O Romantismo, na sua transição da segunda para a terceira fase, assumiu um caráter extremamente individualista, em que os temas preferidos dos autores eram o subjetivismo, o pessimismo, a boêmia, a dúvida, a desilusão, entre outros. Essa característica foi influenciada pelo poeta inglês Lord Byron, o qual produziu uma Literatura caracterizada pelo egocentrismo, narcisismo, pessimismo, angústia e, por vezes, pelo satanismo. Então, podemos inferir que o byronismo é a expressão artística marcada pelo grotesco...
O gênero mais cultivado foi a poesia lírica, de fundo filosófico e pessimista, onde a idéia de morte e amor infeliz estava sempre presente. Para mais informações leia Álvares de Azevedo, Lord Byron, Casimiro de Abreu e Fagundes Varela.
O Byronismo
Álvares de Azevedo pode não ter participado das orgias ditas “byronianas” dos colegas do seu tempo. Mas ficaram fortemente impressas na sua obra as marcas desse tempo em que, segundo o seu contemporâneo de Faculdade, José de Alencar, “todo estudante de alguma imaginação queria ser um Byron, e tinha por destino inexorável copiar ou traduzir o bardo inglês”.
George Gordon, nascido pobre e manco em 1788, herdou, aos 16 anos, o título de Lord Byron e o castelo de Newstead. Espantou a sociedade aristocrática londrina com seus sucessivos e ruidosos casos amorosos, inclusive com sua meio-irmã Augusta, viajou por toda a Europa em busca de emoções, envolveu-se amorosamente tanto com homens quanto com mulheres, e morreu aos 36 anos, vítima da tuberculose,agravada por um ferimento em batalha, lutando pela libertação da Grécia, em 1824.
Em meio a toda essa agitação existencial, que se tornou o paradigma do homem romântico que busca a liberdade, Byron escreveu uma obra grandiloqüente e passional. Encantou o mundo inicialmente com seus poemas narrativos folhetinescos, em que não faltam elementos autobiográficos, como Childe Harold’s Pilgrimage, e depois o assustou com a faceta satírica e satânica que apresenta em poemas como Don Juan.
O cinismo e o pessimismo de sua obra haveriam de criar, juntamente com o mirabolante de sua vida, uma legião de jovens poetas “byronianos” por todo o mundo. Na França, Alfred de Musset encontraria nele o melhor exemplo do homem ( e do poeta ) que quebra todas as regras sociais e vive guiado apenas pela emoção. Sua versão do “byronismo”, é, no entanto muito mais adocicada e sentimental, faltando-lhe muito da ironia sarcástica do inglês. No Brasil, na época radicalmente francófilo, lia-se muito mais Musset do que Byron. Foi o francês, na verdade, com a sua versão açucarada de Byron, quem mais influenciou o “Ultra-romantismo” de Casimiro de Abreu e das primeiras produções poéticas de Álvares de Azevedo.
Impregnado pelo “mal-do-século” - o tédio e a melancolia que a medicina da época imaginava fruto de uma bile negra produzida no baço ( em inglês: “spleen” ) - e sofrendo a “doença da moda”, como definiu a tuberculose o poeta inglês Shelley, Álvares de Azevedo imaginou, na sua obra ao menos, todo um universo de devassidão e pecaminosidade pelo qual se tornaria conhecido como o “Byron brasileiro”. Iniciou-se, no entanto, muito mais como um “Musset brasileiro” e, aos poucos, foi incorporando a` sua poesia a ironia cortante de George Gordon.
A divisão da Lira dos Vinte Anos em partes corresponde a essa evolução. O livro parte do romantismo sonhador e sentimental na Primeira Parte, para alcançar o seu ápice no romantismo irônico e auto-crítico da Segunda. Do Byron-Musset ao Byron-Byron.
George Gordon, nascido pobre e manco em 1788, herdou, aos 16 anos, o título de Lord Byron e o castelo de Newstead. Espantou a sociedade aristocrática londrina com seus sucessivos e ruidosos casos amorosos, inclusive com sua meio-irmã Augusta, viajou por toda a Europa em busca de emoções, envolveu-se amorosamente tanto com homens quanto com mulheres, e morreu aos 36 anos, vítima da tuberculose,agravada por um ferimento em batalha, lutando pela libertação da Grécia, em 1824.
Em meio a toda essa agitação existencial, que se tornou o paradigma do homem romântico que busca a liberdade, Byron escreveu uma obra grandiloqüente e passional. Encantou o mundo inicialmente com seus poemas narrativos folhetinescos, em que não faltam elementos autobiográficos, como Childe Harold’s Pilgrimage, e depois o assustou com a faceta satírica e satânica que apresenta em poemas como Don Juan.
O cinismo e o pessimismo de sua obra haveriam de criar, juntamente com o mirabolante de sua vida, uma legião de jovens poetas “byronianos” por todo o mundo. Na França, Alfred de Musset encontraria nele o melhor exemplo do homem ( e do poeta ) que quebra todas as regras sociais e vive guiado apenas pela emoção. Sua versão do “byronismo”, é, no entanto muito mais adocicada e sentimental, faltando-lhe muito da ironia sarcástica do inglês. No Brasil, na época radicalmente francófilo, lia-se muito mais Musset do que Byron. Foi o francês, na verdade, com a sua versão açucarada de Byron, quem mais influenciou o “Ultra-romantismo” de Casimiro de Abreu e das primeiras produções poéticas de Álvares de Azevedo.
Impregnado pelo “mal-do-século” - o tédio e a melancolia que a medicina da época imaginava fruto de uma bile negra produzida no baço ( em inglês: “spleen” ) - e sofrendo a “doença da moda”, como definiu a tuberculose o poeta inglês Shelley, Álvares de Azevedo imaginou, na sua obra ao menos, todo um universo de devassidão e pecaminosidade pelo qual se tornaria conhecido como o “Byron brasileiro”. Iniciou-se, no entanto, muito mais como um “Musset brasileiro” e, aos poucos, foi incorporando a` sua poesia a ironia cortante de George Gordon.
A divisão da Lira dos Vinte Anos em partes corresponde a essa evolução. O livro parte do romantismo sonhador e sentimental na Primeira Parte, para alcançar o seu ápice no romantismo irônico e auto-crítico da Segunda. Do Byron-Musset ao Byron-Byron.
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