terça-feira, 15 de maio de 2012

Te Contei, não ? - Você sabe onde Castro Alves nasceu ?



No início do século XIX ocorreu o desmembramento da Sesmaria do Aporá, dividida em duas, uma das quais foi doada a João Evangelista de Castro Tanajura. Após tentativas de colonizar as terras dominadas pelos índios cariris e sabujás (descendentes dos tupinambás), que atacaram o primeiro local escolhido para instalação da sede da fazenda, os desbravadores, comandados pelo Capitão-Mór Antonio Brandão Pereira Marinho Falcão, escolheram finalmente um local às margens da nascente do Rio Jaguaripe e das estradas das boiadas, para a instalação da casa sede da fazenda, capela, cemitério e currais. Devido aos pequenos currais construídos para abrigar as boiadas que provinham do sertão para as Minas Gerais e vice-versa, a fazenda recebeu o nome de Curralinho. A fazenda prosperava e logo no local se formou um arraial com o mesmo nome. Baseando sua economia na pecuária e na lavoura fumageira, a fazenda/arraial prosperou até ser elevado à categoria de Vila em 26 de junho de 1880. Em 1881 foi inaugurada a ferrovia, dando novo impulso ao desenvolvimento local. Em 22 de junho de 1895 ganhou fôro de cidade e em 25 de julho de 1900 passou a denominar-se Castro Alves, homenageando o grande poeta que viveu nestas terras.

No casarão da Fazenda Curralinho ocorreu o casamento dos pais do poeta (30/11/1844); também nasceu neste local o primo do poeta: o General Dionísio Evangelista de Castro Cerqueira (02/04/1847). Contam que, por conta dos constantes ataques dos índios à sede da fazenda, a mãe do poeta preferiu tê-lo na Fazenda Cabaceiras (terras pertencentes à Fazenda Curralinho). Também no casarão o poeta passava férias e ali escreveu vários poemas. Com a pecuária, a indústria fumageira e a ferrovia, Castro Alves/BA cresceu rapidamente, tornando-se uma das cidades mais importantes do Recôncavo baiano. A lavoura fumageira e os armazéns de fumo produziam a riqueza de nosso município, a qual era levada pelos trens de ferro para a capital, com destino ao exterior.

O belo casario colonial; as filarmônicas (Lira e Bomfim); o belíssimo coreto onde ocorriam as disputas das filarmônicas; os clubes sociais (Grêmio Lítero-recreativo, Líder Clube Bomfim, Lyra Tênis Clube); o cinema; o sistema de sonorização (A Voz da Liberdade); as belas praças e jardins; a fonte luminosa; a estátua do poeta e os bustos homenageando pessoas ilustres; a belíssima e imponente Igreja Matriz; as capelas de São Roque e Santo Antonio nos montes que cercam a cidade; a secular igreja de São José do Genipapo; O Monsenhor Pedreira, o colégio São José; a estação ferroviária; o palacete de Dr. Rafael Jambeiro; o Tiro de Guerra; os antigos armazéns; a sirene da prefeitura; a antiga cadeia pública (atual Pelotão da PM); a cultura local riquíssima (samba de roda, o Frederico, os inesquecíveis bailes, as animadas micaretas, etc); as reservas minerais de quartzo e feldspato; a beleza natural (a diversidade de vegetação e clima – Beira Campo, a Serra da Jibóia, os rios que nascem em nosso município, etc) foram e são parte da história deste nosso lugar – Castro Alves/BA. Locais, pessoas, símbolos, episódios e sentimentos que ajudaram e ajudam a construir a identidade do castroalvense com o seu espaço vivido, e que agora o Colégio Estadual Polivalente resgata, a fim de que possamos comemorar os 130 anos de emancipação política e administrativa de nosso município.

Bibliografia: TEIXEIRA, Aurino. Informações Históricas sobre a Cidade de Castro Alves. Salvador: PMCA, 1990.

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