quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Te Contei, não ? - Prefeito pede desculpas


O prefeito do Rio, Eduardo Paes, recebeu, nesta quarta-feira (3), o estudante de 12 anos barrado pela diretora de uma escola municipal por usar bermudas brancas e guias do candomblé por baixo do uniforme. Em reunião de pouco mais de uma hora, o prefeito pediu desculpas ao menino.


"É importante que se faça um pedido de desculpas por esse eventual erro ou excesso e que fique claro que a rede municipal de ensino aceita as diferenças e respeita as escolhas e orientação religiosa das pessoas. A mensagem que queremos passar é de que nao há qualquer preconceito na rede municipal de ensino e nem na escola, que está entre as melhores da cidade. Axé para quem é de axé, shalom para quem é de shalom e amém para quem é de amém", disse o prefeito.

O encontro começou por volta das 11h, na sede da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova. Também participaram a mãe dele, Rita de Cássia, um advogado e secretária de Educação, Helena Bonemy.  O prefeito disse que a diretora, que foi eleita por pais e professores, segue no cargo.

"Acredito que o que aconteceu foi um lapso e não um ato de preconceito. A experiência que temos com essa escola sempre foi muito positiva", disse Paes, que acrescentou que a mãe do menino, embora acompanhada de um advogado, não falou com ele sobre processar a prefeitura.

O caso ocorreu em agosto e o menino, que estava a oito meses na Escola Francisco Campos voltou à sua escola de origem a Panamá, no mesmo bairro.

Sindicância aberta

Uma sindicância foi aberta pela Secretaria Municipal de Educação para apurar o caso e, segundo o município, todas as medidas cabíveis serão tomadas ao fim da apuração.

A Prefeitura do Rio, através de nota, informou que não admite qualquer tipo de discriminação nas unidades escolares da Rede Municipal.

O estudante da quarta série do ensino fundamental Escola Municipal Francisco Campos, no Grajaú, na Zona Norte do Rio, foi barrado pela diretora da instituição por usar bermudas brancas e guias por baixo do uniforme, segundo a família. A rotina de ir à escola virou motivo de constrangimento para um aluno que estava se iniciando no candomblé.

“Antes de ele entrar para o candomblé, eu avisei para a professora e ela logo disse que ele não entraria no colégio. Eu expliquei que ele teria que usar branco e as guias, mas ela não aceitou”, contou indignada a mãe do estudante ao G1, Rita de Cássia.

No dia 25 de agosto, depois quase um mês sem ir à escola, o jovem tentou voltar. “Eu levei o meu filho e, na porta da escola, ela [diretora] não viu que eu estava atrás e colocou a mão no peito dele e disse: ‘Aqui você não entra’. E eu expliquei que ele teria que usar as guias e o branco por três meses e aí ela respondeu: ‘O problema é seu’”, disse Rita de Cássia.

Rita ressaltou que o filho de sentiu humilhado diante dos amigos do colégio e chorou muito. “Se ela estivesse esperado todo mundo entrar e me chamasse no canto para tentar encontrar uma forma para colocar ele pra dentro seria uma coisa. Mas, não. Ela barrou ele na frente de todo mundo. Eu discuti, falei palavrão feio pra ela, eu admito, mas ela não poderia ter feito isso com ele. Ele foi muito humilhado”, afirmou a mãe.

Na tarde desta quarta (3) professores da Escola Municipal Francisco Campos entraram em contato com o G1 para explicar que não houve discriminação religiosa contra o aluno. Segundo a professora Martha Werneck, o menino chegou ao colégio de bermuda branca e de boné, o que é proibido. Ela disse que as guias do candomblé estavam por baixo da camisa e não eram visíveis. "A diretora explicou para a mãe que ele não poderia entrar de boné. Posso garantir que em relação à diretora ela não fez discriminação religiosa", contou.

O jovem de 12 anos foi definido pela mãe como uma criança determinada. Apesar do constrangimento, Rita contou que o filho em momento algum pensou em abrir mão dos ideais do candomblé. “A escolha de entrar para o candomblé foi dele. Ele sabe o que quer, é muito firme nas decisões. Por nada ele larga a religião dele. Quando aconteceu isso tudo ele disse: ‘Se eu fosse muçulmano ou qualquer outra coisa eu deveria ser respeitado, isso é discriminação’”, lembrou a mãe.

