domingo, 16 de fevereiro de 2014

Te Contei,não ? - Vai falta água

 

Após seis meses de chuvas abaixo da média e com os reservatórios quase secos, governo de São Paulo pede para população economizar água, mas racionamento é inevitável e já atinge mais de 20 cidades

Ana Carolina Nunes (acarol@istoe.com.br)
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Os moradores de São Paulo e de cerca de 10 cidades da Região Metropolitana da capital paulista aguardam apreensivos os desígnios da mãe natureza nesta próxima semana. Caso a estiagem, que já dura pelo menos seis meses na região, não dê trégua nos próximos dias, cerca de 8 milhões de pessoas terão que conviver, por tempo indeterminado, com a incômoda experiência de enfrentar um racionamento de água. Apesar de estar chovendo abaixo das médias históricas desde agosto, os paulistas foram pegos de surpresa pelo anúncio de que era crítica a situação dos reservatórios do Sistema Cantareira, uma complexa rede de túneis e reservatórios que captam água de vários rios da região e que abastecem não só a capital paulista, como mais de 10 cidades da Região Metropolitana de São Paulo.
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As barragens que abastecem quase 10 milhões de pessoas
em São Paulo estão no menor nível em uma década
No sábado 1º, a Sabesp, companhia de Águas e Esgoto, tirou da gaveta um plano de emergência para tentar convencer a população a reduzir o consumo de água. De acordo com a empresa, quem conseguir baixar o consumo em pelo menos 20% terá um desconto de 30% na conta. O problema, segundo especialista, é que a medida pode ter vindo tarde demais. “No dia 19 de dezembro nós já estávamos recomendando o racionamento parcial em todo o sistema e a situação já estava crítica ali”, diz Francisco Lahóz, secretário-executivo do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), que abastece o sistema. A Sabesp, no entanto, preferiu acreditar que janeiro seria mais chuvoso do que apontavam as previsões. Procurada, a a estatal paulista não quis se pronunciar sobre a questão.
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Desde setembro, os serviços de meteorologia já apontavam que o verão seria bem mais seco que o habitual. Naquele mês, por exemplo, chovera apenas um terço dos habituais 91,5 milímetros. Outubro e novembro também registraram volumes abaixo da média histórica, comprometendo os reservatórios. Quando dezembro chegou, os volumes no Sistema Cantareira já estavam próximos a 30%. Foi no último mês do ano que a situação ficou ainda mais crítica. Em geral, chove 226 milímetros ao longo dos 31 dias do mês. Em 2013, esse volume ficou abaixo de 63 milímetros. “A empresa poderia ter iniciado uma campanha ou até mesmo um racionamento, para poupar os reservatórios”, diz Rene Vicente, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema).
A Sabesp não é monopolista no Estado de São Paulo. Em muitas cidades da região em que o tratamento e a distribuição de água não ficam por sua conta, os programas de racionamento já começaram. Em Jundiaí, por exemplo, o alerta para redução de consumo e racionamento temporário começou no início de janeiro. Outras seguiram o mesmo exemplo. Ao todo, quase 20 cidades no Estado já decretaram ou estão em vias de decretar o corte no abastecimento por algumas horas do dia. O consenso entre essas cidades é de que a situação pode ficar ainda mais crítica após o verão, período natural de estiagem nessa região do Estado de São Paulo.
O governador Geraldo Alckmin, por sua vez, procurou acalmar a população. “Há uma expectativa de chuva a partir do dia 15 de fevereiro. O estímulo à economia de água com desconto, se tivermos chuvas a partir do dia 15, acredito que será suficiente para não termos racionamento”, disse.
Diante dessa perspectiva, cabe agora aos paulistas abrir mão, ainda que por uns dias, da proteção de São Paulo, o padroeiro da cidade, e apelar para a ajuda de São Pedro, o padroeiro – ironias à parte – dos pescadores.

Foto: Nelson Antoine/Fotoarena/Folhapress

2 comentários:

  1. Nós seres Humanos devemos cuidar melhor da água pois quando tivermos filhos eles podem ter que racionar água ou até ficar sem.

    Heitor Dutra Delage da Silva
    Turma:801

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  2. é incrível como a água pode acabar tão rápido... mas o mais incrível é que samos nós que gastamos
    de:Breno miranda

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