POR BRUNO MENEZES
Rio - Um travesti é assassinado por dia em ataques homofóbicos na Baixada Fluminense, de acordo com levantamento informal feito pelo Centro de Referência LGBT, órgão da Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos. O crescente número de homossexuais, travestis e trangêneros agredidos por motivação homofóbica fez com que as autoridades estaduais planejassem a abertura de mais quatro centros de referência, além dos três já existentes. Dois deles, de acordo com Cláudio Nascimento, coordenador do Programa Rio Sem Homofobia, neste semestre.
“Temos um grande número de vítimas de ataques homofóbicos na Baixada Fluminense. E isso nos fez pensar em abrir um novo centro na região. Além de Caxias, a partir de junho também vamos oferecer serviços em Nova Iguaçu, abrangendo mais 10 municípios”, disse Nascimento. Segundo ele, outra cidade que também receberá um centro no mesmo mês será Niterói, onde também há grande número de homossexuais desassistidos. Os outros dois serão abertos em Cabo Frio e em Macaé até o mês de novembro.
Além de acompanhamento psicológico e social, os centros também oferecem apoio jurídico a vítimas de agressão motivadas por homofobia. “Buscamos informações sobre as investigações junto às delegacias e cobramos que os registros sejam feitos indicando a motivação homofóbica. É importante para que tenhamos estatísticas reais do que acontece no Rio”, explica o coordenador do Centro de Referência LGBT do Centro do Rio, Almir França.
De acordo com o órgão, de fevereiro de 2009 a março de 2011, 970 ocorrências foram registradas em 87 delegacias do Rio de Janeiro.
Dormência no rosto e braço quebrado
Com o lado esquerdo do rosto dormente, problemas na visão e na arcada dentária, além do braço esquerdo quebrado, o auxiliar administrativo Ricardo Sebastião Silva, de 34 anos, tenta esquecer da sessão de espancamento a que foi submetido na madrugada do dia 11.
“Estava na Praia do Recreio e cinco pessoas, entre elas uma mulher, já me acordaram com agressão. Cheguei a desmaiar. Estou chocado com o que aconteceu, mas tenho que seguir em frente. Sou gay, sim, e as pessoas precisam me respeitar”, desabafa.
Investigação com rapidez
Para a polícia, as políticas públicas para a comunidade LGBT, como o Disque Cidadania (0800-0234567), oferecem segurança para que as vítimas procurem as delegacias e registrem as agressões. “No caso do Ricardo, por exemplo, acredito que nossa atuação foi exemplar pela rapidez com a qual a polícia foi alertada da agressão. Prendemos três envolvidos, um deles estudante de Direito, por tentativa de homicídio”, conta a titular da 42ª DP (Recreio), delegada Adriana Belém. Os três estão presos no Presídio Ary Franco, em Água Santa.
Jornal O Dia
Eu acho muito errado alguém ser recriminado por sua opção sexual,imaginem, agredidos.... As pessoas passam dos seus limites quando participam de uma burrice coletiva que se chama preconceito.
ResponderExcluirTodos temos que entender que julgar os outros por qualquer coisa que seja, não nos faz melhor do que ninguém e que mesmo que não aceitemos as escolhas de todos, não cabe a nós julgá-las.
A homossexualidade não é doença, mas a homofobia, sim... Doença na alma, porque por dentro, somos todos iguais: temos órgãos,sangue, cérebro e na verdade, todos temos coração, apenas existem alguns que não sabem usá-lo em alguns aspectos.
Nós nascemos e somos livres para fazer nossas escolhas... Podemos não aceitar muitas, mas respeitar é dever de todos, seja a opção sexual ou qualquer outra que exista um pouco de preconceito.
Ninguém escolhe a quem ama e sinceramente, eu não acho que nenhum de nós temos o direito de fazer esse tipo de barbaridade que está acontecendo,mas a homofobia nasce em cada dia, no interior de várias pessoas, de acordo com o que vivemos e escutamos.
Com certeza, esse tipo de preconceito, é a maior prova de que a maioria de nós somos desprovidos do amor, da união e da inteligência.
Assassinar alguém por sua vida pessoal, algo que não irá interferir em nosso dia a dia realmente é esdrúxulo e, por isso, acho que temos que aceitar que existem sim, pessoas diferentes de nós, e não, isso não é crime.
Giulia-701
Para mim nunca vamos conseguir acabar com a homofobia, não importa o que você faça, se alguém já pensa daquele jeito, ninguém vai poder mudar seus pensamentos. Eu acho que nós só conseguimos ver o problema depois que a imprensa o encontra, porque se alguém quer mesmo acabar com isso, ele vai procurar uma forma para acabar com o mal pela raiz, e não deixa-lo florescer.
ResponderExcluirAs soluções para esse problema são as mais variadas possíveis, centros, psicólogos e outros, mas as vezes penso, será que isso ajuda mesmo? Pessoas continuarão morrendo e sendo agredidas por conta disso, mas se o ato homofóbico é o resultado de ignorância por que não começarmos por ai? Pense bem, com menos pessoas ignorantes vem menos pessoas preconceituosas, e como todos sabem, a chance de diminuir a homofobia vai aumentar
Pessoas são livres para ser como querem não importa se querem ser gays, travestis, etc. Esses são eles e devemos aceitar, são humanos. Só acho que não vão ser com centros que vocês vão acabar com isso, para falar a verdade eu me sentiria ofendida se abrissem um centro para mim porque sou diferente de alguém, e acho que muitos deles também pensam assim.
Na minha opinião, se quisermos amenizar esse mal devemos acreditar na justiça e deixar que os culpados realmente paguem pelos seus atos. Sempre haverá mortes e agressões no nosso mundo, as pessoas são malvadas, as vezes não depende nem se você é negro ou gay, tudo depende da sua sorte.
Eduarda Raposo-701