Segundo Rita, o jovem caminhou até em casa de cabeça baixa, teve febre e perdeu o interesse de retornar à escola. “Se o meu filho estivesse com drogas, se tivesse arma tenho certeza que eles iam tampar os olhos”, reclamou.

Depois de quatro dias do episódio, ele foi transferido para a Escola Municipal Panamá, também no Grajaú, onde foi bem recebido pela diretoria, professores e estudantes.

“Depois que eu fui lá para pedir a transferência a diretora disse que não gostaria que eu levasse ele porque ele era um ótimo aluno. Mas o que ela não poderia era ter feito meu filho passar vergonha. Depois que ele foi tão humilhado, meu filho foi muito bem aceito na escola nova. Todo mundo me apoiou. Pra quem é mãe é muito difícil ver um filho sofrendo esse preconceito”, disse emocionada Rita de Cássia.

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/09/paes-pede-desculpas-aluno-barrado-em-aula-por-usar-guias-de-candomble.html

15 comentários:

  1. É uma pena que ainda nos dias de hoje as pessoas sofram por suas religiões. O candomblé é uma religião e deve ser respeitada assim como qualquer outra. Para muitos, cultuar diferentes deuses é sinônimo de macumba, essa falta de conhecimento leva ao preconceito, ignorar algo antes de conhecer. A prefeitura reagiu muito bem ao caso, um episódio que não deve voltar a acontecer principalmente em uma escola, lugar em que os profissionais devem dar exemplo. É difícil ter acontecido um mal entendido como a professora disse, pelas falas do estudante e de sua mãe houve preconceito e humilhação. As religiões criadas pelos escravos fazem parte da nossa cultura e do Brasil.
    Joanna 901

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  2. É uma pena que ainda nos dias de hoje as pessoas sofram por suas religiões. O candomblé é uma religião e deve ser respeitada assim como qualquer outra. Para muitos, cultuar diferentes deuses é sinônimo de macumba, essa falta de conhecimento leva ao preconceito, ignorar algo antes de conhecer. A prefeitura reagiu muito bem ao caso, um episódio que não deve voltar a acontecer principalmente em uma escola, lugar em que os profissionais devem dar exemplo. É difícil ter acontecido um mal entendido como a professora disse, pelas falas do estudante e de sua mãe houve preconceito e humilhação. As religiões Afro-brasileiras fazem parte da nossa cultura e do Brasil.
    Joanna 901

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  3. É uma pena que ainda nos dias de hoje as pessoas sofram por suas religiões. O candomblé é uma religião e deve ser respeitada assim como qualquer outra. Para muitos, cultuar diferentes deuses é sinônimo de macumba, essa falta de conhecimento leva ao preconceito, ignorar algo antes de conhecer. A prefeitura reagiu muito bem ao caso, um episódio que não deve voltar a acontecer principalmente em uma escola, lugar em que os profissionais devem dar exemplo. É difícil ter acontecido um mal entendido como a professora disse, pelas falas do estudante e de sua mãe houve preconceito e humilhação. As religiões Afro-brasileiras fazem parte da nossa cultura e do Brasil.
    Joanna 901

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  5. Esse tipo de acontecimento é algo completamente inaceitável, as pessoas e suas religiões devem ser repeitadas. A religião candomblé tanto como a católica devem ser repeitadas. É inadmissível que uma pessoa sofra por causa de sua religião.
    Pessoas tem preconceito com coisas que vem de origem africana ou que não tem conhecimento à respeito, para muitos o candomblé é macumba, é coisa do diabo, é coisa ruim, as pessoas que praticam são do mal simplesmente porque tem uma origem diferente, tem costumes diferentes. Mas essas pessoas não param para pensar que, ela também tem origem africana, ela não percebe que sangue negro corre em suas veias. E por ter descendência negra quer dizer que você é do mal? Pelo amo de Deus, se fosse assim todos nós seriamos do mau, todos cultuaríamos ao diabo.
    As pessoas deveriam refletir antes de cometer qualquer ato preconceituoso. Porque se você tem qualquer tipo de preconceito ao negro, é muito provável que você tenha preconceito com você mesmo.
    Rafael Barcelos
    802

