terça-feira, 24 de março de 2015

Te Contei, não ? - O OUTRO PAPEL DA MULHER EM JOSÉ DE ALENCAR E ROBERTO DRUMMOND

A mulher,
nos tempos atuais, vem se manifestando incessantemente em defesa de seu espaço, buscando maior autonomia e participação mais ativa na sociedade. Já no Romantismo, podemos encontrar alguns traços dessa autonomia, como vemos nos romances urbanos de José de Alencar. Assim também o observamos em obras da contemporaneidade, como no texto ficcional de Roberto Drummond.


Privilegiam-se, assim, neste trabalho as relações intertextuais existentes nas obras Senhora e Lucíola, de José de Alencar, e Hilda Furacão, de Roberto Drummond, em cujo discurso literário observam-se aproximações, embora representem culturas de diferentes épocas e tendências. As protagonistas dessas obras são mulheres que se distinguem de sua época, figuras realmente de destaque numa sociedade de valores restritos e extremamente voltada aos interesses masculinos.

A Mulher "romântica" de Alencar.

Alencar desenvolve, na maioria dos seus romances, a idéia da mulher vista como  "astro" ou "meteoro" que brilha fugazmente no céu da sociedade, para depois desaparecer como por encanto. Só que tal desaparecimento coincide, necessariamente, com seu casamento. Tal recorrência discursiva sugere que a independência, bem como a identidade da mulher só encontram lugar no período que decorre entre seu surgimento em sociedade e o seu casamento. É por isso que as heroínas do romance brasileiro do século XIX têm, em média, de 14 a 18 anos de idade. Quando ultrapassam  a média, já não são mais "casadoiras": no romance Lucíola, Lúcia tinha vinte e um, mas era cortesã.
Mas a idéia de astro e meteoro carrega em si uma outra significação latente: a do brilho da beleza e, se possível, do dinheiro. Aurélia ostentava as duas: tanto melhor. Foi ela a rainha dos salões e ninguém lhe disputava o cetro.
O romance romântico dirigia-se a um público mais restrito do que o atual; eram moços e moças provindos das classes altas e médias, assim, esses leitores tinham algumas exigências como reencontrar, muitas vezes, a própria e convencional realidade e projetar-se como herói ou heroína em peripécias, com o que não se depara a média dos mortais. Assim, muitas leitoras de folhetins sonhavam e se imaginavam no lugar e na posição de Aurélia, e até mesmo de Lúcia.
            O romance sempre propõe ao leitor o tema dos liames entre a vida e a ficção, gerando problemas como a verossimilhança das histórias, a coerência moral das personagens, a fidelidade das reproduções ambientais .
Alencar acreditava nas razões do coração. As sombras do seu moralismo romântico se alongam sobre as mazelas de um mundo anti-natural, como mostra em Senhora ao tratar do tema do casamento por interesse financeiro, também refere-se a sina da prostituição em Lucíola .Mas sempre esse autor busca salvar suas personagens, restaurando a sua dignidade última e redimindo-as das transações vis, repondo de pé o herói ou a heroína. Daí os enredos valerem como documento apenas indireto de uma  época esses romances que denunciam uma ética burguesa e realista das conveniências durante o segundo reinado. A sociedade na qual viviam os personagens de Alencar fazia- os à sua feição.
Apesar da sociedade privilegiar o homem, Alencar foi capaz de manipular essa realidade moldando-a  na forma da figura feminina. E como o artista que realmente foi, caracterizou Aurélia e Lúcia de maneira particular.
Como bem coloca Merquior, Alencar foi um escritor muito consciente, nada menos exato do que a assimilação do nosso maior prosador romântico a um inspirado desalento ao trabalho do estilo.Na casa dos trinta, eleito deputado pelo Ceará, dá nova vida ao nosso romance urbano com seus perfis de mulher (Cf. Merquior, 1996, p. 117).

