Meta de despoluição até as Olimpíadas terá reforço de unidades de tratamento fluviais
Rio - É uma espécie de prova olímpica. O governo estadual fechou um
compromisso com o Comitê Olímpico Internacional (COI) de entregar a Baía de
Guanabara com 80% das suas águas despoluídas até as Olimpíadas do Rio, em 2016.
Mas é preciso respirar fundo e acelerar. Um dos principais projetos criados para
atingir a meta, a implantação das seis Unidades de Tratamento de Rios (UTRs),
com orçamento estimado em R$ 354 milhões, só teve uma estação que saiu do papel:
a do Rio Irajá, que está praticamente pronta.
Ela foi anunciada para novembro de 2012, mas atrasou. A promessa, agora, é
que comece a funcionar em março. Segundo a Secretaria Estadual de Ambiente, os
seis rios que receberão as unidades são os que têm maior concentração de
poluentes despejados na baía. Além do Rio Irajá, o programa contempla os rios
Pavuna-Meriti, Sarapuí, Imboaçu, e os canais do Mangue e do Cunha.
Além da unidade de Irajá, só a UTR do Pavuna-Meriti tem data
definida: setembro de 2014. Porém, as obras ainda nem começaram. As outras não
têm previsão para início da construção. É preciso dar um acelarada nesta
corrida. Segundo o biólogo Mário Moscatelli, as unidades devem começar a operar
até meados de 2015, para que a meta possa ser atingida.
“A construção dessas UTRs é uma solução emergencial, a curto prazo,
para atender às Olimpíadas, mas não substitui o saneamento. Para que dê tempo de
as unidades tratarem dos rios, a estações devem começar a operar em junho de
2015. Para isso, a obras devem começar logo. Assim, teremos possibilidade de dar
uma resposta ambiental adequada, a tempo dos Jogos”, declarou Moscatelli, que é
coordenador do Projeto Olho Vivo, que monitora de helicóptero os problemas
ambientais.
Ele lembra que medidas de longo prazo devem ser implantadas: “A UTR é o
mecanismo tecnológico para impedir o bombardeamento da baía e seus ecossistemas
existentes. Mas são políticas permanentes nas áreas de habitação, transporte e
saneamento, além da educação ambiental, que resolverão”, declarou o
ambientalista.
Apesar de evitar o despejo de esgoto na Baía Guanabara, as estações
de tratamento de rios não são a única medida que as autoridades estão tomando.
Segundo a secretaria, elas são um ‘complemento’ ao saneamento, principalmente em
áreas onde houve ocupação desordenada e com obstáculos para instalar redes de
tratamento de esgoto. A Baía de Guanabara vai abrigar competições de iatismo nas
Olimpíadas de 2016.
UTR tem alta capacidade
Segundo a Secretaria Estadual de Ambiente, o órgão está investindo, junto com
o Inea, R$ 40 milhões na construção da UTR do Rio Irajá. As obras da unidade do
Rio Pavuna-Meriti, previstas para janeiro, não começaram: segundo a secretaria,
ela está na fase de detalhamento do projeto para aquisição de equipamentos e
implantação do canteiro de obras. A previsão é que seja entregue em setembro
deste ano.
Apesar de afirmar que as demais UTRs estarão prontas até 2016, a secretaria
não informou as datas de início das construções. A UTR tem capacidade para
tratar e remover 80% de carga orgânica do rio. Ainda conta com barreiras que
bloqueiam a chegada de resíduos sólidos nos rios. Já o esgoto que ali é
despejado é tratado,e o lixo vai para aterros sanitários. Já existem UTRs,
administradas pela prefeitura,como a do Arroio Fundo , em Jacarepaguá; a de
Guaratiba; a do Aterro do Flamengo; e outra na Rocinha.
12 frentes para a despoluição
O governo estadual criou, em 2011, o Plano Baía de Guanabara Limpa, orçado em
R$2,5 bilhões, segundo a Secretaria Estadual de Ambiente. O programa contempla
12 ações, entre elas a implantação das Unidades de Tratamento de Rios; a
ampliação dos sistemas de tratamento de esgoto; o programa Sena Limpa (para
despoluir as praias da cidade); e o de saneamento ambiental de 15 municípios do
entorno da Baía (Psam).
Segundo a Cedae, responsável pelo saneamento, há cinco Estações de Tratamento
de Esgoto (ETEs) em operação. A da Ilha do Governador trata 500 litros por
segundo (l/s), com meta de, até 2016, chegar a mil l/s. A Estação Alegria tem
capacidade para 2.500 l/s. A Estação da Pavuna, (1,5 mil l/s), foi inaugurada na
última sexta e custou R$ 485 milhões. A Sarapuí trata 1.500 l/s. Há ainda a da
Penha (mil l/s) e da Barra (1.600 l/s), que não têm influência na Baía. A
estação São Gonçalo, que terá capacidade para tratar mil l/s, será inaugurada
este ano
JORNAL O DIA
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