sábado, 7 de abril de 2012

Falou e Disse - Direito de todos




Ensino de má qualidade, falta de professores, classes lotadas e taxa de evasão altíssima. Infelizmente, esse ainda é o cenário da Educação brasileira. Segundo os últimos dados divulgados pelo movimento Todos pela Educação, com base no Censo de 2010, 3,8 milhões de crianças e jovens de 4 a 17 anos estão fora da escola. Soma-se a isso a onda de violência, que há tempos deixou de ser exclusividade dos grandes centros e tomou outras regiões, pintando um quadro alarmante de crimes e agressões, muitos deles até mesmo dentro das escolas.

Cabe ao estado e à sociedade civil repensar juntos o país que queremos legar às próximas gerações. A Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma explicitamente que a educação deve “visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais, devendo favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos”.

Por isso tudo, é deplorável constatar que, em um país que precisa investir maciçamente em qualificação, tantas crianças ainda sejam obrigadas a trocar a escola por subempregos ou pelas ruas porque o direito de aprender foi negado. Vivemos uma época em que, de um lado, se define a ‘sociedade do conhecimento’, exigindo, cada vez mais, um domínio acelerado das formas de sistematizar e utilizar a informação. De outro, o monopólio desse conhecimento, da ciência, da técnica e sua incorporação ao processo produtivo intensificam a exclusão.

Nosso desafio é vencer essa dicotomia, convertendo-nos em um país com condições de assegurar aos nossos cidadãos os conhecimentos, as competências e as qualificações que necessitam para o mercado de trabalho. Unindo esforços e focando em objetivos comuns, é possível mudar esses números e dar cores mais alegres e vivas para uma questão que não pode mais esperar.

Jonas Lopes de Carvalho Neto é advogado e Conselheiro da OAB-RJ

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