Aurélia, a dama dos salões


A figura de Aurélia, do romance Senhora, representa uma contestação dos estereótipos femininos do sec. XIX.
 Em meio a essa sociedade em que se comerciavam  até os próprios sentimentos estava Aurélia, uma figura diferente das mulheres encontradas nesse meio.
Alencar ao criar a protagonista de Senhora, colocou-se à frente de seu tempo. Tratou a mulher não como mero produto de consumo, mas dotou-a de inteligência, e vontade, capaz de colocar-se lado a lado com o homem.
A personagem de Alencar, em sua beleza e encanto, desde cedo deslumbrou a sociedade. "Tinha dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade. Não a conheciam; e logo buscaram todos com avidez informações acerca da grande novidade do dia"(Alencar, 1997, p. 19).
Aurélia foi autônoma, influente, dona de suas próprias atitudes .Não deixou ninguém escolher seu destino. Ela escolheu seus próprios caminhos. Suas qualidades chegaram até mesmo a ser comparadas com a dos homens:

A natureza dotara Aurélia com a inteligência viva e brilhante da mulher de talento, que não se atinge ao vigoroso raciocínio do homem, tem a preciosa ductilidade de prestar-se a todos os assuntos, por mais diversos que sejam. O que o irmão não conseguira em meses de prática, foi pra ela estudo de uma semana. (Alencar, 1997, p. 102)

Desde cedo, ela se mostrava uma mulher forte e capaz de assumir responsabilidades:

Aurélia é quem suportava todo peso da casa. Sua mãe, abatida pela desgraça e tolhida pela moléstia, muito fazia, evitando por todos os modos tornar-se pesada e incômoda a filha [...] o cuidado da roupa, a conta das compras diárias, as contas do Emílio e outros misteres, tomavam-lhe uma parte do dia; a outra parte ia-se em trabalhos de costuras. (Alencar, 1997, p. 103)

Dona de uma personalidade invejada por muitas mulheres, Aurélia era centrada em suas convicções, e nem mesmo a riqueza e todos os elogios a corromperam: "Aurélia bem longe de inebriar-se da adoração produzida por sua formosura, e do culto que lhe rendiam, ao contrário parecia unicamente possuída de indignação por essa turba vil e abjeta" (Alencar, 1997, p. 20 ).
Assim também era a sua postura inconformada e crítica, contrária a uma sociedade hipócrita, que se curvava perante os bens materiais: "As revoltas mais impetuosas de Aurélia eram justamente contra a riqueza que lhe servia de trono, e sem a qual nunca por certo, apesar de suas prendas, receberia como rainha desdenhosa, a vassalagem que lhe rendiam" (Alencar,1997, p. 21).
Vemos, pois, que Alencar criou sua heroína como um tipo de mulher cerebral, lutando contra o cordial. Amou mais seu amor que seu amante. Foi senhora de um irrepreensível comportamento.

Lúcia , e o direito de amar...

Em Lucíola, encontramos a reprise do tema da purificação da cortesã. O escritor aprofunda consideravelmente a significação humana da história do amor. Segundo Merquior, Lucíola está na confluência da novelística sentimental de George Sand e do romance "fisiológico" dos "estudos da natureza", de Balzac. Os diálogos se fazem mais firmes, e o conflito psicológico tem muito mais dimensões, do que nas epopéias indianistas ou no romance histórico. A exímia prosa de Alencar aplica o seu refinado cromatismo, o seu gosto pela metáfora caracterizadora, à representação das metamorfoses de Lúcia, a mulher a um só tempo virginal e lasciva, na moldura dos interiores burgueses da corte.(Cf Merquior, 1996, p. 117)
Alencar mais uma vez não se limitou aos valores da sociedade, Lúcia foi uma prostituta diferente; foi uma mulher que também teve o direito de amar.
Foi admirada por Paulo desde o primeiro instante que ele  a vira:

A lua vinha assomando pelo cimo das montanhas fronteiras; descobri nessa ocasião, a alguns passos de mim, uma linda moça, que parara um instante para contemplar no horizonte as nuvens brancas esgarçadas sobre o céu azul e estrelado. Admirei-lhe do primeiro olhar um talhe esbelto e de suprema elegância (Alencar, 1995, p. 14).

