Para proporcionar aos professores conhecimentos que produzam debates, pesquisas e ensinamentos a respeito de Macaé e região, a Vice-Presidência de Acervo e Patrimônio Histórico da Fundação Macaé de Cultura vai retomar o projeto “Professor Investigador”. Desta vez, o tema a ser tratado será a tese de doutorado da historiadora e professora Ana Lúcia Nunes Penha, intitulada “Nas águas do canal: política e poder na construção do canal Campos-Macaé (1835-1875)”.
Os profissionais de ensino interessados em participar desse evento devem telefonar para 2759-5049 e agendar. O evento começa às 13h30 do dia 21 de agosto, uma terça-feira, no Solar dos Mellos, que fica na Rua Conde de Araruama 248, Centro. Há apenas 35 vagas.
Segundo Ana Lúcia, o canal que liga Campos a Macaé, oficialmente inaugurado no ano de 1872, foi estudado em todas as suas nuances, da sua estrutura à história, passando pelo viés político.
A historiadora lembra que a decadência do canal não se deu com a construção da estrada de ferro na região, o canal não atendia aos anseios da navegação da região há décadas e estava obsoleto quando a estrada de ferro chegou à região em 1875, ligando Macaé a Campos. O canal passa pelos municípios de Campos, Quissamã, Carapebus e Macaé, numa extensão de 100 quilômetros. Ele também atravessa a lagoa de Jurubatiba.
Ana Lúcia conta ainda que políticos da região, como o Visconde de Araruama – que era proprietário de terras em Quissamã e deputado da Assembléia da antiga província – lutava pela construção do canal. Ele queria beneficiar toda a região.
- Muitos políticos trabalhavam pela construção do canal, como o campista João Caldas Vianna, ressalta Ana Lúcia.
Ela diz que, em Macaé, o canal desembocava na foz do rio Macaé, trazendo mercadorias para o porto de Imbetiba, de onde os produtos iam para o porto do Rio de Janeiro. Em 1861, o canal Campos-Macaé passou a funcionar. Mas suas condições de navegabilidade tinham deficiências.
Os jornais da época criticavam o projeto, cujo preço custara mil, quatrocentos e trinta e dois réis à província do Rio de Janeiro, que só conseguiu o dinheiro via empréstimo com o governo imperial. Por sua vez, o império esperava receber a quantia de volta através de cobranças de taxas de uso do canal.
De fato, a imprensa da época também questionava o pressuposto de que o canal não atendia satisfatoriamente às demandas de fazendeiros e comerciantes da região. Há indícios de que houve mão-de-obra livre composta por trabalhadores brasileiros e de outros países nessa empreitada. Mas também é possível que cada fazendeiro tivesse inserido trabalho escravo em suas áreas de atuação. É que foram vários os construtores do canal em seus quase 30 anos de construção.
Ana Lúcia vai concluiu sua tese de doutoramento este ano na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói. A banca que julgou sua tese, formada por professores da USP, Unirio e UFF lhe aprovou com louvor e indicação para que sua obra seja publicada. A coordenadora do projeto “Professor Investigador” é a historiadora e professora Gisele Muniz
Os profissionais de ensino interessados em participar desse evento devem telefonar para 2759-5049 e agendar. O evento começa às 13h30 do dia 21 de agosto, uma terça-feira, no Solar dos Mellos, que fica na Rua Conde de Araruama 248, Centro. Há apenas 35 vagas.
Segundo Ana Lúcia, o canal que liga Campos a Macaé, oficialmente inaugurado no ano de 1872, foi estudado em todas as suas nuances, da sua estrutura à história, passando pelo viés político.
A historiadora lembra que a decadência do canal não se deu com a construção da estrada de ferro na região, o canal não atendia aos anseios da navegação da região há décadas e estava obsoleto quando a estrada de ferro chegou à região em 1875, ligando Macaé a Campos. O canal passa pelos municípios de Campos, Quissamã, Carapebus e Macaé, numa extensão de 100 quilômetros. Ele também atravessa a lagoa de Jurubatiba.
Ana Lúcia conta ainda que políticos da região, como o Visconde de Araruama – que era proprietário de terras em Quissamã e deputado da Assembléia da antiga província – lutava pela construção do canal. Ele queria beneficiar toda a região.
- Muitos políticos trabalhavam pela construção do canal, como o campista João Caldas Vianna, ressalta Ana Lúcia.
Ela diz que, em Macaé, o canal desembocava na foz do rio Macaé, trazendo mercadorias para o porto de Imbetiba, de onde os produtos iam para o porto do Rio de Janeiro. Em 1861, o canal Campos-Macaé passou a funcionar. Mas suas condições de navegabilidade tinham deficiências.
Os jornais da época criticavam o projeto, cujo preço custara mil, quatrocentos e trinta e dois réis à província do Rio de Janeiro, que só conseguiu o dinheiro via empréstimo com o governo imperial. Por sua vez, o império esperava receber a quantia de volta através de cobranças de taxas de uso do canal.
De fato, a imprensa da época também questionava o pressuposto de que o canal não atendia satisfatoriamente às demandas de fazendeiros e comerciantes da região. Há indícios de que houve mão-de-obra livre composta por trabalhadores brasileiros e de outros países nessa empreitada. Mas também é possível que cada fazendeiro tivesse inserido trabalho escravo em suas áreas de atuação. É que foram vários os construtores do canal em seus quase 30 anos de construção.
Ana Lúcia vai concluiu sua tese de doutoramento este ano na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói. A banca que julgou sua tese, formada por professores da USP, Unirio e UFF lhe aprovou com louvor e indicação para que sua obra seja publicada. A coordenadora do projeto “Professor Investigador” é a historiadora e professora Gisele Muniz
Jornal O Debate
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