Hospitais são lugares de tristeza e apreensão. Por maiores que sejam a dedicação e a amabilidade de seus profissionais, os momentos ali passados serão doídos, ásperos, carregados de tensão — independentemente do que será feito. Alguém que marcou uma cirurgia simples, que dispensa anestesia geral, poderá ficar tão desconfortável quanto um paciente submetido a um longo e doloroso tratamento. Não se pode esperar dos parentes e amigos o alívio tão desejado, pois eles provavelmente também estarão atados a esse correntão de preocupações.
OS DOUTORES DA ALEGRIA rompem esse elo de dor. Há 22 anos, o ator Wellington Nogueira sentia na pele o poder da gargalhada. É dele a 41ª medalha Orgulho do Rio, de O DIA, que destaca iniciativas em benefício da cidade e dos cariocas. Ele acabara de conhecer nos EUA grupo de palhaços que ajudava nos hospitais. Fez o mesmo com o pai, que agonizava, e estendeu a brincadeira a outros pacientes. O pai acordou do coma e, hoje, Wellington conseguiu comprovar que a terapia do riso obteve melhora de até 60% nos pacientes.
O GRUPO CRIADO por Wellington cresceu, ganhou o País e se profissionalizou. O início improvisado deu lugar a uma rede que tem apoio de psicólogos e remunera os palhaços. Exatamente pelo afinco, os doutores não estão muito longe de atender o milionésimo paciente. A grande maioria é de crianças, gente que não se conforma em deixar de brincar, ainda que o revés seja grande e a espera no hospital, entediante. O riso, como sabem muito bem, tem o dom de curar, e o sentimento que ele traz é mais ou menos o mesmo que o orgulho desperta: bem-estar e satisfação.
Editorial do Jornal O Dia de 01/04/12
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