Podemos perceber também a instabilidade das opiniões masculinas, Paulo não foi capaz de sustentar sua opinião a respeito de Lúcia, sentiu-se envergonhado diante do comentário de Sá:

Compreendi e corei de minha simplicidade provinciana, que confundira a máscara hipócrita do vício com o modesto recato da inocência. Só então notei que aquela moça estava só, e que a ausência do pai, de um marido, ou de um irmão, devia-me ter feito suspeitar a verdade. (Alencar,1995, p. 15)

O sentimento de Paulo despertado por Lúcia foi outra evocação à figura feminina. Uma prostituta despertava desejo e prazer aos homens, instintos, os quais não se misturavam aos sentimentos. Porém, fugindo a esse estereótipo, Alencar colocou Paulo "fragilizado" diante dessa mulher, ficou dividido em meio a convenções ou ao que realmente pensava:

Quando me lembrava das palavras que lhe tinha ouvido na Glória, do modo por que Sá a tratara e de outras circunstâncias, como do seu isolamento a par do luxo que ostentava, tudo me parecia claro; mas se me voltava para aquela fisionomia doce e calma, perfumada com uns longes de melancolia; se encontrava o seu olhar límpido e sereno; se via o gesto quase infantil, o sorriso meigo e a atitude singela e modesta, o meu pensamento impregnado de desejos lascivos se depurava de repente, como o ar se depura com as brisas do mar que lavam as exalações da terra (Alencar, 1995, p. 19).

Lúcia, teve sempre consciência da vida que levava. A pureza da infância; o sacrifício da honra à saúde do pai; a brutalidade fria com que é violada, condicionam toda sua vida. A lembrança de uma inocência perdida é não apenas possibilidade permanente duma pureza futura, mas a própria razão do seu asco à prostituição. A vigorosa luxúria com que subjugava os amantes é um recurso de ajustamento por assim dizer profissional, que consegue desenvolver; quase de imposição, a si mesma, duma personalidade de circunstância que se amoldasse à lei da prostituição, preservando intacta a pureza que hibernava sob o estardalhaço da mundana. Por outras palavras, a sua sensualidade desenfreada nos aparece como técnica masoquista de reforço do sentido de culpa, renovando incessantemente as oportunidades de auto punição.

Hilda Furacão , a fada sexual do quarto 304


Assim como Alencar soube manipular a realidade, de forma a adequá-la a personalidade de suas personagens, o escritor da modernidade, Roberto Drummond, também soube aproveitar os elementos sociais de que dispunha. Mesmo com toda a distância adquirida entre Roberto e Alencar podemos estabelecer algumas relações nas obras em questão.
No final dos anos sessenta, desde que foi lançada a campanha a favor da cidade das camélias, a Zona Boêmia é um promontório de alegria. O feitiço volta-se contra o feiticeiro. A rua Guaicurus conhece noites inesquecíveis. Até mesmo a polícia foi chamada para conter os ânimos dos que disputavam um lugar na fila que vai dar num território mágico: o quarto 304, no terceiro andar Do Maravilhoso Hotel onde Hilda Furacão exercia uma das mais antigas profissões, a prostituição. Roberto Drummond, da um foco diferente de outros escritores a esse fato: trata Hilda como uma pessoa "ilustre", merecedora de fama e o prestígio de qualquer outra figura de destaque da sociedade
Hilda, como Aurélia e Lúcia, foi uma mulher a frente de seu tempo. Não se prendeu a convenções ou valores sociais, viveu intensamente, direcionada por vontades exclusivas e não adquiridas. Até valores como a religião não foram obstáculo para sua vida sem regras .
Ela não passou indiferente pela sociedade em que viveu, ao mesmo tempo que era amada era também odiada. Assim percebemos essa mistura de amor e ódio:

As mulheres de Belo Horizonte, as mães de família, as esposas, as noivas, as namoradas odiavam Hilda Furacão, mas os homens, ah, os homens a amavam, ela os fazia subir pelas paredes e conhecer paraíso; daí, e a concorrência desleal dos coronéis fazia a cotação subir, o câmbio de Hilda Furacão ser tão alto. (Drummond, 1991, p. 38)

Roberto Drummond, enfatizando um cenário realista e merialístico da BH dos anos sessenta, construiu em sua protagonista uma pessoa realmente de destaque, uma mulher que soube se fazer presente dentre as demais:

Ela era uma bela mulher, inesquecível moça; ficava na beira da piscina olímpica do Minas Tênis Clube, onde o futuro escritor Fernando Sabino bateu recordes como campeão de natação; onde mergulhou um jovem que seria o famoso cirurgião plástico Ivo Pitanguy. Dizem que na época ganhou uma ode feita pelo poeta Paulo Mendes Campos e inspirou um conto (ainda que ele negue) de Otto Lara Resende. (Drummond, 1991, p. 40)

