Rio - Sabe o Palácio do Catete, ex-sede da Presidência e palco do suicídio de Getúlio Vargas? Agora imagine uma construção dessa magnitude em uma colina de uma pequena cidade. Isso existe. É o Palacete do Gavião, de 1860, a dois quilômetros de Cantagalo. Foi projetado pelo alemão Carl Friedrich Waehneldt, o arquiteto do Catete. Exemplo do neoclássico brasileiro, tem adornos de mármore e prata e grandes candelabros atrás das 12 colunas frontais que lhe dão o aspecto romano. Mas é fechado à visitação, infelizmente.
O palacete foi posto em leilão em 2012, com lance inicial de R$ 7 milhões. Mas o evento foi cancelado. Na sexta-feira passada, membros da família proprietária foram vistos na prefeitura, mas ninguém confirma as negociações. “Adquirir o palacete sempre foi sonho dos prefeitos, mas é muito caro para nós”, diz a secretária de Governo, Ana Paula Pizzo.
É sonho de muita gente. Rezam os boatos que o apresentador Luciano Hulk tentou comprá-lo por R$ 8 milhões. Já os moradores sonham com um centro cultural de primeira grandeza.
Enquanto o desejo não se realiza, Cantagalo exibe outras joias, como fazendas de café, a Igreja do Santíssimo Sacramento (que Dom Pedro I mandou fazer) e belos prédios públicos do século 19. Na Praça João 23 fica o busto do mais ilustre entre os cantagalenses: Euclides da Cunha, autor de ‘Os Sertões’, uma das maiores obras da Língua Portuguesa. O cérebro do escritor já esteve exposto na casa cultural que leva seu nome, mas foi enterrado a pedido da família. A alma paira sobre a cidade e inspira grupos que estudam sua vida e obra. Cantagalo é História em estado puro.
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