O assassinato de dois homossexuais assumidos em menos de uma semana na Baixada Fluminense precisa ser investigado com celeridade e competência pelas autoridades, pois é inadmissível que se tenha tido liberdade para praticar tais barbaridades - em uma delas a vítima ainda foi agredida a pauladas. Tanto faz se os autores dos dois homicídios tenham conexão ou não. A homofobia violenta é um mal presente que deser extirpado.
A causa gay tem colecionado vitórias e vem ganhando incentivos para deixar a sombra. O reconhecimento dos direitos da união estável na Justiça e a realização, cada vez mais frequente, de casamentos coletivos são dois avanços de destaque. Natural que a visibilidade dos homossexuais dispare a reação dos intolerantes. A discordãncia e a desaprovação são direitos assegurados em qualquer democracia. e o Brasil, por ser uma dela, aceita o diálogo. Mas o preconceito ainda está bastante atrelado à discriminação, muitas vezes violenta ou fatal.
A subnotificação ainda é um desafio à conquista plena dos direitos dos homossexuais. Prova que o medo ainda é grande. Vítimas não podem temer pedir justiça. A prisão dos agressores é um passo importante, mas o acolhimento à vítima não pode ser esquecido. É imprescindível que se instale na região pelo menos um centro de referência, como pedem as lideranças do movimento gay nos municípios.
Antes da homofobia, há o grave crime que tirou a vida de dois cidadãos. Matar por intolerância é atraso. Os assassinos não podem ficar soltos e impunes.
Editorial do JORNAL O DIA de 11 de agosto de 2012
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