Até o fim Bruno se recusou a admitir o que ficou bem claro para o júri: foi ele o mentor do bárbaro assassinato da ex -amante. Agora, vai pagar pelo que fez
Leslie Leitao e Marcelo Sperandio
A o ouvir de cabeça baixa sua sentença - 22 anos e três meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, sequestro e ocultação de cadáver -, o ex-goleiro Bruno Femandes, 28 anos, nem de longe lembrava aquele que, com a pose de ídolo do Flamengo, afirmou em entrevista a VEJA sobre o sumiço da examante Eliza Samudio: "Quem tem de provar o que está dizendo é quem está me acusando. Eu tenho a consciência tranquila". Ele já era então o principal suspeito do assassinato de Eliza, ocorrido 21 dias antes, mas falava com a segurança da impunidade. Errou. Em meio a todas as enfáticas evidências de sua participação na bárbara trama - uma delas a carta revelada por VEJA em que pedia ao ex-amigo e escudeiro Luiz Henrique Romão, o Macarrão, que assumisse toda a culpa -, Bruno viu-se, na semana passada, encurralado diante do júri. Pela primeira vez, admitiu: "Não mandei matar, mas sabia que a Eliza ia morrer". De resto, tentou eximir-se daquilo que embasou toda a acusação: a certeza de que ele foi o mentor do crime. Em vão.
O relato de Bruno ajudou a elucidar os últimos momentos de vida da ex-amante. Ele confirmou que o corpo da moça foi esquartejado e os pedaç'Üs, jogados aos cães - como já havia declarado seu primo Jorge Luiz Rosa, que testemunhou todo o cal vário de Eliza desde o sequestro, no Rio de Janeiro, até o local onde ela seria assassinada, próximo ao sítio do goleiro, em Minas Gerais. Bruno também complicou a situação do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, a quem atribuiu o papel de executor. Embora houvesse indícios veementes contra ele, nenhum dos cinco réus tinha mencionado seu nome. Expulso das polícias de Minas Gerais e de São Paulo e suspeito de integrar um grupo de extermínio, o expolicial responde a quatro processos por homicídio. "Tenho medo do BoIa", disse o ex-goleiro, que revelou ainda ter dado 30000 reais a Macarrão no dia do crime.
Ficou claro também que Bola não foi o único egresso da polícia a tomar parte do enredo. Segundo Dayanne Rodrigues, ex-mulher de Bruno, acusada de sequestro e cárcere privado, o policial civil aposentado José Lauriano de Assis, conhecido como Zezé, ajudou a articular o plano. Dayanne acabou inocentada. Já Bola e Zezé ainda terão de enfrentar a Justiça: o primeiro vai a julgamento em abril; o segundo será denunciado pelo Ministério PÚblico por sequestro e ocultação de cadáver. Quanto mais se revira o caso, mais lama vem à tona. VEJA apurou que ainda corre sob sigilo de Justiça uma investigação que tem como alvo mais dois policiais e um advogado, suspeitos de fazer parte do bando que desapareceu com o corpo de Eliza Samudio. Bruno poderá cumprir a pena em regime semiaberto a partir de 2017. Seu castigo foi abrandado graças à confissão parcial feita no último instante, entre lágrimas. O promotor Henry Vasconcelos resumiu: "O futebol perdeu um goleiro razoável, mas a dramaturgia ganhou um ótimo ator".
O relato de Bruno ajudou a elucidar os últimos momentos de vida da ex-amante. Ele confirmou que o corpo da moça foi esquartejado e os pedaç'Üs, jogados aos cães - como já havia declarado seu primo Jorge Luiz Rosa, que testemunhou todo o cal vário de Eliza desde o sequestro, no Rio de Janeiro, até o local onde ela seria assassinada, próximo ao sítio do goleiro, em Minas Gerais. Bruno também complicou a situação do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, a quem atribuiu o papel de executor. Embora houvesse indícios veementes contra ele, nenhum dos cinco réus tinha mencionado seu nome. Expulso das polícias de Minas Gerais e de São Paulo e suspeito de integrar um grupo de extermínio, o expolicial responde a quatro processos por homicídio. "Tenho medo do BoIa", disse o ex-goleiro, que revelou ainda ter dado 30000 reais a Macarrão no dia do crime.
Ficou claro também que Bola não foi o único egresso da polícia a tomar parte do enredo. Segundo Dayanne Rodrigues, ex-mulher de Bruno, acusada de sequestro e cárcere privado, o policial civil aposentado José Lauriano de Assis, conhecido como Zezé, ajudou a articular o plano. Dayanne acabou inocentada. Já Bola e Zezé ainda terão de enfrentar a Justiça: o primeiro vai a julgamento em abril; o segundo será denunciado pelo Ministério PÚblico por sequestro e ocultação de cadáver. Quanto mais se revira o caso, mais lama vem à tona. VEJA apurou que ainda corre sob sigilo de Justiça uma investigação que tem como alvo mais dois policiais e um advogado, suspeitos de fazer parte do bando que desapareceu com o corpo de Eliza Samudio. Bruno poderá cumprir a pena em regime semiaberto a partir de 2017. Seu castigo foi abrandado graças à confissão parcial feita no último instante, entre lágrimas. O promotor Henry Vasconcelos resumiu: "O futebol perdeu um goleiro razoável, mas a dramaturgia ganhou um ótimo ator".
Revista Veja
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