“As crianças de todas as regiões das Américas estão sujeitas à publicidade invasiva e implacável de alimentos de baixo ou nenhum valor nutricional, ricos em gordura, açúcar ou sal”, constata pesquisa da Organização Pan-Americana da Saúde (2012).
Um dos fatores que mais influenciam maus hábitos alimentares nesta faixa etária é a publicidade de produtos de baixo valor nutritivo, como cereais matinais já adoçados, refrigerantes, doces, sorvetes, salgadinhos e fast-food. Eles ‘enchem’ a barriga e trazem sensação de saciedade — sem, no entanto, suprir as necessidades nutricionais básicas.
O mais poderoso veículo de promoção de alimentos nocivos é a TV. Expostas excessivamente a ela, as crianças tendem a querer consumir as marcas ali anunciadas. Segundo relatório do Ministério da Saúde (2008), durante um ano, no Brasil, mais de 4 mil comerciais de alimentos foram veiculados na TV e em revistas, dos quais 72% referiam-se a alimentos não saudáveis.
No Brasil, regulamentação vigente obriga colocar advertências nos comerciais de alimentos, mas a Abia, principal associação da indústria de alimentação do País, ainda se recusa a fazê-lo. A decisão final depende agora da Justiça.
É preciso que famílias e escolas se dediquem à educação nutricional das crianças. A Organização Pan-Americana da Saúde recomenda que sejam anunciados os alimentos naturais, aqueles nos quais não há adição de adoçantes, açúcar, sal ou gordura. São eles: frutas, legumes, grãos integrais, laticínios sem gordura ou com baixo teor, peixes, carnes, ovos, frutas secas, sementes e favas.
O que esperar de uma família ou escola que oferece na mesa e na cantina os mesmos produtos nocivos vendidos pelo camelô da esquina?
Escritor, autor de ‘Alfabetto: autobiografia escolar’
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