Outro aspecto relevante que podemos observar na personalidade de Hilda é sua capacidade de  dominação. Sua presença é tão forte que consegue desarmar até Frei Malthus que a sociedade considerava  "santo", por sua vida de dedicação e virtude, na prática religiosa:

[...] esperava ver Hilda Furacão com uma enorme e obscena boca lambuzada de batom, revoltos cabelos, brincos de argolão e, nos olhos quem sabe negros, um certo cansaço daquela vida de orgias e toda lascívia deste mundo. Por tudo isso - e sentiu que era ela quem vinha em sua direção pela estranha reação dos soldados e guardas-civis que, ao vê-la passar e barrar-lhe o caminho, tiraram reverenciosamente seus quepes e bonés, sendo que alguns caíram de joelhos, enquanto um silêncio imenso se fez, por tudo isso, duvidou do que via.
- Ajudai-me Santo Antão - rogou, que não posso crer no que vejo! (Drummond, 1991, p. 56)

A superioridade da figura da mulher criada por Roberto Drummond chega a confundir as idéias de Frei Malthus, obstinado pela paixão:

[...] teve medo de pensar (oh, louco coração! ) que ela não usava sutiã e que seus seios recordavam duas maças argentinas e eram inquietos como os pássaros do paraíso.[...] - Mais fosse um anjo - pensou o santo - Ah, Santo Antão, o demônio sabe como se fantasiar para nos tentar! (Drummond, 1991, p. 57)

Na construção desse personagem masculino, o autor chega ao extremo de apresenta-lo  em sua fragilidade e impotência, confuso diante dos sentimentos de uma mulher tão decidida. Aqui percebemos que Frei Malthus já temia por Hilda.

O coração começava a deixar transparecer os sentimentos. Forças opostas faziam pressão naquele ingênuo coração: "Num clarão que se prolongou Hilda Furacão ficou iluminada e, ao vê-la, conforme novas confissões, Frei Malthus teve um estranho medo: de que um raio caísse na Rua Guaicurus e a matasse." (Drummond, 1991, p. 61)

A mulher era quem tinha fama de suspiros e gestos como transferir a objetos sentimentos que não podiam ser diretamente dirigido a pessoa amada: "[...] acreditou no momento em que apanhou no asfalto molhado e, controlando a vontade de beijá-lo, o meteu no bolso do hábito de dominicano, viu que ninguém viu o que acabava de acontecer..." (Drummond, 1991, p. 65).
Hilda Furacão tornou-se um fenômeno, muitas mulheres invejaram sua posição. O fascínio por ela exercido aos homens era inédito. Nunca uma mulher tinha conseguido tantos adeptos a sua beleza como ela. Foi ousada, independente, autônoma e crítica. Tornou-se também "senhora" de próprio destino.




Considerações Finais


Há, pelo menos dois alencares em que desdobrou nesses noventa anos de admiração: o Alencar dos rapazes, heróico, altissonante; o Alencar das mocinhas, gracioso, e sem medo de demostrar a realidade pura e simples como ela é.
Sem dúvida, Aurélia, Lúcia e Hilda Furacão foram mulheres à frente de seu tempo. Mulheres que não se limitaram a posição de simples companheira do homem, ou mesmo uma máquina procriadora. José de Alencar e Roberto Drummond atribuiram outros papéis à suas personagens. Não se submeteram, simplesmente, a cópias ou estereótipos da realidade em que viviam, mas tiveram a capacidade de ser dinâmicos e autênticos, desligando-se da posição privilegiada de homens assumida por elas.



Referências Bibliográficas


ALENCAR, José de. Lucíola. São Paulo: Ática,1995

ALENCAR, José de. Senhora. Rio de Janeiro: Ediouro,1991

BARRETO, Tobias. Crítica de literatura e arte. Rio de janeiro: Record, 1989

CANDIDO, Antônio. Formação da literatura brasileira. Belo Horizonte: Itatiaia,1981.

BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix,1980.

DRUMMOND, Roberto. Hilda Furacão. São Paulo: Siciliano, 1991.

