sábado, 19 de abril de 2014

Analisando Manuel Bandeira - Poema "Unidade" - Heitor Dutra Delage da Silva

Unidade

Minh’alma estava naquele instante
Fora de mim longe muito longe

Chegaste
E desde logo foi Verão
O Verão com as suas palmas
os seus mormaços
os seus ventos de sôfrega mocidade
Debalde os teus afagos insinuavam quebranto e molície
O instinto de penetração já despertado
Era como uma seta de fogo

Foi então que min’alma veio vindo
Veio vindo de muito longe
Veio vindo
Para de súbito entrar-me violenta e sacudir-me todo
No momento fugaz da 
unidade.




Manuel Bandeira escreveu esse poema para expressar um amor que ele já teve só que não deu certo.

Existe um mito grego que conta, que os homens e as mulheres nasceram juntos como uma alma gêmea ou uma “unidade”, só que um dia, um deus chegou e os separou, deixando-os (homens e mulheres) sem a sua outra metade.

Ele quis dizer que antes de conhecê-la, a vida dele era um inverno sem nada de especial, sem carinho, e amor.

Quando a conheceu, o inverno virou verão e então por um breve momento ele pensou que seria feliz de novo. Mas infelizmente isso não aconteceu, pois quando ela descobriu que seu amado era tuberculoso o abandonou no mesmo instante, e a vida de Manuel voltou como era antes.

Heitor Dutra Delage da Silva 
Turma 801 / Ativo 2014




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