O Guarani foi um romance escrito por José de Alencar, lançado no folhetim, (espécie de jornal da época) O Correio Mercantil, sendo liberado um capítulo por dia, como de costume, entre fevereiro e abril de 1855. No final do ano foi lançado em livro, com alguns detalhes modificados.
José de Alencar, hoje em dia, é extremamente famoso por suas obras e intelecto, mas na época que escreveu a obra as coisas eram diferentes. Ele era pouco conhecido, mas após dar início à primeira fase do Romantismo do Brasil, com a obra acima citada, ganhou reconhecimento rapidamente. E não deixou a fama ir em vão: Continuou o bom trabalho com diversas excelentes obras.
A geração que deu começo foi a Nacionalista (ou Indianista). Os brasileiros daquela época estavam com um certo “trauma”, por assim dizer, dos portugueses, que os tratavam extremamente mal, abusavam do preconceito, se colocavam em cargos mais importantes sem dar sequer uma chance aos outros, e além do mais, exploraram intensamente a terra, esgotando seus recursos naturais, tirando a aparência original, e pegando à força as propriedades dos nativos, além de fazê – los trabalharem intensamente com pouco ou nenhum retorno.
Para satisfazer o povo, José de Alencar teve uma ideia genial para aplicar na literatura. Nessa época, com a fúria perante os estrangeiros, os brasileiros precisavam de um herói nacionalista, um ídolo. E quem melhor para representar isso que os nativos? Então surge o Indianismo, com os índios ocupando o lugar de personagem principal. Mas a base do Romantismo não é modificada: as tradicionais histórias de amor com reviravoltas continuam lá.
A trama de O Guarani é sobre um índio, Peri, que se apaixona por uma portuguesa, Ceci. O sentimento entre os dois é mútuo, mas muitos fatores o impedem. E há uma história por trás disso, não deixando a trama amorosa sozinha. Loredano é um antigo mercenário acolhido por D. Antônio de Mariz,(pai de Ceci) explorador de minérios. Porém ele e sua trupe querem sua fortuna e posição importante. Então, dia após dia, Loredano vai executando um plano ardiloso para realizar seu sonho.
Peri, o personagem principal, é um índio que salvou Ceci da morte, e então saiu de sua tribo para protegê-la, já que o pai dela o havia oferecido tal cargo. Diogo, filho de D. Antônio, em uma caça, matou uma índia Aimoré, que acontecia de ser a filha do comandante desse povo. Então a tribo (que ainda é inimiga à de Peri) promoveu vingança, tentando matar Ceci. Não conseguindo, um dia é marcado para a invasão à casa de D. Antônio. E ainda, por cima, no mesmo dia será concluído o plano de Loredano. E além dessa história, ainda há o amor por parte de Peri e Ceci.
Uma trama realmente genial por parte de José de Alencar, que merece ser lido por todos. Não é à toa que recebeu tantas adaptações para livros e uma adaptação para cinema: O Guarani (1996)
Um clássico eterno.
Contribuição do aluno JOÃO PEDRO - Turma 801 / 2012
Eu amei essa obra! Mostra toda a origem da miscigenação, da mistura do branco com o índio. Tira as escamas dos olhos de quem está lendo (e se permite ver por trás da história) e põe um fim nessa ideia de o branco ser superior ao indígena. Gostei do final, que mostra a portuguesa dependendo do Peri para sobreviver na mata. Gostei também que ali deu uma quebrada no preconceito, nessa imagem de que branco e negro não podem se misturar. Quando falo isso, não estou me referindo àquela época, mas aos dias de hoje, e isso me impressiona porque Alencar conseguiu escrever obras que não perderam seu valor até hoje e falam da sociedade, mesmo que ela mude. Parece que a atualidade conspira a favor do que José de Alencar escreveu. Maravilhoso!
ResponderExcluirJade Tavares, 801
Na época de Brasil-Colônia quem mandava em tudo aqui eram os europeus. Já os colonos, negros, e índios, não tinham muito valor nesse tempo. Mas escritores e outros artistas brasileiros começaram a expressar maior sentimento de orgulho em suas obras. Entre esses, estava José de Alencar.
ResponderExcluirEm sua fase indianista, ele criou personagens nativos que eram heróis nas histórias (que eram muito acessadas pelas pessoas da época), fazendo com que os leitores brasileiros começassem a criar um sentimento de orgulho. Isso foi muito importante para que a luta pelas conquistas sociais ganhasse força.
Nada adianta alguém criar uma obra ou uma ideia se o povo não tiver acesso à informação. Felizmente naquela época a literatura tinha a força que hoje vemos nas redes sociais, e graças a isso, o orgulho de ser brasileiro passou naquela época a ser muito maior.
Thales Borges - 802
Desde que o Brasil começou a crescer tudo sempre foi Portugal, então ao surgir o Romantismo foi como o começo de uma nova era, aquela em que o Brasil finalmente ia conseguir dar seus primeiros passos sozinhos, e para uma nova cara na nossa literatura nacional, nada mais que um herói tipicamente brasileiro( pelo menos, foi isso que José de Alencar pensou).
ResponderExcluirNa verdade, escolher quem seria nosso herói nacional não foi tão difícil, já que das três opções que tiveram, uma delas não era nem considerada cidadão e a outra os brasileiros estavam com um trauma supremo, assim só restando os índios, aqueles que a muito tempo foram injustiçados e roubado deles sua terra, ou seja, o que melhor para uma literatura tipicamente brasileira do que algo que é nativo daqui, desde antes da chegada dos portugueses(algo puro).
Pegaram a personificação e a figura de um cavaleiro medieval totalmente ligado a natureza. Mesmo com toda essa importância de literatura nacional e valorização indígena, não podiam se esquecer do que faz uma literatura ser realmente Romântica, que é o maniqueísmo (Peri é tudo que um homem sempre quis ser, forte, belo, literalmente a idealização em pessoa), os amores e os grandes desafios que o herói passa, sem contar que irá sempre prestar serviços para sua “senhora”, Ceci, a beleza feminina em pessoa.
A relação entre colonizado e colonizador e o final do livro que faz com que tenhamos duvida sobre o que realmente acontece no fim, fazem com que nossa literatura seja mais rica em detalhes e mais literatura brasileira, algo nosso, algo único.
Alencar deu atenção a um povo que até hoje somos preconceituosos com. Sua ideia para literatura Nacionalista não foi só incluir o índio na sociedade, mas sim incluir todas aquelas diversidades brasileiras e pessoas que todos descartavam na nossa identidade, pois o Brasil não seria Brasil se não fossemos tão diferentes um dos outros.
Eduarda Raposo-801