terça-feira, 26 de junho de 2012

Te Contei, não ? - Os altos e baixos da RIO + 20



Apesar da frustração com o documento final, a palavra fracasso não está à altura do maior evento da história da ONU, a Rio+20, encerrado anteontem no Riocentro. As 193 nações concordaram em fortalecer o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), mesmo sem especificar metas. As ausências do americano Barack Obama e da alemã Angela Merkel abriram espaço para o chinês Wen Jiabao e o francês François Hollande, que brilhou ao apoiar a criação de fundo para financiar a sustentabilidade nos países pobres. Os maiores destaques ficam para as mulheres, os índios e os alertas como o da presidenta Dilma Rousseff: “O tempo é o recurso de maior escassez.”
Cidade enfrenta primeiro teste de sequência de grandes eventos
A Rio+20 deixou nos moradores da cidade um gostinho de capital do mundo, com idiomas, tribos e nacionalidades de todas as partes, exigências protocolares das comitivas e descontração de marchas nas ruas. Foi um bom teste para os megaeventos que a cidade vai receber até 2016. Passou na prova? Depende do ponto de vista.

Para o secretário municipal de Conservação, Carlos Roberto Osorio, “foi uma experiência de extrema importância” e o Rio se saiu muito bem. O chefe da delegação do Brasil na Rio+20, embaixador André Corrêa do Lago, também aprova: “A preparação da cidade para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos está caminhando bem”. Já para o taxista Paulo Guilherme Moreira, fica a lição de que é preciso mais planejamento para o trânsito e a hospedagem. “É preciso pensar em abrigo para todos os tipos de visitantes.”
Se os engarrafamentos irritaram os motoristas, os eventos tiraram o carioca de casa fora do verão. Os índios foram parar até no Cacique de Ramos. Mas as filas poderiam ser menores.
Revoltados com o documento do Riocentro, ativistas ficaram satisfeitos com o resultado de manifestações como as do Centro quarta-feira e com a Cúpula dos Povos. Moradores do Rio também fizeram do Aterro do Flamengo um programa, aproveitando a diversidade do encontro.
Diferentemente da Rio 92, a sensação de segurança não dependeu da presença de tanques nas esquinas e não houve acidentes dignos de registro. A hospitalidade, marca do carioca, também encantou as dezenas de milhares de visitantes.
Colaborou Fabiana Sobral

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