O que é inovação na Educação? Mais tecnologia na sala de aula? Um computador, um tablet por aluno? O uso de celulares e de redes sociais numa prática pedagógica? Participei no início desta semana de um evento em São Paulo. Em debate: a educação do século 21. Falou-se muito das tecnologias da informação e da comunicação (TICs) aplicadas ao contexto das escolas. Empresas de softwares estavam presentes. Apresentaram as últimas novidades digitais, prometendo aulas mais interativas e instigantes, com mil e uma facilidades para os professores. Mas seria isso inovação? Creio que não.
A melhor definição sobre o tema coube ao professor Luciano Meira, da Universidade Federal de Pernambuco. Para ele, inovação em Educação envolve cinco palavras: diversão — a sala de aula precisa ser divertida, seja a da Educação Infantil ou do Fundamental e Médio; diálogo — o discurso unilateral da escola não encontra eco no mundo colaborativo em que vivemos; desafio — meninos e meninas têm de ser desafiados o tempo todo, instigados a pensar, refletir e produzir; narrativa — o ser humano necessita de histórias, de boas histórias, isso é que gera memória; e, por fim, aventura — estabelecer atividades interessantes.
Em resumo, inovação é qualquer novidade, implantada e disseminada pelo professor, capaz de transformar crianças e jovens, capaz de mudar, para melhor, comportamentos. A tecnologia neste processo ajuda, mas não é pré-requisito.
Como começar? Aos poucos, é a receita do educador. No dia a dia, ele propõe que o professor invista 10% numa inovação radical na sala de aula, 20% na experimentação de outras práticas e 70% no que já vem fazendo — até que os dois primeiros investimentos recebam, cada um, 50% de atenção. Para fechar, Luciano afirmou que a escola deveria perguntar aos alunos o que gostariam de aprender e não somente impor conteúdos. Olha aí a primeira lição de inovação para segunda-feira.
Marcus Tavares é professor e jornalista especializado em Educação e Mídia
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