MERQUIOR, José Guilherme. De Anchieta a Euclides. Rio de Janeiro: Topbooks,1996.

RIBEIRO, Luis Filipe. Mulheres de papel: um estudo imaginário em José de Alencar e    
Machado de Assis. Niterói :  EDUFF,1996.

11 comentários:

  1. Lendo este texto, não temos dúvida nenhuma de que sim, a mulher foi e ainda é muito importante na literatura e na sociedade.
    José de Alencar, mesmo sendo romancista, em suas obras Senhora e Lucíola podemos perceber um pouco do toque do realismo, podendo classificar essas duas obras como obras de transição. Em Senhora, Aurélia é uma mulher que por conta de sua vida, tornou-se muito forte, decidida, um exemplo; Alencar discute nesta obra o tema do dinheiro acima de tudo, acima da família e do amor, observamos que os casamentos naquela época eram todos arranjados, tudo era feito através de acordos, os dotes eram postos à venda, a sociedade era movida à dinheiro.
    Então chega uma mulher, que muda o conceito dessa sociedade, ela não terá senhor, ela será a sua própria senhora. Ela é a dona de seu destino. Ela molda o seu amor da maneira que deseja que ele seja.
    Em Lucíola, é proposto o tema da prostituição, onde é mostrado que ao contrário do que era pensado naquela época as prostitutas são pessoas que também possuem sentimentos, que podem ser amadas, que possuem um motivo para estarem daquele jeito. Ao contrário do que a sociedade pensava essa mulher era diferente, ela possuía o direito de amar.
    Já na obra de Roberto Drummond, Hilda Furacão, a prostituta é posta como algo espetacular, Hilda era espetacular, os homens, todos os homens a amavam, já as mulheres a odiavam. Ela possui uma personalidade muito forte, muito cheia de si, orgulhosa de si mesma, Hilda não liga para o que a sociedade fala ou pensa, ela é dona de seu próprio corpo, de seu próprio destino.


    Aluna: Ana Carolina Pereira Ribeiro
    Turma: 901

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  2. Como podemos ver, na época em que José de Alencar escreveu seus romances, a mulher não tinha muitos direitos na sociedade, trabalhando apenas em casa, não podiam sair sem a autorização do marido, não tinham poder de decisão em negócios, pois tudo isso era feito somente pelo marido. Seu papel era de cuidar dos afazeres pertinentes ao lar e na criação e educação dos filhos.
    Porém, José de Alencar, como um escritor romancista e idealista, se destacou na época por retratar a mulher como personagem principal, tomando o lugar do "homem", que desmpenhava esse papel em outras obras, mostrando para o público uma realidade em que a mulher poderia ser vista de uma forma diferente no limite da vida real e fictícia.
    Podemos ver a impressionante forma que Alencar coloca a mulher, com riquezas e autoridade, como vemos em Senhora. Aurélia, personagem principal, tinha dote e por isso tinha autoridade sobre o marido e, como em todas as obras idealistas, possuia também, muita beleza. Outra caractrística interessante é que mesmo com uma vida chata que Fernado, esposo de Aurélia, levava depois que se casara, sendo submetido à autoridade de sua esposa por causa da riquesa que possuia, com tudo isso, ele a amava
    Outra obra muito importante que podemos citar de Alencar é Lucíola, onde retrata a vida de uma prostituta. Hoje pode não ser uma história muito mal vista, até por que, atualmente uma prostituta em alguns casos, é considerada como uma pessoa que desenvolve um emprego. Na época, essa "profissão" era muito mal vista e José mostra ela em suas histórias como uma personagem idealisada, com o papel principal e que mesmo assim poderia amar e se casar com outra pessoa.
    Podemos concluir que ele era um visionário em busca dos direitos das mulheres em uma época voltada aos interesses masculinos.
    Aluno:Gustavo Lengruber do Carmo Amaral
    Escola: ativo

