sábado, 25 de fevereiro de 2012

Crônica do Dia - Ferramenta essencial - Virginia Garcia - Jornal O Globo






A fluência em uma língua estrangeira é uma habilidade cada vez mais requisitada no mundo atual, independentemente de qual seja a profissão. Apesar disso, apenas 5% dos brasileiros têm fluência em inglês, segundo dados do British Council, organização para cultura eEducação do Reino Unido. A mudança deste cenário só acontecerá quando o ensino de idiomas for tratado com a importância que merece dentro do contexto das políticas públicas para a Educação. 

 A legislação brasileira já entende a língua estrangeira como parte fundamental na construção de cidadãos conscientes e integrados com a realidade globalizada que os cerca. Desde pelo menos a primeira metade do século 20, o ensino de outras línguas está previsto em lei, mas sem receber a atenção devida em relação à quantidade de horas de aula ou à formação deprofessores. Nos Parâmetros Nacionais Curriculares (PCN), de 1998, houve uma mudança significativa de abordagem: está previsto que todo estudante deve ter, em seu currículo Escolar, aulas de idiomas desde o segundo segmento do ensino fundamental (atualmente, do 6 ao 9 ano). 

 O documento também prevê que, a partir do ensino médio, a língua estrangeira faça parte da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, em um reconhecimento da disciplina como uma ferramenta para uma formação mais abrangente e multicultural, fazendo com que os estudantes tenham uma competência linguística sólida o suficiente para acessar informações de diferentes fontes - cuja consequência é uma visão mais rica e diversa sobre o mundo. Para abordar a questão, o British Council, inclusive, realizará, em março, o I Fórum de Língua Inglesa como Política Pública, que reunirá educadores e líderes governamentais para debater medidas para a democratização do ensino do inglês. 

 Para além do sentido da comunicação e da cultura, o aprendizado de idiomas é de extrema importância no mercado de trabalho. Às vésperas da realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, a demanda por profissionais que dominem outras línguas, principalmente o inglês, crescerá exponencialmente. O porte destes eventos internacionais já serviu de incentivo para algumas medidas: desde 2010, a Prefeitura do Rio está implantando o Programa Rio Criança Global, que prevê a inclusão progressiva de aulas da língua no currículo das Escolas públicas municipais desde o 1 ano do ensino fundamental, já que, antes disso, apenas as turmas do 6 ao 9 ano eram contempladas. O objetivo é chegar a 2014 com todas as séries incluídas, o que demanda também a contratação e a capacitação de mais professores. Em 2012, o programa deve incluir aulas de inglês nas turmas de 5 ano da rede, e a meta é que 300 mil alunos no total sejam beneficiados. 

 Esta é uma boa iniciativa, que fará diferença para as oportunidades de milhares de jovens no futuro próximo. Mas, enquanto em outros países, como na Europa, o ensino de línguas estrangeiras já faz parte do currículo desde, pelo menos, a década de 1970, nós ainda temos um longo caminho pela frente. Uma população mais bem educada e preparada para os desafios desta sociedade global em que vivemos será o fator decisivo para o nosso tão almejado desenvolvimento. 

 VIRGINIA GARCIA é diretora de Inglês do British Council

Um comentário:

  1. Essa crônica relata um grande assunto para se debater,apesar de muitas pessoas (95% como é citado no texto) nao terem acesso a linguagem estrangeira, o Brasil é um país muito cotado pelos estrangeiros, pobres em busca de trabalho para garantir a vida e ricos por causa das grandes empresas petrolíficas e até mesmo o turismo.
    Porém o governo vem fazendo o " possível" para todos os estudantes brasileiros poderem ter acesso ao mundo externo através de diferentes culturas.A aprendizagem do ingles,principalmente, é muito importante no mercado de trabalho hoje em dia. O mundo esá diferente de antigamente, onde possuir o 3º grau era ótimo,hoje além de ter o 3º grau completo você terá que falar fluente o ingles,ou qualquer outra lingua, ser inteligente pare se destarcar dos outros e também malandro para saber o que fazer.
    A concorrência de fato irá aumentar mas isso nao é ruim,pelo contrário, é ótimo pois a concorrência influenciará os bons trabalhos e os bons negócios.

    Na minha opiniao o Brasil está crescendo bastante, com seus habitantes bem educados crescerá bem mais rápido assim como sua popularidade e qualidade no mercado de trabalho, as opotunidades apareceraO e com elas as melhorias de vida para a maioria do povo brasileiro.

    Pedro Farah 802

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