Nasci numa família de classe média alta, sou carioca da Zona Sul e trabalho com moda desde os 14 anos. Tinha 15 anos quando bebi pela primeira vez. O álcool já caiu torto: bebi compulsivamente e saí da festa derrubada. Cheguei em casa de manhã, com os sapatos nas mãos, passando mal e apaguei. Em seguida, fumei maconha e achei um horror. Mais tarde, aos 17, comecei a cheirar cocaína. Parecia purpurina. Quando experimentei, falei: “Gente, é isso, me encontrei”. Naquela época, na década de 70, eu não tinha informação alguma sobre os efeitos nocivos desta droga. Depois do meu casamento e do nascimento do meu filho, dei uma parada.
Chegou uma hora que não deu mais. Acabei pedindo para sair antes de ser dispensada. Na década de 90, sem trabalho, comecei a traficar cocaína para pagar o meu vício. Era chamada de traficante de ‘tapete persa’ porque só vendia para gente bacana. Por causa da droga, sofri vários acidentes de carro e num deles quase perdi uma perna. Numa noite, encontrei um grupo de hippies na Praça Santos Dumont, na Gávea. Fui com eles para o bairro de Coelho Neto e, na manhã seguinte, acordei sob uma laje, dormindo na rua, como uma mendiga.
Resolvi, então, parar, aquele episódio foi um sinal. Passei a frequentar os Narcóticos Anônimos e levei um ano para entender a minha doença. Há 16 anos não bebo nem cheiro cocaína. Nossos jovens deveriam ser informados na escola e em casa sobre os malefícios das drogas e do álcool, esse tema deveria ser curricular. E os anúncios de bebida deveriam ser proibidos, assim como o seu uso em programas de TV, como acontece no ‘Big Brother Brasil’. Não proibiram as propagandas de cigarro? Por que ainda não fizeram isso com o álcool? Recentemente, o Brasil chorou pelo cantor Chorão. Mais um exemplo triste da vitória da droga. Até quando?
Lulí Bevilaqua é estilista
Muito interessante essa postagem,porque é uma realidade que acontece muito no nosso país,e como tantas pessoas se viciam por esse malefício.
ResponderExcluirLucas Neiva.
802.
A história dessa estilista serve de exemplo pois ela conseguiu vencer as drogas de maneira supreendente !! E isso prova que não é só gente de classe baixa que faz uso as drogas e sim de classe alta também e até que ponto a pessoa vai para manter aquele vicio ! Inacreditável !
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