Médicos alertam para malefícios do fumo, mas ressaltam os benefícios do uso medicinal
Rio - ‘A diferença entre o remédio e o veneno está na dose’. O ditado é do
século 16, mas se aplica a uma discussão atual e polêmica: o uso medicinal da
maconha. A prática ainda não é regulamentada no Brasil, mas já há esforços junto
à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para que pelo menos um
medicamento feito à base da erva seja permitido aqui: o Sativex, que atua contra
dores causadas por espasmos em portadores de esclerose múltipla.
Engana-se quem pensa que cigarros de maconha têm efeitos terapêuticos. O
Sativex, por exemplo, é um spray oral. Segundo especialistas, o hábito de fumar
a erva, na verdade, pode levar ao câncer e à atrofia cerebral, entre vários
outros males. Os benefícios comprovados da maconha se limitam a quatro
canabinoides contidos na erva, entre eles o Canabidiol (CBD) e o THC (do inglês
Tetrahydrocannabinol). Com eles, são feitos comprimidos ou líquidos.
O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) e o diretor do Centro
Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), Elisaldo Carlini,
se reuniram em dezembro com a direção da Anvisa. Segundo o parlamentar, foi
protocolado pedido de importação do Sativex. “O paciente precisa de receita
médica para importar. Não é preciso que o remédio seja regulamentado no Brasil”,
disse. O Sativex é da britânica GW Pharmaceuticals. O uso já é autorizado em
países como Canadá, Espanha, Reino Unido, Alemanha e Portugal.
Dificuldade para pesquisa
Fabrício Moreira, professor de Farmacologia de Universidade Federal de Minas
Gerais, analisa a atuação do canabinoide CBD no tratamento de ansiedade, crise
do pânico e epilepsia. Os estudos são feitos em animais. Ele reclama da
dificuldade em conseguir autorização da Anvisa para experimentos. Testes acabam
sendo feitos com instituições no exterior.
Desde 1977, Antonio Zuardi, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto,
estuda o CBD. Segundo ele, a substância teria efeito antipsicótico. Pesquisa
alemã mostrou que atenuou sintomas de esquizofrênicos, com menos efeitos
colaterais.
“O THC em doses elevadas pode produzir efeitos indesejáveis, como crises de
pânico. O CBD é desprovido dos efeitos psicoativos”. Elisaldo Carlini, do
Cebrid, lembra que há pessoas que não respondem bem a medicamentos ‘normais’.
“Estamos privando esses pacientes de um novo remédio”, aponta.
Discussões no mundo todo
As discussões sobre a legalização da maconha — para uso recreativo ou
medicinal — ganham cada vez mais destaque em todo o mundo. Em pelo menos quatro
países, já é liberado ou tolerado o fumo da droga: Uruguai, Espanha, Coreia do
Norte e Holanda. Nos EUA, a prática só é permitida no Estado do Colorado e será
em breve no de Washington.
Já outras nações, como Canadá, Israel e República Tcheca só legalizaram o uso
medicinal. O mesmo ocorre em outros 19 estados norte-americanos. O vigésimo a
aderir deverá ser a Flórida.
Na Cidade do México, a prefeitura deverá sancionar nos próximos meses lei que autoriza o uso recreativo e também medicinal da maconha. O projeto ganhou semana passada apoio formal de quatro ex-presidentes latino-americanos, entre eles o brasileiro Fernando Henrique Cardoso.
Na Cidade do México, a prefeitura deverá sancionar nos próximos meses lei que autoriza o uso recreativo e também medicinal da maconha. O projeto ganhou semana passada apoio formal de quatro ex-presidentes latino-americanos, entre eles o brasileiro Fernando Henrique Cardoso.
Tudo faz mal no extremo, comida, bebida e até água (se bebermos em muita quantidade). No caso da maconha é relativo, pois se olharmos no ponto de vista da medicina ela faz bem em pequenas quantidades, seria o mesmo princípio da morfina que alivia a dor, mas se enjerida em grandes quantidades pode até viciar. Nos EUA é liberada e cada dia ajuda milhares de pessoas, lá também existem viciados netas ervas, mas em que lugar não existe. O que tem que ser feito é a conscientização, pois não pode banir uma coisa que nas circunstâncias corretas pode ajudar as pessoas, a maconha não é como o crack que não faz bem a ninguém. É só acontecer à conscientização e nada, mas.
ResponderExcluirAluno:Heitor Dutra Delage da Silva
Turma:801