Hoje, faria 70 anos a cantora Clara Nunes, que morreu em 1983, a poucos meses de completar 40, vítima de uma reação alérgica numa simples cirurgia de varizes. Clara nasceu em 1942, um ano iluminado da MPB, que gerou talentos como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Nara Leão, Paulinho da Viola, Tim Maia e Milton Nascimento. Segundo a astróloga Leiloca, “1942 foi ano par, mas ímpar astrologicamente”. Ela explica: “Naquele ano, o austero Saturno e o inventivo Urano se encontraram em Gêmeos, signo ligado à palavra, à comunicação e ao ecletismo.”
Intérprete de sucessos como “Conto de areia” (Romildo Bastos e Toninho Nascimento), “O mar serenou” (Candeia), “Morena de Angola” (Chico Buarque), “Portela na avenida” (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), “Canto das três raças” (idem) e “Ê, baiana” (Fabrício Silva, Baianinho, Ênio Ribeiro e Miguel Pancrácio), esta mineira de Caetanópolis ajudou muito, nos anos 1970, a popularizar grandes compositores dos morros e do subúrbio do Rio, como lembra o jornalista Vágner Fernandes, autor da biografia “Clara Nunes — A guerreira da utopia”. Aliás, Clara foi a primeira cantora a gravar uma música (“Alvorecer”) de Dona Ivone Lara (com Délcio Carvalho).
Fernandes lembra ainda que a saudosa cantora, em grande parte de seu repertório, celebrou a miscigenação das raças — notadamente, com elementos que remetiam aos ancestrais africanos: “Ela gravou Chico, Tom Jobim, Paulo Emílio. Não era só samba, foi uma desbravadora. Clara está no ranking das grandes cantoras brasileiras, ao lado de Gal, Bethânia, Elis... Cantava qualquer repertório, era ousada. Por isso e tantas outras coisas, faz muita falta hoje em dia”, diz Fernandes.
Intérprete de sucessos como “Conto de areia” (Romildo Bastos e Toninho Nascimento), “O mar serenou” (Candeia), “Morena de Angola” (Chico Buarque), “Portela na avenida” (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), “Canto das três raças” (idem) e “Ê, baiana” (Fabrício Silva, Baianinho, Ênio Ribeiro e Miguel Pancrácio), esta mineira de Caetanópolis ajudou muito, nos anos 1970, a popularizar grandes compositores dos morros e do subúrbio do Rio, como lembra o jornalista Vágner Fernandes, autor da biografia “Clara Nunes — A guerreira da utopia”. Aliás, Clara foi a primeira cantora a gravar uma música (“Alvorecer”) de Dona Ivone Lara (com Délcio Carvalho).
Fernandes lembra ainda que a saudosa cantora, em grande parte de seu repertório, celebrou a miscigenação das raças — notadamente, com elementos que remetiam aos ancestrais africanos: “Ela gravou Chico, Tom Jobim, Paulo Emílio. Não era só samba, foi uma desbravadora. Clara está no ranking das grandes cantoras brasileiras, ao lado de Gal, Bethânia, Elis... Cantava qualquer repertório, era ousada. Por isso e tantas outras coisas, faz muita falta hoje em dia”, diz Fernandes.
Fora do berço da boa música, 1942 foi um ano difícil no mundo todo. Em agosto, por exemplo, o Brasil declarou guerra aos nazistas. Mas nem tudo era guerra. Nos EUA, o americano Maurice Levy inventou o batom em bastão, enquanto no Brasil Mário Lago e Ataulfo Alves faziam sucesso com seu samba “Ai, que saudades da Amélia”, aquela, veja só, que achava bonito não ter o que comer. Mas aí é outra história.
(Daniel Brunet)
Dia 12.08.12 - Jornal O Globo
Grandes expoentes estão completando 70 anos este ano!Pena que Clara Nunes não viveu todo este tempo para desfrutarmos de sua bela voz.
ResponderExcluirMarlene