Conta-se que esta foi a resposta de um cidadão inglês, questionado sobre o custo da Saúde e da Educação. Incisivo, respondeu: “Aposte na doença e na ignorância.”
O Brasil encontra-se em momento único da distribuição de sua população, com crescimento do grupo ativo que necessita melhorar os níveis de competência. Não havendo essa mudança, continuaremos com alguns patamares ruins em nossa economia. Cantaremos vitória com vários progressos, inclusive com o aumento das exportações e reservas cambiais, mas patinaremos em produção e controle absoluto da inflação.
Para reverter este quadro, não basta mudar nomenclaturas, nem oferecer propostas educacionais para aglutinar disciplinas ou perseguir índices provenientes do Ideb. Há que concluir que a profissão de professor precisa ser atraente. Como está, pagando o Brasil um dos mais baixos salários do mundo para os professores, será difícil conseguir pessoas com capacidade de transformação pessoal e com influência no sistema educacional para torná-lo mais eficiente.
São Paulo, o estado que paga melhor ao seu corpo docente, reserva apenas 10% do que se remunera no mesmo nível a um professor suíço.
Falamos constantemente nos avanços educacionais asiáticos. Citamos a Coreia do Sul com frequência e esquecemos que o salário dos professores naquele país é cotado 121% acima dos vencimentos médios coreanos.
Falamos constantemente nos avanços educacionais asiáticos. Citamos a Coreia do Sul com frequência e esquecemos que o salário dos professores naquele país é cotado 121% acima dos vencimentos médios coreanos.
Não adianta reclamar, porque só temos duas saídas: apostar na ignorância ou na competência. Dirigentes e gestores brasileiros, por favor, não façam discursos elogiosos e gratos aos professores, quando se comemora o dia deste profissional.
Se planejarmos a transformação da profissão em algo atraente, quem ganhará será o Brasil, pela competência aumentada de cada mestre. Do contrário, mesmo com belas palavras, estaremos apostando na ignorância.
Pedagogo e escritor
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