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  6. "que a rede municipal de ensino aceita as diferenças e respeita as escolhas e orientação religiosa"

    -HA-HA , não há nada mais hipócrita do que esse simples trecho , ele basicamente resume toda a defesa da estúpida diretora que ofendeu o menino , mas eu notei algo , e se essa mãe do menino fosse rica ? Certamente ela teria dinheiro para um advogado e processar a escola e todo aquele circo , porém ela não é , são descendentes de negros , talvez mais um motivo para o " preconceito" da diretora , sobre o fato do mais corrupto prefeito surgir nesse caso para mim foi nada mais do que medo de ter a imagem de seu governo suja , já que falamos de um país laico que supostamente "deveria" aceitar todas religiões possíveis , mas esse caso não é o único em um país de imensidade que vivemos , há ocorrências eventualmente e bem mais frequentemente , já que o olhar da sociedade na maioria das vezes está errado mas eles querem que seja o mais correto possível , julgando , e desmoralizando , eu fico pensando como essa mulher poderia ficar rica se tivesse iniciado uma ação contra a diretora...

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  7. Esse tipo de acontecimento é inaceitável nos dias de hoje, onde todos sabem que existem diferentes religiões e costumes, mas ainda assim acreditam que a outra religião é errada ou inferior a sua. Eu acredito que nenhuma religião é inferior, apenas diferente. No quarto parágrafo, onde o prefeito Eduardo Paes diz: "Acredito que o que aconteceu foi um lapso e não um ato de preconceito", eu não acredito que foi isso que aconteceu exatamente. A diretora da escola teve uma reação muito agressiva por apenas um erro na maneira de se vestir, sem nem saber porque o garoto estava se vestindo desta maneira.
    Muitas pessoas tem preconceito ou racismo com religiões e pessoas africanas, a consideram ruins, do mal, do diabo, entre muitas outras coisas piores, pelo simples fato de não conhecerem o lado do outro.
    As pessoas deveriam pensar melhor antes de fazer coisas absurdas desse tipo, talvez procurar conhecer um pouco mais da cultura, do povo, da religião do outro,vê se botar em seu lugar. Com certeza mudariam seus atos se fizessem isso.
    Maria Clara R. Da Gama
    702

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  8. O acontecimento mostra o preconceito com o candomblé, que é uma religião de origem africana. Religião e apenas um conjunto de praticas que envolve uma crença, ou seja, você pode ter fé sem religião.
    O episódio demonstra mais do que preconceito, também demonstra uma intolerância religiosa. A diretora da escola não aceitou o menino por vários prováveis motivos: um é que por ser uma religião de origem africana ela não aceita, outro é que ela nem se quer reconhece o candomblé como religião, e outro é porque ela não aceita nenhuma religião, ou seja, ela provavelmente diz 'o que eu pratico é religião, o que você pratica, nem é religião'.

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  9. E esse é só mais um exemplo de como o racismo no Brasil ''não existe'', e que, ele só acontece em casos isolados.
    Coitado do aluno, estuda em uma escola publica, sofre para estudar como todo mundo, e ainda tem que aguentar( perdoe meu palavreado) essa jumenta, que não sei como conseguiu ser diretora de uma escola publica, que deveria ser um exemplo, por ter a maior porcentagem de miscigenação. Eu sinto pena, do garoto, pelo preconceito sofrido, da mãe dele, pois sei que não tem nada que doa mais que ver alguém que você ama sofrer, e sinto pena da diretora, pois ela é uma jumenta que não tem noção alguma da historia negra no Brasil
    Artur Lopes- 701

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  10. Esse tipo de acontecimento é algo inadmissível, cada um tem sua religião e a mesma deve ser respeitada. Tem horas que é até difícil de acreditar que uma criança foi barrada na entrada de um colégio por causa da sua religião, as pessoas acham que o candomblé é sinônimo de macumba, porém estão erradas, e mesmo que fosse deveria ser respeitada.
    Cada pessoa tem sua religião, não é porque você é católico que pode ofender os outros, zombar da religião dos outros, isso é muito errado. Ás vezes aquele menino é muito melhor do que outros de outras religiões "toleráveis", melhor não só nos estudos, mas também no fato de não ofender os outros.

