África Recontada
Era uma vez Oxalufan
Criador do Orum ao Ayê
E essa história
De um modo diferente
Contarei para você.
Um dia muito sozinho
Decidiu criar
Um ser diferente,
Um Oirxá.
Um deus nada inocente
Não tão inteligente
Possuía o dom
De dar vida a gente.
Criou divindades
Homens e mulheres
Com a mesma serenidade.
Alguns possuíam sabedoria
Outros só viviam de folia
E com isso tudo no ar
Nada poderia de errado dar.
Oxalufan, Deus supremo
Ao seu pupilo Oxalá
Deu uma missão
E mandou esse nosso mundo criar.
Oxalá, por praga de Exu,
Acabou ficando com sede pra chuchu
E sem perceber
Caiu bêbado sem ver nada acontecer.
Assim Oxalufan ordenou
Que outro orixá fosse lá,
Fosse lá para o Ayê criar.
Oxalá pediu desculpas
E Oxalufan aceitou
E a ele outra missão ordenou.
Com seu sopro mágico
Criar as pessoas,
Seres humanos
Todos felizes e simpáticos.
Sem matéria - prima para fazer
Após água, fogo e ar
Do barro fez brotar.
Porém, um belo dia
Uma família
Um filho quis ter.
Oxalá o concedeu
Porém um castigo lhe deu
No Orum, onde antigamente
O povo poderia entrar livremente
Ele não poderia ir.
Passou o tempo e certo dia
Ao ver seu pai trabalhando
Curioso, foi o seguindo
E sem querer entrou no Ayê.
A partir de então
O povo africano
Nunca mais pode entrar
No território dos deuses,
Nunca, nem às vezes
E assim chegamos a hoje
Onde só alcançamos
Onde nossos braços chegam
E só enxergamos
Até onde chega o nosso olhar.
Pedro Agostinho Farah
Turma 802 / Ativo / 2012
Poema criado a partir da leitura, análise e interpretação da obra Orixás - do Orum ao Ayê de Caio Majado e Alex Mir - Editora Zero
Muito interessante o texto e com excelente ritimo. Parabéns ao autor.
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