sábado, 16 de junho de 2012

Crônica do Dia - Alienação ambiental - Marcos Espinola



O Rio está na vitrine do mundo. Isso porque quarta-feira foi dada a largada em busca de soluções para salvar o planeta: a Rio+20. O evento, que tem como objetivo discutir as relações entre os aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade, utilizando recursos de forma a prejudicar o menos possível a natureza, mexeu com a rotina dos cariocas e mobilizou líderes dos mais de 190 Estados-membros da ONU. Mas o que me preocupa é falta de conhecimento dos brasileiros sobre o significado da conferência e da palavra sustentabilidade.
Quem mora na cidade percebe que algo está diferente. A cidade está agitada: um esquema especial de trânsito foi montado, o policiamento foi reforçado com apoio das Forças Armadas, há menos mendigos circulando, delegações de toda parte do mundo chegam à cidade, faltam vagas em hotéis, taxistas são disputados. Enfim, uma mobilização total em prol de que mesmo?
Há certa alienação das pessoas, ou melhor, dos brasileiros. Quando pergunto nas conversas com amigos, nos lugares que passo para saber qual a percepção deles sobre o assunto, vejo que eles não sabem o que realmente significa ‘sustentabilidade’. Muitas pessoas ainda desconhecem o objetivo da Rio+20.
Queremos mudar o mundo, mas esquecemos de transformar as pessoas. Não dá para tomar um banho ‘verde’ e ficar sustentável de um dia para o outro. É preciso uma mudança cultural. O povo deve ser educado, ensinado desde os primeiros anos escolares. A sustentabilidade tem que começar em casa com pequenas atitudes, como economia de água e reaproveitamento de alimentos.
Penso que a sustentabilidade é consequência do ser sustentável, já que pessoas agindo e pensando sustentavelmente produzirão a tão famosa, mas pouco entendida, palavra ‘sustentabilidade’. Precisamos tratar o termo como um verbo e não como um substantivo.
Advogado criminalista

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