sexta-feira, 11 de maio de 2012

Entrevista - Rita Lee



Falar com Rita Lee não é tarefa fácil. Há anos ela só faz (pouquíssimas) entrevistas por e-mail. Depois que anunciou sua aposentadoria então, a eterna ovelha negra do rock passa a maior parte do tempo em seu sítio em Cotia, no interior de São Paulo. Mas, apesar da aparente reclusão, está bem longe de se afastar da vida artística. Ela se prepara para lançar novo álbum, Reza (Biscoito Fino). A música de trabalho que leva o mesmo nome do CD, detalhe, desbancou a inglesa Adele nas vendas do iTunes brasileiro e está na trilha da novela Avenida Brasil. Para provar que não vai se afastar de vez, Rita também acaba de gravar o clipe de Reza em sua granja no interior. A direção é de Ricardo Spencer, que assina o roteiro num clima vintage inspirado na obra do francês Gerges Méliès, um dos precursores do cinema. Rita bateu um papo que está na edição impressa da nossa coluna em ÉPOCA.
Por que é tão difícil falar com você?
Já não aguento aquela situação do jornalista escrever no bloquinho, entendendo errado e saindo matérias de acordo com a veneta dele. Quando há 12 anos optei por responder entrevistas por e-mail, os jornalistas ficaram putos. Mas, hoje somos todos moderninhos.
E a tão falada aposentadoria?
45 anos direto na estrada está de bom tamanho. É aposentadoria dos palcos, apenas. Vou ser rata de estúdio agora, continuar compondo e gravando, disso não me canso nunca.
O que se pode esperar do clipe?
Reza foi todo feito em casa, com o universo sonoro do planeta, no conforto da nossa garagem. Pode ouvir o disco sem medo e assistir ao clipe, deliciosamente filmado num bosque durante uma caminhada em casa. A ideia era mergulhar no clima de ‘em busca do destino’. Pensou-se numa caminhada pela floresta onde, en passant, pulam criaturas do bem e do mal, iguais a essas que a gente encontra todos os dias. Haja proteção nessa ilusão que é a vida.
A internet ainda ocupa grande parte do seu tempo?
Fui bem mais viciada em internet do que sou hoje. Twitter é o meu negócio, me encanta esse hospício. Lá não há meio termo, ou você encontra gênios ou antas. Gosto dos dois.
Como se define no atual momento da sua vida?
Uma velhinha fofinha.

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