Saiba como preparar um lanche nutritivo, variado e que ensine seu filho a comer bem para o resto da vida
A comida do recreio é tão valiosa para a criança quanto ter os livros certos para estudar, sem exagero. Primeiro porque o lanche não é apenas um punhado de comida que a criança leva para a escola para enganar a fome: a merenda equivale a um quarto dos alimentos consumidos ao longo de um dia. Por esse motivo, deve ser tão equilibrada quanto qualquer outra refeição - pobre em gorduras e rica em proteínas, carboidratos e vitaminas. Mas não é só isso. O lanche também serve para a criança como uma aula sobre como comer melhor e se tornar um adulto de hábitos alimentares saudáveis.
É consenso entre os nutricionistas que todas as pessoas deveriam fazer pelo menos cinco refeições diárias: café da manhã, lanche, almoço, lanche de novo e janta. Parece muita comida, mas o objetivo é comer um pouquinho de cada vez, para estar sempre bem alimentado e não exagerar no almoço ou jantar (é que comer uma montanha de comida nas duas principais refeições e não ingerir nada entre elas desequilibra o organismo). O lanche deve funcionar como uma dessas refeições, com uma exigência a mais: manter as crianças dispostas e atentas, afinal elas estão na escola para aprender. (...)
Quantidade x qualidade
Mas não é porque a merenda é tão importante que você vai abarrotar a mochila da molecada com comidinhas de todos os tipos. O tamanho do lanche de cada criança é resultado de uma fórmula que inclui muitas variáveis.
Para começar, não dá para pensar na merenda sem levar em conta as outras refeições. Um bom café da manhã, por exemplo, é essencial para um dia bem nutrido. (...)
Outra coisa importante na hora de definir o tamanho do lanche é a personalidade da criança. Não há critérios objetivos, tipo uma porção ideal por faixa etária ou por peso. "Ela varia conforme a idade, a altura, o peso e as atividades da criança. Se ela é sedentária, seu metabolismo responde de uma maneira. Se for esportista, o organismo tem outro comportamento", afirma Adriana. (...)
Criatividade e variedade
Uma vez definida a quantidade, é hora de escolher o que botar na lancheira. Basicamente, um bom lanche precisa ter carboidratos (encontrados no pão, biscoitos e cereais), minerais e vitaminas (presentes em frutas e sucos) e proteínas (existentes no leite e seus derivados, carnes, aves e peixes). É claro que dá para distribuir esses alimentos ao longo de todas as refeições do dia, desde que, no fim, a criança coma de tudo (não adianta nada trocar uma maçã por um biscoito no lanche se, no almoço, o moleque só comer arroz, que também é fonte de carboidrato). Os açúcares e as gorduras, que devem ser consumidos em pequenas quantidades, estão nas frutas, geléias, margarina e manteiga - estas últimas normalmente ingeridas no café da manhã.
(...) a artista plástica Rosane Graicer, mãe de meninos de 9, 7 e 3 anos, conta que um dos segredos é conversar com eles sobre o que querem na merenda. Aí Rosane coloca um alimento de que gostem e outro que ela prefere que eles comam. "O importante é não proibir e ficar no discurso de 'não pode e pronto'. Se eles querem algo que não faz tão bem, eu até libero um pouco, mas friso que não é saudável, puxando pelo lado do ganho de peso e do comprometimento do desempenho deles nos esportes e nas brincadeiras", diz.
Imagem e variedade
Nesse ponto, a lição também ensina que imagem é tudo quando se trata de preparar uma refeição que a criança vai comer sozinha, sem pais ou parentes para insistirem que ela coma. O truque é colocar a comida em potinhos de plástico com figuras de bichinhos, cortar o queijo em cubos, transformar um sanduíche em dois sanduichinhos e comprar legumes e frutas pequenos, como cenouras, tomates-cereja e maçãs fuji, por exemplo.
Uma boa dica para ampliar a gama de alimentos consumidos é testar novos sabores em casa. A orientadora educacional da escola Stance Dual, Cristina Junqueira de Andrade Marcondes, conta que de vez em quando pega frutas e legumes e monta um boneco com eles, junto com o filho Felipe, de 3 anos. "Depois eu o convido a experimentar um pedaço do cabelo, um braço, e aí ele vai se abrindo para provar novas coisas", diz.
Cartilha do lanche
Equilíbrio - Leve em conta o número de porções diárias que devemos comer de cada alimento
- pães, cereais, massas, tubérculos e raízes: 6 porções
- frutas: 4 porções
- hortaliças: 3 porções
- carnes, aves, peixes, ovos e leguminosas: 2 a 3 porções
- leite e derivados: 2 a 3 porções
- gorduras, óleos, doces e açúcares: só de vez em quando
- Doce - Eleja um dia para adicionar uma guloseima
- Suco - É uma boa alternativa para a criança que não aprecia fruta
- Clima - Se estiver muito quente, troque uma bebida achocolatada por suco ou água de coco, e um mix de frutas secas e castanhas por sanduíches feitos com bisnaguinhas, por exemplo
- Sobras - Peça para seu filho trazê-las de volta. Isso ajuda a avaliar seu gosto e seu apetite
- Bolachas - Prefira as integrais, mas confira o porcentual de farinha integral da sua fórmula. Quanto mais, melhor
- Recheio - evite em bolos e bolachas. São mais calóricos e menos nutritivos
- Isotônicos - Descarte. Eles têm muito sódio e, em excesso, podem causar problemas renais
- Frituras - Aumentam o colesterol. Fuja delas
- Vegetais - Ensine seu filho a comer cenourinhas, tomates-cereja, pepino, milho e outros
- Facilite - Não esqueça que as crianças querem aproveitar o recreio para brincar com os colegas. Prepare alimentos fáceis de comer
por Roberta
De Lucca / Revista Vida Simples
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