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  3. Essa sempre foi uma das principais características de Alencar, uma das quais eu acho que faz ele se diferenciar muito do restante dos escritores e nesse texto é apresentado um escritor com essa mesma característica, o que me surpreendeu bastante pois ate agora só sabia de um escritor (Manoel Carlos) que se assemelhava ao nosso patriarca, mas a pouca quantidade de artistas que se igualam a ele realça cada vez mais a magnitude da forma de se escrever de Jose de Alencar, pois simples artistas que seguem a risca as modalidades literárias ou seja não causam nenhuma diferença em suas obras, em minha opinião nunca alcançaram aqueles que realmente conseguem se diferenciar dos demais escritores.
    As mulheres de Alencar sempre estavam um passo a frente da sociedade da época essa visão desse fabuloso escritor nem sempre era vista como um ponto positivo em suas obras muitas vezes recebia duros julgamentos sobre as obscenidades que naqueles tempos eram extravagâncias para as pessoas e percebo que a maioria dos críticos que desaprovavam essas exageradas inconveniências e "esqueciam" de se abrir ao restante dos detalhes do livro, onde com certeza achariam algum ponto positivo.
    As mulheres de Alencar tinham um caráter diferencial das outras personagens da época onde demonstravam mulheres frágeis e meigas passando uma imagem angelical. Nosso patriarca mostrou em Senhora os dois perfis de mulher o frágil e a clássica mulher de forte caráter do nosso escritor, a transformação de caráter dessa personagem se deu com o aumento de poder financeiro e assim comprando seu amor e mostrando sua imponência diante dele.
    Aluno: Wenderson F.R.
    Turma:901

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  4. As mulheres hoje em dia tem adquirido cada vez mais direitos e espaços para cargos importantes na política, em espresas e etc. Uma prova disso é a pessoa que ocupa um dos cargos mais importantes do nosso país ( senão o mais importante) é uma mulher, a nossa presidente. Também na Alemanha a pessoa que ocupa o cargo de primeiro-ministro também é uma mulher. Mas existem pessoas conservadoras, de direita, que são contra essa conquista de direitos pela mulher.
    José de Alencar era alguém que queria que a sociedade evoluísse e ,consequentemente, que as mulheres adquirissem mais direitos. Percebe-se isso por algumas das suas obras (como as citadas no texto) onde a personagem pricipal é uma mulher, mas não uma mulher comum, a protagonista tem uma personalidade forte e é vingativa, mas o nosso patriarca da literatura nunca deixou de fora a beleza exótica dela.
    O papel da mulher na sociedade é outra crítica que Alencar faz em suas obras, pois a participação dela na sociedade da época era nula, então ele resolveu colocar essa questão para nós e também mostrar que a mulher não é um objeto de prazer fútil que serve apenas para diversão, mas sim que ela é tão útil quanto os homens.
    São poucos os escritores que fazem isso, aliás, antes de ler esse texto não sabia que havia outro sem ser José de Alencar. Mas isso vem do machismo que ainda assombra a nossa sociedade como um fantasma, só que isso é somente outro preconceito estupido como o racismo, a homofobia e etc.
    Nessas obras de Roberto Drummond e nosso patriarca da literatura, pode-se ver que são atribuidos outros papéis às personagens femininas, não aqueles papéis de uma mulherzinha frágil que é presa a um homem mas sim um papel de pessoas fortes que tentaram lutar pelo o que elas queriam.
    Aluno: Bruno de Lorenzo
    901

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  5. Acho que as mulheres são a principal característica de Alencar, muitas delas são fortes e independentes.
    Existem vários tipos de mulheres, nas suas variadas formas, umas mais conservadas, outras mais espontâneas. Antigamente, as mulheres eram mais reservadas, vendo pelo contexto histórico.
    Quando Alencar lançou suas obras sobre mulheres, não duvido que muitas delas ficaram surpresas pela “coragem” de José em colocar uma personagem com uma forte personalidade, o que não era muito comum na época, e misturar esta personalidade com o romantismo.
    Não sabia que existiu outro escritor, com está mesma característica, demostrar a mulher de um jeito, que poucas pessoas conhecem.
    O mais incrível é que dois homens “lutam” pelos direitos da mulher, mesmo sendo pelas suas obras, sempre querendo retratar em suas historia uma mulher forte, independente mais que sempre necessita do amor (algo vindo do romantismo).
    Na atualidade a mulher já possui vários direitos em diversos lugares, mas muitas ainda não conseguiram, acredito que estes autores escreveram estas obras retratando a mulher, para incentiva-las a lutarem pelos seus direitos na sociedade.
    Giulia Mancini
    901

