quinta-feira, 17 de maio de 2012

Te Contei, não ? - Os tipos de Romances





Tipos de Romance


Ambientação
Tipo de Romance
Corte
Urbano
Província
Regionalista
Histórico
Indianista

12.1.1 Romance Urbano – autores

Joaquim Manuel de Macedo
José de Alencar
Manuel Antônio de Almeida

O romance urbano retratava a vida social da época sem grande aprofundamento psicológico. Tinha como cenário a cidade grande, na época a corte. Esse romance falava da vida social do Rio de Janeiro, de suas festas (os famosos saraus), passeios no campo ou no litoral.

12.1.2 Romance Regionalista – autores

José de Alencar
Bernardo Guimarães
Visconde de Taunay
Franklin Távora

O romance regionalista mostrava o relacionamento do homem com o ambiente físico, descrevendo várias partes da paisagem brasileira. Alguns escritores românticos procuraram, a partir do forte sentimento nacionalista do período, retratar os lugares do Brasil que ainda não tinham sofrido a influência do contato com o colonizador.
Esses escritores buscavam retratar a natureza e os traços peculiares da nossa cultura e da nossa gente.

12.1.3 Romance Histórico – autores
José de Alencar
Visconde de Taunay

No romance histórico predominava mais a imaginação do autor do que propriamente os fatos reais. Os autores que se dedicaram a essa temática propunham uma retomada do passado, uma volta ao período da conquista definitiva das terras brasileiras e da ambição do colonizador.

12.1.4 Romance Indianista – autor José de Alencar




O indianismo, grande tema dos romances românticos no Brasil, trazia a preocupação de valorizar as nossas origens, transformando as personagens em grandes heróis. O índio era visto como o “bom selvagem”, sempre amável, bom, bonito e muito forte.
Durante a leitura dos quadros você deve ter reparado que há um nome que apareceu em todos os tipos de romance. Veja quem é o grande nome da prosa romântica no Brasil:
José de Alencar foi o maior representante da prosa romântica no Brasil, escrevendo livros que tratavam de toda a temática do período. Escreveu romances históricos como As minas de prata, em que ao falar dos inesgotáveis recursos do Brasil, a nova terra, narra a história de um tesouro escondido que atraia imigrantes e aventureiros. Também escreveu romances regionalistas como O gaúcho, em que retrata a vida nos pampas da região sul do Brasil.
José de Alencar produziu uma obra muito vasta, mas dados os limites do nosso curso não poderemos estudar todos os seus livros. Entre os mais conhecidos destacam-se: o romance urbano Senhora e o romance indianista Iracema.
O romance Senhora conta a história de Aurélia e Fernando Seixas, dois jovens apaixonados que sofrem pelo poder do dinheiro, pelo jogo de interesses. Aurélia e Fernando Seixas eram namorados, mas Fernando, que era muito ambicioso a abandona para se casar com uma moça mais rica. Quando já estava preste a casar com a outra, Aurélia recebe uma herança e fica muito rica e, para vingar-se do rapaz acabou oferecendo um dote muito maior para que o rapaz se casasse com ela. Ele cheio de dívidas acaba aceitando. Mas o casamento não se consuma, na realidade viviam apenas um casamento de aparências. No final, como um bom romance romântico, Fernando Seixas consegue devolver o dinheiro do dote, Aurélia confessa que sempre o amou e os dois acabam vivendo felizes para sempre...
Veja um fragmento de um outro conhecidíssimo livro de José de Alencar:
“Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado....”
Iracema é considerado o livro indianista mais estruturado de José de Alencar. Também pertencem a essa temática O Guarani e Ubirajara. No fragmento acima, o autor nos apresenta uma das índias mais conhecidas de toda a literatura brasileira. O nome da índia dá o título a obra e traz em si aspectos importantes:
Iracema é um termo de origem tupi e significa “lábios de mel” é também o anagrama da palavra América. Anagrama é a formação de uma palavra a partir da troca da posição das letras de uma primeira palavra. Iracema representava a própria América, com suas belezas virgens e riquezas e também representava o contato da nova terra com o colonizador. O livro conta a história de amor da índia Iracema e de Martin, o fidalgo português. Dessa história de amor nasce Moacir, o primeiro cearense, fruto do amor de duas raças.
Outros nomes importantes da prosa romântica brasileira são: Joaquim Manuel de Macedo e Manuel Antônio de Almeida. A importância de Macedinho como era chamado, deve-se mais ao fato de ter sido ele o autor do marco inicial do Romantismo brasileiro.
Segundo a crítica literária, o livro A Moreninha é uma obra ingênua e extremamente sentimental. O livro, de enredo simples, conta a história do romance de Augusto e Carolina, a Moreninha. O obstáculo à união dos dois era uma promessa de amor feita por Augusto, ainda menino a uma garota desconhecida. Depois de várias idas e vindas, o leitor descobre que Carolina era a tal menina a quem Augusto jurou fidelidade. No final os dois ficam juntos e vivem felizes para sempre...
Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida é um romance em desacordo com o seu tempo. É uma obra inovadora, apresentando-se como uma verdadeira crônica de costumes. O livro conta a história de Leonardinho, considerado um anti-herói, se comparado aos heróis românticos e introduz nos romances a presença das camadas mais populares da sociedade, como os barbeiros, as parteiras, entre outros tipos.
Embora inovador o livro não pode ser considerado como um precursor do Realismo, como o de Machado de Assis, seu realismo é ainda muito espontâneo e despretensioso.
Ao lado da prosa romântica, nesse período temos a consolidação do teatro popular brasileiro, graças ao trabalho de Martins Pena.
Martins Pena, em suas comédias de costumes, registrou e criticou muitos aspectos da vida brasileira da época. A linguagem simples e direta e a rapidez de suas cenas conquistaram o público. Ele preferia as comédias sobre os costumes da sociedade carioca. Era das ruas do Rio de Janeiro que surgiam seus vários tipos irônicos: as moças casadoiras, as velhas solteironas, as viúvas e os charlatões. Entre suas peças mais conhecidas está O Noviço, que até hoje é muito encenada.


 

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