa história contada no livro — e amplamente recontada com orgulho pelos moradores mais antigos — é sobre Sant´Anna, a santa que nutria o hábito de fugir da capela erguida pelos jesuítas no alto do morro de mesmo nome para voltar à ilha que também leva seu nome e onde foi encontrada por pescadores. Verdade ou apenas “história de pescador”, o fato é que, após a terceira fuga, os devotos decidiram reformar a fachada da capela, virando-a de costas, para que a santa não mais sentisse saudade do antigo ‘lar’ ao avistá-lo do altar. E depois da obra, a “santa fujona” nunca mais saiu de lá.
Dividido em três partes — Colônia, Império e República —, o livro foi distribuído a alunos e professores da rede pública de ensino, junto com um CD com o hino da cidade. A obra reproduz também a ata de criação da Vila de Macaé, manuscrito de 1813 que cita os elementos necessários para a fundação de uma vila.
“Há verdadeiras aulas de História no livro, como o trecho em que o escritor e missionário francês Jean de Léry chega à costa de Macaé e compara o Pico do Frade, ponto mais alto da cidade, com uma esmeralda. “Isso merece ser compartilhado com os jovens”, diz Gisele Muniz, da Fundação Macaé de Cultura (FMC), que organizou o livro. A obra, de 128 páginas, foi lançada no Solar dos Mellos, o Museu da Cidade de Macaé, e conta com ilustrações do artista plástico Marcelo Vitiello. O prefeito “São cenários que marcaram épocas dos macaenses e tudo isso representa sentimentos”, diz Dr. Aluizio, que assina o prefácio.

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