O barulho no banheiro da suíte do hotel podia ser ouvido de longe. Michael Jackson estava quebrando tudo. Ao invadirem o aposento, seus assessores o encontraram deitado no chão, aos prantos, tentando esconder o rosto: “Eles acham que sou feio. Querem colocar massa plástica no meu nariz.” E passou a repetir: “Eles acham que sou um monstro.” Esse episódio aconteceu em 2001, no lançamento do CD “Invencible”, que marcou a volta do popstar ao mundo artístico, após uma década de constantes adiamentos de um novo trabalho. A pressão da gravadora Sony era grande. Dependente de analgésicos e cercado de aproveitadores, Jackson estava perdendo o controle de sua carreira de recordes e 750 milhões de discos vendidos. Os executivos queriam que o cantor ficasse mais moreno. Desejavam também que o seu nariz se tornasse mais adunco. Tudo isso não é invenção de escritor de biografias não autorizadas. Essa história é verdadeira e foi presenciada por uma pessoa que conviveu com Michael Jackson por 25 anos, desde que foi apresentado a ele ainda garoto até ganhar o cargo de confiança de secretário particular. Trata-se de Frank Cascio, que narra sua convivência com o astro no livro “Meu Amigo Michael” (Sextante), reunião de fatos inéditos e surpreendentes que ajudam a compor o perfil de uma das personalidades mais controvertidas de nossa época.
Andrógino, angelical, assexuado? Cascio, 33 anos, avança no terreno da ambígua sexualidade de Jackson e afirma que ele tinha atração por mulheres. “Michael gostava das altas e magras, que eu descreveria como ligeiramente nerds”, escreve o ex-secretário. “Certa vez, em Londres, eu estava em sua suíte quando ele trouxe uma amiga. Eles ficaram cerca de uma hora no quarto e, quando saíram, sua calça estava desabotoada.” Cascio revela, ainda, um romance que passou ao largo das câmeras dos paparazzi e que teria sido o mais calmo e estável de sua vida. O relacionamento durou todo o ano de 2000. Sobre a garota, ele sabe apenas que se chamava Emily. Era morena, tinha entre 30 e 35 anos e se tornou frequentadora de Neverland, o famoso rancho que o “rei do pop” mantinha na Califórnia. Cascio, contudo, acha que não havia sexo entre o casal: “Eles simplesmente gostavam de passar o tempo juntos, conversando, passeando, ficando à toa no quarto dele”. Dormir no mesmo aposento, no entanto, nem pensar: “Michael não queria que ela fosse vista saindo de lá pela manhã”. O autor colecionou outras confidências amorosas. Ao contrário de Emily, a primeira mulher de Jackson, Lisa Marie Presley (filha de Elvis), consumou o casamento com o astro. “Eles tiveram relações sexuais.
Michael me disse”, garante ele, hoje um empresário da área de entretenimento. A união, que terminou em divórcio após um ano e meio, foi marcada por brigas e desavenças que Jackson resolvia à sua maneira peculiar. Era estourar uma discussão e o artista começava a aplaudir a mulher freneticamente até que ela desistisse da última palavra. Um belo dia, Lisa o deixou batendo palmas sozinho. O que agora vem à luz é que tanto essa união como a seguinte, com a enfermeira Debbie Rowe, mãe de Prince e Paris, se deram por “razões profissionais”: “Ele tinha negócios com o príncipe Al-Waleed Bin Talal (magnata saudita), conhecido como o ‘Warren Buffett das Arábias’. Eram sócios numa empresa recém-fundada chamada Kingdom Entertainment. Segundo Michael, o príncipe e seus parceiros gostavam de tratar com homens de família, então queriam que ele fosse casado. Especialmente após as acusações de 1993 (primeira suspeita de pedofilia).”
Jackson achava que o casamento fora dessa visão “empresarial” era arriscado, pois considerava injusto dividir a fortuna em futuras separações: “Não posso namorar qualquer pessoa. Na minha situação, em quem posso confiar?” Na lista das confiáveis, sempre esteve a princesa Diana. Quando Jackson puxava a conversa para esse campo, o ex-secretário fazia piadas. Provocava-o dizendo que o máximo que ele poderia fazer com as mulheres seria convidá-las para jogar videogames ou ver desenhos animados. O conhecido complexo de Peter Pan do cantor é ilustrado com passagens inacreditáveis. Que ele gostava de se comportar como criança é mais do que sabido. O que não se conhecia era a perversidade que movia essa fuga no mundo infantil. Antes de ser pai de Prince, Paris e Blanket, Jackson costumava convidar crianças para compor a sua entourage nas turnês. Cascio e seu irmão Bennie eram os prediletos. Numa dessas viagens, hospedados em um hotel israelense em Tel-Aviv, ele propôs aos meninos: “Vamos detonar o quarto.” Foi como se um furacão tivesse passado no lugar. “Como golpe de misericórdia, Michael tomou impulso e jogou um garfo contra uma pintura”, lembra Cascio. Quando a conta vinha, o cantor ficava caladinho. Quem levava a culpa eram os garotos. Outra história se deu no sul da França, quando encontrou o citado príncipe saudita e proporcionou a Cascio, que havia quatro meses o acompanhava em viagens, uma partida de pingue-pong numa mesa feita totalmente de ouro. Nesse hotel, Jackson aprontou mais uma. Ao ver hóspedes jantando alegres e bem trajados, reuniu a turma mirim e, do alto do mezanino, atirou água em todos, valendo-se de um balde.