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  6. O texto a cima, revela uma dos traços principais da literatura de José de Alencar, onde traça o mulher não como apenas uma dona de casa, mas uma mulher com conteúdos.
    José de Alencar é considerado um cara muito avançado para sua época, com a utilização de temas discutidos na atualidade, como por exemplo, a mulher na sociedade, não como uma coisa, mas sim aquela que deve ter seu direito, deve batalhar, conquistar seus diretos. Podemos reparar esses traços em ''Lucíola'’, que era uma prostituta, considerada uma pessoa que não era de Deus, por seus pecados fora de limites, enfim por ser uma prostituta. Mas mostra ser uma mulher humilde, digna, uma humana, que comete pecados.
    Também há a obra ''Senhora'' que revela a Aurélia ,uma mulher sem dotes, sem valor para se casar, perdendo seu amor por isso. Porém mostra ser forte diante dessa situação e depois de receber uma herança ,resolve comprar seu amor e refazê-lo ,tornando em uma pessoa melhor, olha ai o poder da mulher. Uma mulher forte, que não tem tempo ruim.
    Nas obras de José de Alencar podemos notar que há a presença da mulher que irá aparecer décadas depois, sem uma sociedade ''igualitária'', com a mulher com seu direitos. Apesar, que hoje em dia a muito discussão sobre esse tema, porém a cada discussão a mulher consegue se mostra mais forte, como por exemplo, a mulher entrando em cargos políticos.
    Assunto: Bruna de Oliveira
    Turma:901

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  7. A mulher sempre teve um papel rebaixado na sociedade em toda a história, porém isso vem diminuindo durante os anos.
    Há algumas décadas o papel delas ainda era muito pequeno, mais já era algo a mais, como podemos reparar em obras de escritores da época como por exemplo José de Alencar, em seus romances urbanos. Pode-se perceber também que elas não aceitavam facilmente essa condição inferior. Já em obras da atualidade e até mesmo com nossos próprios olhos, é fácil notar que isso mudou, apesar de não totalmente:
    hoje já possuem direitos de cidadania, de educação, igualdade profissional e outros.
    Apesar dos ganhos, em alguns lugares da Ásia e da África existem seitas islâmicas radicais em que mulheres são tratadas como animais, não possuem nem direito a educação.

    Thales Borges - 802

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  8. A mulher sempre foi vista como algo inferior na história da humanidade. Talvez porque ela veio ao mundo depois, mas isso não vem ao caso. A questão é: somos pessoas como todos e devemos ter o nosso valor na sociedade.
    José de Alencar buscava, com suas obras, fazer com eu as pessoas dessem esse valor tão devido a elas. Como exemplos dessas tentativas temos: Senhora e Lucíola.
    Em Senhora, podemos perceber através de Aurélia que, essa personagem (do sexo feminino), só foi valorizada a partir de quando ela teve posse de muito dinheiro. Isso mostra a podridão da sociedade da época. Era exatamente dessa podridão que Alencar queria alertar às pessoas.
    Em Lucíola, podemos ver, através de Lúcia, a exaltação do gênero feminino a partir de quando a história retrata uma mulher sentimental, sensível e doce por traz de uma prostituta.
    Hoje em dia, graças aos nossos antepassados que lutaram muito (como José de Alencar), esse gênero sexual já tem uma introdução maior na sociedade.

    Stella Strecht Santos- 801

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  9. Nos tempos muito antigos, a mulher teve um papel pequeno na sociedade, era vista como um objeto, que era feita para ter filhos e se submeter ao homem porém isto mudou e essa mudança está mais clara nos dias atuais, mas tem quem pensou sobre a maior importância da mulher um pouco antes.
    José de Alencar mudou como a mulher poderia ser vista na sociedade por meio de suas obras. A maioria de seus livros e folhetins foram lidos pela grande porcentagem de pequenas damas da sociedade com o sonho de se casar e encontrar seu amor, e nesses folhetins estavam as personagens únicas e fortes que todas queriam se espelhar. Aurélia é uma delas. Não dependia de ninguém e tinha uma grande personalidade e inteligência, e com ela Alencar mostrou que a mulher não era um negócio a ser comprado, conforme o enredo da história. Há também Lúcia, outra mulher inteligente, porém uma cortesã que encontra o amor, assim Alencar repondo a personagem em forma digna e criticando a sociedade da época.
    Outro exemplo de mulher a frente de seu tempo é Hilda Furacão, em que Roberto Drummond a retratou como uma mulher linda, que era amada e odiada, polêmica e independente, e também uma prostituta, que deixava os homens fracos em sua presença e que decidia o seu próprio futuro.
    Estes autores perceberam que a mulher não é uma parte insignificante na sociedade, ela é autônoma, inteligente e forte que não se prendem a ideais feitos pelos homens, e que ela deve estar muito além de seu tempo, a frente dele.

