quinta-feira, 12 de março de 2015

Crônica do Dia - Educação e conhecimento

Não se supera desigualdade como a nossa apenas com políticas de transferência de renda


A educação está na raiz dos principais problemas e é uma das chaves de qualquer solução no Brasil. Além de esforços governamentais, há muitas organizações da sociedade civil, centros acadêmicos e pesquisadores individuais que fazem excelentes trabalhos para tentar acelerar a transformação da paisagem desoladora da qualidade da educação no Brasil.

O conhecimento está no centro do futuro da economia por ser o principal fator de aumento de produtividade. Está no centro da superação da baixa qualidade da democracia brasileira por permitir à cidadania cobrança mais consciente e efetiva sobre as autoridades representativas. E é a única oportunidade real de superação da chaga maior do Brasil, que é a gigantesca desigualdade.

Isso porque não se supera uma desigualdade como a nossa apenas com políticas de transferência de renda. Para reduzir significativamente a desigualdade, é preciso distribuir ativos. No século XX, esses ativos eram físicos, como terras, residências ou fábricas, e era sempre preciso expropriar alguém, geralmente em experiências revolucionárias que a história mostrou serem contraproducentes. Mas o principal ativo do século XXI é outro e pode ser redistribuído sem a necessidade de qualquer expropriação: o conhecimento.

Não se deve atribuir a questão exclusivamente à baixa qualidade da educação pública. Esse é, sem dúvida, o problema central. Mas a diferença no conhecimento acumulado do povo brasileiro quando comparado a outros povos é menor do que a diferença no conhecimento acumulado das elites brasileiras quando comparadas às elites de outros países (ver resultados do Pisa).

Ou seja, nossas elites, estudando em colégios particulares, sem qualquer restrição material ou de infraestrutura, aprendem e sabem menos do que as de outros países. E a diferença é maior do que quando comparamos as populações em geral.

As causas históricas são meio evidentes: o povo foi excluído do acesso ao conhecimento até menos de três décadas atrás, ficando fora das escolas, e as elites, em sua maioria, não precisaram de conhecimento para prosperar porque a competição de mercado era um fator menos importante do que as relações pessoais com o poder da ocasião. Das sesmarias às licitações fraudadas de hoje em dia.

O problema que o Brasil tem em mãos é, portanto, mais profundo. É cultural e é nesse plano que tem de ser enfrentado: a sociedade brasileira não dá valor e não se organiza para dar valor ao conhecimento.

A grandeza do povo brasileiro estará em reconhecer em si mesmo as limitações trazidas pela história e ser capaz de assumir abertamente querer que seus filhos sejam diferentes e melhores, mais instruídos e com mais conhecimento. Nesse contexto, o cultural, cabe enfatizar que a principal sala de aula é a política e os políticos, os principais professores, sendo esse, de longe, seu mais importante papel. E a aula está muito ruim.

Sérgio Besserman Vianna é economista



Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/educacao-conhecimento-15017183#ixzz3UEDmbFwL

2 comentários:

  1. A questão do aborto, precisa ser uma questão aberta, não basta dizer se está certo ou errado. Sem pensar, uma pessoa diria que é contra porque praticando o aborto você está tirando uma vida, porém, se ela fosse a mulher que está grávida, que acidentalmente ficou grávida, o que ela diria?
    Uma mulher pode ficar grávida por vários motivos, e são exatamente esses motivos que devem ser analisados na hora de dizer se o aborto é permitido ou não. O país não pensa, e se a mulher foi violentada na rua, e se ela se descuidou ou não soube se previnir? Ela vai ser presa por isso?
    Isso também é outro exemplo da falta de infraestrutura que existe no Brasil, uma pessoa que não tem dinheiro o suficiente para pagar uma clínica particular, recorre a uma pública, onde o atendimento é péssimo e o serviço também.
    É muito fácil julgar, dar condição é que é difícil. Isso depende da saúde, segurança e educação pública, fora valores morais, éticos e religiosos. Ninguém nunca vai querer estar na pele de uma pessoa que está tendo de tomar uma decisão tão difícil como essa.
    No final de tudo você se pergunta, aborto é certo ou errado? Depende de tudo o que a mulher passou, o porque dela estar grávida e aí sim dizer se é certo ou errado.
    Nossa sociedade está muito atrasada para ficar dizendo que mulheres que fazem aborto são sem coração. Nosso país precisa primeiro melhorar nossa infraestrutura, nossa segurança e higiene para depois ficar "atirando pedras" em pessoas.

    Davi Vieira 802

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  2. A desigualdade do Brasil começa com as condições financeiras, que podemos falar com vários exemplos.
    Começando por eles com a educação, que o público tinha que ser de qualidade, mas não é, pois se fosse, a maioria das pessoas não botariam seus filhos em escolas particulares se tem uma boa educação gratuita te esperando. Mas como não é isso que acontece, as pessoas tem que gastar mais dinheiro que que já gastam com a educação, que é dever do estado nos proporcionar uma boa educação, porém ele não cumpre seu dever.
    Depois vem a saúde, que é praticamente o mesmo caso da educação. É dever do estado nos dar, por direito uma boa qualidade de atendimento hospitalar público, mas não é o que acontece, sendo esse na minha opinião o pior dos problemas. Mas por que? Pois se nós não temos um bom atendimento médico, ou bons equipamentos para a utilidade médica, o governo põe em risco vidas inocentes. Você pode morrer nas mãos erradas. Por esse motivo, as pessoas preferem pagar planos a parte para utilizar serviços de qualidade, e, só aqueles que realmente não podem pagar, sofrem.
    Mas, se o governo começar a investir o dinheiro corrupto que, todos sabem que existe, em educação e em saúde, a qualidade de vida que teremos será bem maior. Não precisaríamos de se preocupar em pagar escolas particulares, pois o mesmo bom ensino dado em escolas particulares seriam dados na mesma forma porém público. Não precisaríamos de pagar hospitais particulares ou planos particulares para uma boa qualidade de saúde, pois exatamente essa boa qualidade que estaria nos hospitais particulares estariam nos públicos, porém, sem a necessidade de pagamento.
    Imagine um Brasil do jeito que deveria ser, iria ser perfeito. Pois com uma boa educação e um bom conhecimento, as pessoas iriam parar de, roubar, matar, utilizar drogas, pois lá no ensino da escola que iriam estudar, seria ensinado que é errado, e pessoas que são ensinadas que coisas são erradas, não comete erros ( com certas exceções ). Não iria ter corrupção, pois também iria ser ensinado o jeito certo de política em escolas. A maioria das mortes brasileiras iriam ser poupadas, por causa da boa qualidade de saúde que teríamos. E tudo isso ainda não foi realizado, porque o dinheiro que era para chegar nesses lugares, param em mãos corruptas, que quando foi aprender o que é certo e o que é errado, aprendeu ao contrário.

    Anna Carolina Maia - 801

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