    Victor Melo Ismério- 702

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  11. Que pena, porque essas pessoas são barradas e descriminadas por optar pela sua religião? Isso é crime por acaso? Ninguém pode ter sua religião? Todo mundo tem que ser igual? Todos nós somos iguais e temos que respeitar e aceitar as escolhas das pessoas. Infelizmente nos dias de hoje ainda existe esse tipo de atitudes,o que é pior é que a atitude tenha vindo de responsáveis inclusive na área de educação, onde os diretores (que deveriam dar exemplos aos professores) em saber onde começa o respeito.
    Hugo 702

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  12. O texto apresenta um caso triste de humilhação.Um episódio que poderia ser resolvido sem constrangimento, sem expor uma pessoa.A diretora discriminou o aluno por sua religião, a mãe já tinha explicado que por motivo religioso ele teria que usar a bermuda branca por alguns meses.Como foi falado, se fosse uma aluna muçulmana, por exemplo, quem tem que cobrir os cabelos? Será que a diretora proibiria? É preciso tomar cuidado para não proibir para uns e não para outros, não se pode achar que uma religião é melhor que a outra.Tem que haver respeito.

    Julia Pereira Vicente -702

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  13. Apesar do Brasil viver uma diversidade cultural, a escola ainda não se sente preparada para lidar com certas situações de qualquer tipo de preconceito, seja o de religião ou qualquer outro.
    Na escola muitas vezes os professores não tem a sensibilidade em investigar quando o aluno sofre preconceito ou não se comove com esses atos.
    Alguns professores interferem, mas são poucos que agem para ajudar, pois ficam com medo do que os colegas vão pensar dele.
    Nesse caso foi um pouco pior porque foi a diretora, um membro que ocupa um dos cargos principais da escola, podemos ver que o exemplo que ela dá para os alunos de sua escola não é nem um pouco exemplar, ela comete um enorme erro, proibi um aluno de entrar na escola por conta de religião, não acho isso justo porque cada um tem a sua e tem gente que não tem mas precisa respeitar.

    Jullya Beckman / 701

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  14. Infelizmente hoje em dia pessoas sofrem preconceito até por suas religiões , pessoas de uma religião as vezes deixam de falar com outras de outra religião só porque ele não segue a mesma que você. Pra que isso ? Pra que ?
    Alguns têm muito preconceito com o candomblé , só dizem que nessa religião dizem que tem "macumba". Acho que essa religião devia ser respeitada, acho também que todos deviam respeitar todos, não é só porque ele é de uma religião diferente da sua que você não pode falar com ele.
    O prefeito fez muito certo em pedir desculpas, o menino pode ter ficado abalado ou triste pelo ocorrido da escola não deixar ele entrar só por usar bermuda branca e guias do candomblé, acho que Eduardo Paes fez muito certo, gostei de seu ato.
    Vamos parar de julgar o outro só por ele ser de uma religião diferente da sua!

    Miguel Leite Piersanti - 701

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  15. No Brasil não existe religião oficial, portanto devemos respeitar as escolhas religiosas de cada um.
    Uma atitude como a narrada no texto, vinda de uma pessoa esclarecida, como uma diretora de escola, é inadmissível e deve ser condenada por todos. Porque além de ser de extremo preconceito, isso serve de exemplo para alunos e professores que frequentam a escola.
    O menino estava com razão, depois de um episódio desses, quem gostaria de voltar à escola? Após ser humilhado pela própria diretora, qual é a vontade de voltar para lá?
    Eduardo Paes fez mais que certo, reconheceu o ocorrido e se desculpou. Com certeza o menino deve estar se sentindo mais considerado depois dessa situação, mas mesmo assim, temos aí mais um exemplo terrível de preconceito no Brasil, não só pela cor, mas também pela religião.
    Religião cada um tem a sua e a amizade continua. Deveríamos adotar essa frase.
    Mariana Beatriz - 702

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