Pelo Pedro II passaram inúmeros presidentes da República,
Rio - O Ministério da Educação tem descuidado da obrigação de manter a alta
qualidade da instituição de ensino de maior prestígio do Brasil, que é o Colégio
Pedro II, fundado em 1838, como Imperial, e que reuniu, entre professores e
alunos, brasileiros ilustres, alguns das elites e outros vindos das camadas mais
modestas da sociedade. Uma escola pública em que, cruzadas suas portas, todos
sempre foram iguais, carregando ao longo da vida o orgulho de ter pertencido à
exemplar organização.
Hoje, presente em muitos bairros da capital, mais Niterói e Duque de Caxias,
continua a ser uma boa escola, mas carente de investimentos em suas instalações.
O edifício histórico, da Rua Marechal Floriano, no Centro do Rio, está com
aparência de decadência.
Pelo Pedro II passaram inúmeros presidentes da República, como Floriano
Peixoto, Rodrigues Alves, Hermes da Fonseca, Nilo Peçanha, Washington Luís e
Augusto Rademaker, tendo este último presidido a Associação de Ex-alunos. O
ministro do Supremo Luiz Fux é ex-aluno.
Entre os professores do colégio, grandes nomes, inclusive muitos com assento
na Academia Brasileira de Letras, como Pedro Calmon, Carlos de Laet, Manuel
Bandeira, Capistrano de Abreu e tantos outros. Tradição que precisa ser
preservada.
Temos um pouco a mania de não se lutar para manter instituições marcantes na
vida nacional, assim como alguns vultos históricos que acabam esquecidos, quando
não covardemente agredidos com o apagar de seus nomes de logradouros ou próprios
públicos. Por isso, é de se louvar a rápida decisão do prefeito Eduardo Paes em
dar à Transoeste o nome do presidente Juscelino Kubitschek, denominação da
chamada Perimetral, que está sendo demolida.
O próprio Pedro II, quando da proclamação da República, foi alvo de mesquinho
ato que alterou sua denominação, por 22 anos, para Colégio Nacional, o que pouca
gente sabe ou lembra, mas que foi ato de envergonhar qualquer povo.
O Pedro II precisa ter um regime diferenciado no seu plano de carreira,
atraindo grandes mestres, para que o ensino público de qualidade se mantenha
presente no respeito e na contribuição para o preparo das futuras gerações.
Jornalista - Artistóteles Drummond
Nenhum comentário:
Postar um comentário