Quem me conhece sabe que eu não tenho duas caras. Nunca tive. Podem até não gostar da que eu tenho, mas eu não finjo ser o que não sou. Foi assim no futebol, é assim na minha vida pessoal e tem sido assim nesse início de vida política.
Por isso tenho defendido o fim do voto secreto no Congresso. Sei que, na sua origem, o voto secreto era considerado uma garantia de preservação do direito do parlamentar de votar de acordo com sua consciência, livre de pressões; portanto, seria também uma forma de defender o interesse público. Nossa Constituição prevê algumas hipóteses de votações secretas no Congresso: por exemplo, nos casos de perda de mandato parlamentar, ou na apreciação de vetos ao que foi aprovado nas duas casas.
Acontece que a sociedade tem exigido transparência, revoltada que está com denúncias de corrupção, escândalos de quebra de sigilo de votações e outras evidências de que o grau de vergonha na cara dos seus representantes muitas vezes deixa a desejar. Mais bem-informada do que nunca, ela quer saber quem somos e que interesses defendemos. Sou totalmente a favor disso. A capital da República esconde muitos segredos — será que o voto tem que ser um deles?
As leis que temos são suficientes para garantir que um parlamentar exerça seu mandato com independência. Falo por mim: não tem pressão de governo ou mídia que me impeça de votar de acordo com a minha consciência. Acho que nós, parlamentares, temos o dever de dar satisfação ao eleitor. Aliás, eu não esconderia de ninguém o que tenho feito em defesa das pessoas com deficiência ou doenças raras, da fiscalização dos preparativos para a Copa e do direito dos jovens à prática do esporte, inclusive como forma de combate à disseminação do crack. Nem escondo meu apoio à cultura hip-hop.
Sou pela política feita às claras. Por isso acho que o fim do voto secreto vai ser um grande passo para a moralização do Congresso Nacional.
Deputado federal pelo PSB
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