    Alessandra, 801.

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  10. Christian Almeida Miranda
    801 Ativo

    É bom saber que tivemos outra pessoa que teve os mesmos olhares da ideia de como a mulher poderia ser naquela época, que ela seria forte e independente se ela tivesse força de vontade, e então surgiram algumas mulheres que tiveram essa força.Mas não foram só eles que tiveram esses olhares, porém foram só eles que misturaram essa ideia com seus livros que por acaso falavam sobre romance e então criaram historias de romantismo mostrando a mulher forte e independente na sociedade oque não acontecia na realidade, por isso eles criavam essas mulheres para mostrar para as pessoas como elas poderiam ser na realidade

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  11. Em um túnel de escuridão onde todos pensavam iguais, acendeu-se uma luz, uma luz que nasceu com o intuito de mudar a cabeça da sociedade de um Brasil recém- nascido, tal claridade que finalmente vai valorizar a mulher , a considerando um ser humano digno e não um objeto para ter filhos. Esse foi José de Alencar.
    Sem saber, esse ilustre escritor iniciou uma igualdade de gêneros, que daqui a muito tempo faria com que as mesmas mulheres preservadas de 1800 ao menos agora tenham direitos que nunca imaginaram, ou que foram tiradas o direito de imaginar. Fez tudo isso criando mulheres fortes e maduras(um perigo para a sociedade machista da época), ícones que marcaram a nossa primeira literatura realmente brasileira numa sociedade de tantos preconceitos, onde até os mais miseráveis eram mais respeitados do que as mais ricas e lindas mulheres.
    Mesmo Alencar tendo seu lado indianista e onde o herói é sempre o homem, teve também seu lado feminino, onde as mulheres eram a perola da história, ou seja , as coisas mais valiosas. Pode-se dizer, que ele defendia o lado dos menos respeitado pela sociedade, no qual, temos o homem(índio) e a mulher(cortesã, entre outros).
    Foi na verdade um homem corajoso e na frente de seu tempo, criativo a ponto de sofrer riscos tirando os homens de sua posição privilegiada. Ele simplesmente trocou os lugares das pessoas da sociedade fazendo com que elas vissem o que cada um dos lados sofre.
    Temos também Roberto Drummond que fez seus livros seguindo a mesma linha de raciocínio do senhor Alencar, textos que foram brilhantes, mas que são obras de uma época contemporânea.
    A partir de Lucíola( cortesã que mexe com a cabeça de todos os homens, mas que amou, amou como ninguém, deixando até os maiores homens vulneráveis ao seu poder) e Aurélia(mulher qual causava inveja em todos e que sua inteligência poderia a ser comparada a um homem, sempre sábia e decidida, mas ao mesmo tempo doce, um belo exemplo de pessoa com aparência de mulher, mas forte como qualquer homem tentou ser, ou então uma mulher de verdade se você preferir chamar assim) foi o mestre de uma forma de escrita que poucos ousaram em escrever.
    Alencar mostrou que menina não é sinônimo de princesa frágil e que espera um príncipe para se casar e só assim ser feliz para sempre, mas sim, mostrou que mulher é uma pessoa batalhadora e inteligente que não precisa viver na custa de nenhum homem que iria as bater e as fazer chorar. O mais interessante de tudo isso, é que os folhetins eram lidos por um publico maior de mulheres jovens procurando o amor, o homem da vida delas, tentando achar laços de matrimônio, e foi para essas mesmas meninas que ele mostrou a força que elas tem, a raça de lutar contra um homem para ganhar. Afinal Deus não criou a mulher em vão, todos nascem para algo em especial.
    Eduarda Raposo-801

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