Com o poder e a fortuna que tinha, o astro conseguia abrir, em horários absurdos, lojas de brinquedos só para satisfazer a fantasia de seus amiguinhos, chamados “primos”. Nada lhe dava mais prazer, no entanto, que a transgressão inconsequente. Numa temporada em Paris, ele resolveu dar um presente especial a Cascio e outros hóspedes menores. Levou-os de madrugada para visitar a Euro Disney, mas não usou de seu habitual prestígio. Simplesmente invadiu o local. Despistando-se dos funcionários, entrava com os companheiros nos brinquedos, em funcionamento para manutenção. Ao se aventurar no “Piratas do Caribe”, não conseguiu manter-se na canoa e caiu no lago. Os meninos aproveitaram e roubaram alguns tesouros dos piratas. “Nós éramos crianças mas, no que diz respeito aos impulsos dele, às vezes precisávamos ser os adultos”, avalia Cascio.
A chegada dos filhos não amenizou suas traquinagens. Ao contrário, os rebentos passaram a ser vistos como rivais. Cascio conta, por exemplo, como Jackson disputava os brinquedos com Prince, o primogênito. Uma tarde, ao receber convidados em Neverland, o menino apontou para o trenzinho usado para circular no rancho e disse às pessoas: “Olhem a minha locomotiva.” Jackson corrigiu o filho, irritado: “Sua não, minha.” Por um lance do acaso, no entanto, esse mundo cor-de-rosa começou a ruir. Os nervos de Jackson entraram em frangalhos por causa de pressões e cobranças vindas de todos os lados. Mais do que as acusações de pedofilia, o que pesou no crescente quadro de angústia e depressão foi, segundo o ex-secretário, a sua dependência de analgésicos. Até a publicação do livro não se sabia dos detalhes desse vício. Cascio relata a primeira vez que o viu delirar sob efeito de demerol, droga usada após o acidente no comercial da Pepsi, que o ajudava no alívio da dor e no sono. Se não dormisse, falava coisas desconexas. “No meio de uma conversa, disse algo muito estranho: ‘Mamãe, quero ir à Disneylândia ver o Mickey Mouse.’ Eu fiquei espantado, confuso.” Em outra ocasião, quando brincava com Cascio e o seu irmão Eddie na jacuzzi de um hotel em Santiago do Chile, afundou na água e não voltou. Adormeceu submerso e, por pouco, não morreu.
A situação piorou a partir de 1999, em decorrência do acidente em que machucou as costas ao cair de uma altura de 15 metros durante um show em Munique, na Alemanha. Ele começou a usar um medicamento ainda mais forte e perigoso, o propofol, indicado como anestésico em cirurgias. Cascio conta sobre a primeira vez que o viu se submetendo ao procedimento. A aplicação se deu no próprio hotel, após o show: “Somente um anestesista pode administrá-lo, e havia dois médicos presentes porque o medicamento é tão forte que a pessoa que o recebe precisa ser monitorada de perto.” Jackson costumava dizer a Cascio que morreria baleado. Ele lembra ao final do livro: “A diferença entre levar um tiro e morrer por conta de uma injeção é que a segunda envolve uma escolha, uma decisão consciente.”
Matheus Taranto - 901
ResponderExcluirMichael Jackson,pra mim e para muitos outros,o melhor cantor masculino de todos os tempos,não é atoa chamado de Rei do Pop,sua morte foi realmente muito triste em 2009,quando ele tinha ainda tantos projetos,mas acho que sua marca foi muito bem deixada na nossa cultura,como por exemplo,tendo o disco mais vendido de todos os tempos,Thriller.
Mas é claro que com o sucesso vem as críticas,insultos e até calúnias sobre Michael,uma delas por exemplo é que ele era pedófilo,e isso não procede,pois além dele já ter tido várias mulheres e até três filhos,o maior motivo disso ser mentira e de ele amar tanto as crianças é que ele não teve infância. Desde pequeno seu pai lhe forcava a cantar com seus irmãos no grupo Jackson 5,e logo e n tinha tempo para ser criança,e só trabalhava e cantava,mais nada,nem tinha tempo para pensar sobre si mesmo. E com isso,ele queria viver sua infância,como adulto! Ele até tinha um parque de diversões em sua casa,a Neverland (Terra do Nunca,lugar fictício da obra Peter Pan).
E falando em diversão,ele era muito divertido e carismático,e as pessoas o criticam de racista pela sua "mudança de cor" o que também obviamente é mentira,pois ele fez isso devido a sua grande vaidade,e como ele tinha vitiligo,sua pele continha manchas brancas em todo lugar,então ele foi quase que obrigado a "mudar de cor".
Mais que um cantor,um ídolo,um exemplo de pessoa,cantava muito bem, dançava como ninguém,sentiremos muita falta desse rei.