quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Te contei, não ? - Lucíola de José de Alencar

 
 
Lucíola é um dos romances do escritor brasileiro José de Alencar. Foi publicado em 1862.
 
José Martiniano de Alencar nasceu em Messejana, no dia 1º de maio de 1829. E morreu no Rio de Janeiro, em 12 de dezembro de 1877. Foi um jornalista, político, advogado, orador, crítico, cronista, polemista, romancista e dramaturgo brasileiro.
 
Foi autor de romances urbanos, regionalistas, históricos e Indianistas. É considerado precursor da primeira fase do Romantismo brasileiro.
 
O Romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico. Nesse movimento, quanto mais sofrido o amor fosse, mais forte ele era. Quanto mais você sofresse por amor, maior seria a prova deste.
 
Em seus Romances Urbanos, Alencar descrevia a sociedade carioca da época, mas de uma maneira idealizada. Ele apresentou nessas histórias conflitos sobre a posição social, o dinheiro e o amor. Lucíola é um desses romances, pois desenvolve um tema ligado à vida social.
 
Em Lucíola é contada a história de amor entre Lúcia e Paulo. Lúcia é uma cortesã de luxo do Rio de Janeiro de 1855. Paulo era um jovem de 25 anos que tinha chgado na cidade do Rio à pouco tempo.
 
A história é narrada em primeira pessoa, sendo este Paulo. Assim, vemos de seu ponto de vista toda a história e como ele se sente a cada episodio.
 
A primeira vez que Paulo avista Lúcia, percebe tamanha beleza e a considera meiga e com um jeito de anjo. Na segunda vez que se encontram, eles são apresentados.
 
Depois, Paulo vai até a casa de Lúcia e conversa com ela. Mas, no final eles acabam tendo relações sexuais. Afinal, a moça era uma prostituta, esse era seu trabalho.
 
Alguns dias depois, o senhor Sá, amigo de Paulo, convida uns amigos e algumas cortesãs, uma para cada homem, para uma festa, em um sítio. Dentre as moças estava Lúcia. Depois do jantar, Sá mostra os quadros nas paredes, onde apareciam mulheres nuas. Lúcia começa, então, a fazer uma apresentação representando as obras nas paredes.
 
Paulo pediu-a para não fazer, mas mesmo assim ela o fez. O rapaz, irritado, sai da casa. Ao terminar a apresentação, a moça foi ao encontro de seu amor, e os dois se desculpam. A partir de então, eles viram amantes.
 
Depois de tempos, Paulo se encontrou com seu amigo, Sá, e este disse que a corte estava falando que a cortesã estava sustentando o jovem. Irritado, ele sai da casa de Lúcia e volta a um hotel.
 
Após alguns dias, Lúcia aparece no hotel e pede perdão a Paulo. Ele a perdoa. Volta a viver na casa da moça. Ficou irritado ao ver que um homem, Jacinto, estava algumas vezes na casa de sua amada. Ela disse que ele era só um criado. Paulo se aquietou.
 
Um dia, quando ele quiz fazer uma surpresa para Lúcia e entrou escondido na casa, começou a ouvir vozes vindo quarto do moça. Espiou dentro do cômodo e viu Lúcia recebendo dinheiro de Jacinto, e os lençóis estavam desarrumados.
 
Paulo sentiu uma enorme dor no peito. Mas, depois descobriu que um comprador tinha ido à casa para avaliar os móveis e seus estados, e o que Jacinto estava entregando a linda mulher eram os papéis da venda daquela casa e os da compra de um sítio afastado.
 
Lúcia mudou para nova casa no sítio. Foi nela que ela contou sua história a Paulo. Como ela era uma garota pobre, que viu toda a família doente, com febre amarela. Para conseguir um pouco de dinheiro para cuidar de quem ela amava, ela vendeu seu corpo. Quando o pai dela descubriu, a expulsou de casa. Sentiu como sua família não a amasse. Então, quando sua amiga Lúcia morreu, assumiu esse nome. Fez com que sua família acreditasse que ela que tinha morrido. Seu nome verdadeiro era Maria da Glória.
 
Maria jurou seu amor por Paulo, que pertencia só a ele. Ela engravidou dele, mas o filho morreu. Ela adoeceu, pois não expeliu o corpo morto de dentro de si. Afirmava que serviria de túmulo ao seu filho. Em seus últimos momentos de vida, declarou seu amor a Paulo, que tinha se apaixonado desde a primeira vez que o viu.
 
Apesar de Maria ter pedido, Paulo não se casou com Ana, a irmã da moça, a única que sobreviveu a febre. Ana casou-se. Paulo, não. Ficou a cuidar de Ana como uma filha. Sempre com a lembrança de seu amor por Lúcia.

Contribuição da aluna Flora Rosseto-Turma 802 / 2012
 
 
 
 

2 comentários:

  1. Muito interessante essa postagem. Podemos perceber justamente o gênero textual que ele também escrevia o Romantismo. Parabéns.

    Lucas Neiva.
    Turma 802

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  2. Outra vez José de Alencar surpreende com outro livro que toca na ferida de toda a sociedade burguesa brasileira da época, onde mostra não só que cortesãs também são pessoas( não só objetos de prazer), mas também como é ridículo um homem querer uma mulher pura, em quanto se entrelaça com milhares de cortesãs fora de casa. O mais fantástico da obra, foi que mesmo Alencar sabendo os riscos que estava correndo escrevendo tal inaceitável livro para a sociedade, não se importou nem se quer com uma crítica, como o mesmo disse, “ Deixem que raivem os moralistas”.
    Criou em sua obra, não só uma mulher forte, mas também uma heroína, que não foi submissa ao homem, até desobedeceu ao Paulo algumas vezes, algo que nenhuma mulher da época poderia fazer, mas no final, tivemos a mesma visão romântica de sempre, “quanto mais se ama mais se sofre” e que cortesã de verdade nunca será alguém de verdade, tendo como seu único caminho a morte( você terá esse mesmo exemplo em “ Dama das Camélias” onde a “falena” também morre).
    A forma na qual José de Alencar aborda um assunto tão comum na sociedade da época, na verdade algo comum até na sociedade de hoje em dia, mostra que todo esse preconceito sempre existiu, nós só procurávamos um jeito de esconder todo esse lado podre da nossa civilização, mas José de Alencar não deixou com que isso ficasse oculto.
    Outra parte interessante foi o livro ser basicamente uma carta de um homem típico da época, uma pessoa machista e que já que não era do Rio de Janeiro se espantando ao ver a diferença dos locais, isso fez com que o livro se tornasse cada vez mais realista e prendesse cada vez mais nossa atenção nas palavras e impressões daquele indivíduo, porque na verdade, ele estava representando todas as pessoas de sexo masculino que tinham aquilo como uma coisa diária e normal.
    Incrível como um simples livro que fala tanto do passado, pode ao mesmo tempo nos mostrar tanto do futuro, talvez nunca aprendamos o que José de Alencar expõe na nossa cara a cada livro que faz, mas ele pelo menos tentou.
    Eduarda Raposo-801

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