RIO e SÃO PAULO Os 6,4 milhões de vestibulandos inscritos no Enem deste ano deverão pensar nas suas chances de entrar para uma universidade federal já levando em consideração a Lei das Cotas, caso o projeto seja mesmo sancionado pela presidente Dilma Rousseff. De acordo com o texto, aprovado pelo Senado, as universidades federais e escolas técnicas do país serão obrigadas a reservar 50% de suas vagas para alunos da rede pública de ensino médio. As instituições terão quatro anos para se adequar à nova realidade, mas precisarão garantir pelo menos 25% de suas vagas aos cotistas já a partir do próximo processo de seleção, cujas provas acontecem dias 3 e 4 de novembro.
No Rio, a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) serão as mais impactadas, pois são as únicas que não têm qualquer tipo de cota para alunos do ensino médio. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) já reserva 30% das vagas para estudantes de escolas públicas, como renda familiar de até um salário mínimo. A Universidade Federal Fluminense (UFF) havia anunciado que iria separar 25% das vagas para alunos de escolas públicas estaduais e municipais, com renda familiar de até um salário mínimo e meio - excluindo colégios federais, militares e da rede Faetec.
UFF e UFRJ informaram ao GLOBO que vão aguardar a sanção de Dilma para discutir com seus conselhos de graduação como gerir a implementação da lei para o vestibular de 2013. A Unirio, porém, comunicou que a adoção das cotas para a seleção de 2013 não será possível: "Como a Unirio ainda não conta com essa modalidade de ação afirmativa, seria necessária uma discussão interna sobre sua aplicação e também a aprovação nos Conselhos Superiores da Universidade, para o que não haveria tempo hábil ainda este ano".
A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) prometeu ontem recorrer à Justiça, caso o projeto seja sancionado.
- A partir do momento em que estamos fazendo uma lei para resguardar vagas para a escola pública, estamos assumindo que a escola pública é de má qualidade - afirmou a presidente da entidade, Amábile Pacios.
Jornal O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário