terça-feira, 20 de março de 2012

Crônica do Dia - Dinheiro não basta para enriquecer





Os brasileiros ainda não sabem poupar como deveriam. Engana-se quem acredita que cortar gastos e acumular para o futuro é suficiente para enriquecer. Ter dinheiro está longe de ser uma boa tradução do conceito de riqueza. Se eu tivesse de apontar alguns ingredientes fundamentais na construção de riquezas num país ou numa família, dinheiro apareceria perto do final de minha lista. Antes dele, é importante desenvolver autoconhecimento.

Para um país, é preciso conhecer detalhadamente suas fragilidades e mazelas antes de se espelhar nos métodos de crescimento de outros países. Isso é um problema para o Brasil, pois aqui a pesquisa e a estatística ainda engatinham. Na vida das famílias, não é diferente. Antes de pensar em poupar para o futuro, é importante descobrir o que queremos dele. E, a partir daí, devemos estabelecer metas claras. Poupar não é prazeroso, mas perseguir o que realmente queremos ou aquilo que sonhamos é um bom motivo para gastar menos no presente.

Para amadurecer em termos de autoconhecimento, é preciso conversar abertamente sobre dinheiro, planos e dificuldades. Também sobre vontades. São assuntos que, na correria da vida moderna, parecem proibidos. Uma das dificuldades é esse tipo de discussão ameaçar desestabilizar a harmonia da família, uma vez que sugere que as pessoas saiam de sua zona de conforto.

Com o autoconhecimento, é possível fazer boas escolhas de consumo e de investimento. Antes de cortar gastos, é importante dar prioridade à qualidade do consumo, para que o ato de economizar não se traduza em sofrimento. E, quando o dinheiro sobra, é preciso atenção para a qualidade do investimento, para que o dinheiro economizado se multiplique de maneira honrosa. De nada adianta reservar muito dinheiro para o futuro e desperdiçar oportunidades de multiplicá-lo.

Falta-nos qualidade nas escolhas que envolvem dinheiro. Parte da deficiência vem da ainda rara educação financeira nas escolas. Parte vem da abordagem secundária que é conferida à filosofia, a disciplina que nos ensina a duvidar e questionar. Gastando mal, erramos mais e obtemos menos prazer do consumo. Na busca de outras fontes de satisfação, consumimos compulsivamente, sem regras ou sem reflexões. Pagamos juros quando não precisaríamos.

Com isso, as finanças da família brasileira continuam precárias. A poupança, se suficiente no esforço, não é suficiente no resultado final. E o Brasil continua dependendo do dinheiro de países mais ricos para sustentar seu crescimento. Já é hora de cuidarmos melhor de nosso umbigo.


Gustavo Cerbasi
Revista Época 

Um comentário:

  1. O texto “dinheiro não basta para enriquecer” é uma foto atual de coisas que desrespeita a falta de saber dos brasileiros, em relação ao poder de enriquecer, muitas pensam erra, ou simplesmente não sabem come, e de que forma podem ganhar e usa dinheiro de forma correta, pois boa parte não desenvolve o autoconhecimento uma peça importante, e fundamental na formação de capital, e de forma de se aproveitar o dinheiro.
    No Brasil estamos sem um conhecimento bem formado fixo, e desenvolvido com o assunto de autoconhecimento, que seria basicamente uma base para você poder crescer, poder saber fazer a escolha certa, e ver pontos fracos e fortes de economia brasileira, que cada dia tem mais a oferecer, porem se a cabeça das pessoas forem mais clareadas, mais pessoas vão poder visar o que irão fazer com seu capital. Precisamos de mais harmonia entre a família, precisamos pensar, pois guardar dinheiro não quer dizer enriquecer, e sim guardar sem visões que irão lhe fazer reconhecer o que você guardou, ou simplesmente,ente juntar para gastar no o que você gosta , assim não oferecendo a visão econômica da coisa certa ou da melhor coisa para você, pois o acumulo de capital pode ser bem útil se você visa usar o dinheiro para investir em seus empreendimento , que lhe darão o lucro que você conseguiu, que você adquiriu com o bom uso do dinheiro, podendo assim fazer de seu dinheiro que você juntou um bom tempo, em uma empresa que lhe trará o que você conseguiu e não o que você pegou ao adquirir na sorte.
    O texto tem um tema que poder se visto em um dia normal quando alguém diz “estou desde o ano passado esperando a promoção de verão para gastar meu dinheiro” isso e o texto discutido poderá fazer você pensar diferente, pensar mais antes de juntar dinheiro para uma viagem, ou antes de juntar para planejar compras, sem uma visões econômicas futuras , pois o que ficará rico , será aquele que souber como usar e de que maneira usar o dinheiro adquirido ao longo período .
    Bruno 901

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