terça-feira, 18 de junho de 2013

Prefiro não comentar - Proposta sobre "cura gay" é aprovada em comissão presidida por Feliciano


FLÁVIA FOREQUE
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA




Sob o comando do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), a Comissão de Direitos Humanos da Câmara aprovou nesta terça-feira (18) projeto que permite aos psicólogos promover tratamento com o objetivo de curar a homossexualidade.
A proposta, conhecida como "cura gay", terá que passar ainda por outras duas comissões da Casa: Seguridade Social e Constituição e Justiça. Se aprovada em ambas, segue para o plenário da Câmara.
A votação foi simbólica: durante o debate, apenas os deputados Simplício Araújo (PPS-MA) e Arnaldo Jordy (PPS-PA) discursaram contrários ao texto. Araújo tentou adiar a votação com pedidos de leitura da ata da última sessão e retirada do projeto da ata --ambos foram rejeitados.
 
Em sua fala, Araújo lembrou os protestos que reuniram milhares de pessoas nas ruas ontem, em diversas capitais do país. Em Brasília, manifestantes chegaram até o Congresso Nacional - entre os protestos, houve gritos contrários a Feliciano e a outros políticos do Legislativo, como o senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
"A Casa deve acordar para o que aconteceu ontem nas ruas, ao que está acontecendo nesse país. Essa aqui é uma prova que nós estamos muito longe de entender o que a sociedade realmente quer discutir aqui dentro dessa Casa", afirmou, sendo aplaudido por alguns presentes.
Araújo anunciou ainda que vai recorrer à Presidência da Câmara para anular a votação da proposta. Ele alega que Feliciano fez uma manobra regimental irregular para colocar a matéria em discussão. "Esse projeto é eleitoreiro, não atinge o clamor das multidões que tomam as ruas", disse.
O projeto de decreto legislativo, de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), suspende dois trechos de resolução instituída em 1999 pelo CFP (Conselho Federal de Psicologia). O primeiro trecho sustado afirma que "os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades".
A proposta aprovada hoje anula ainda artigo da resolução que determina que "os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica".
Na justificativa do documento, Campos afirma que o conselho "extrapolou seu poder regulamentar" ao "restringir o trabalho dos profissionais e o direito da pessoa de receber orientação profissional".
A votação é uma vitória da bancada evangélica, que tenta avançar com o projeto há dois anos.
Durante o debate, manifestantes exibiram cartazes com frases contrárias ao texto. "Não há cura para quem não está doente", dizia um deles.
HISTÓRICO
Desde o mês passado, a votação foi adiada ao menos cinco vezes, por diferentes motivos - desde falta de quórum a pedido de vistas de congressista.
O relator do texto na Comissão de Direitos Humanos, deputado Anderson Ferreira (PR-PE), foi favorável ao projeto. "A Psicologia é uma disciplina em constante evolução e tem diversas
correntes teóricas, sendo difícil determinar procedimentos corretos ou não, metodologias
de trabalho apropriadas ou não", afirma o deputado em seu relatório.
"É direito do profissional conduzir sua abordagem conforme a linha de atuação que estudou e prefere adotar. Também constitui direito do paciente buscar aquele tipo de atendimento que satisfaz seus anseios", completa ele.
Para Ferreira, a mudança na resolução do Conselho Federal de Psicologia reforça a "liberdade de exercício da profissão" de psicólogo.
A proposta é rejeitada pelo CFP. No ano passado, a entidade recusou-se a participar de uma audiência pública realizada na Câmara para debater o projeto. O conselho inclusive lançou uma campanha contra a ideia. A OMS (Organização Mundial de Saúde) deixou de considerar a homossexualidade doença em 1993.
POLÊMICA
Desde que assumiu o comando da comissão em fevereiro, o deputado Marco Feliciano enfrenta protestos de ativistas de direitos humanos que o acusam de racismo e homofobia. Ele nega. Uma das críticas dos ativistas é que o deputado beneficiaria os evangélicos na discussão da proposta na comissão.
No mês passado, em seu twitter, Feliciano defendeu a inclusão do projeto na pauta da comissão, afirmando que "não podemos fugir de assuntos como este". O deputado ainda criticou a cobertura da imprensa sobre o assunto.
"A mídia divulga um PL [projeto de lei] como "cura gay" quando na verdade ele não trata sobre isso, até porque homossexualidade não é doença", escreveu na ocasião. "Esse projeto protege o profissional de psicologia quando procurado por alguém com angústia sobre sua sexualidade", disse.
 
Folha de São Paulo
 
 

4 comentários:

  1. isto é invenção dos ativistas gays,ele afirma que não falou nada disto!agora que há pessoas homossexuais que procuram ajuda,pq não aceitam a sua condição, há!!!e pede ajuda quem quer!Estou decepcionada de ter matriculado meu filho numa escola que aborda um fato bobo deste, alem de induzirem o espiritismo na escola, e depois falam que são os envangélicos que induzem as pessoas, é lamentavel

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    1. Olá , eu não vou ser grosso e sim sincero e claro ,o seu comentário está completamente errado palavra por palavra , quer saber por que ? Porque você está mostrando o seu ato desumano ou seja de preconceito você está se mostrando contra os gays sendo que a vida é deles e não sua , cada um faz o que quiser na vida por exemplo você , que decidiu Seguir uma Igreja específica eu te respeito e nem é por isso que vou te criticar pois a mania de muitas pessoas é só saber falar falar besteiras sendo que nem conhece a pessoa , então só para te informar PRECONCEITO dá em cadeia 2 a 10 anos com tratamento psicológico + Dizer que cultura africa é macumba , é você pode ter problemas se continuar com essas idéias , então eu espero que você pensa vinte vezes antes de falar qualquer coisa ! Pois o mundo mudou , não é igual antigamente , o nosso Brasil é um país LAICO se a senhora não sabe , somos todos livres ! Eu também descordo em você culpar sua religião nesse assunto até por que não é isso o foco do assunto , eu até conheço á história da bíblia que o homem foi feito pra mulher e vice-versa , mais não seria certo que Deus queira que todos vivam em Harmônia e tranquilidade aceitando as diferenças ou seria eu um louco falando palavras em vão ? Pois é acho que é você que está abusando das coisas minha querida ... E Só para você saber eu tenho 13 anos então não venha me chamar de Nazista , Louco , Apologista , ou qualquer outros tipos de nomes .

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  2. Sim, há muitos que pedem ajuda, porque há ainda um pensamento medieval, decrépito e insano que, apesar da já cientificamente reconhecida homossexualidade como uma das expressões da sexualidade encontradas na espécie humana e em milhares de outras espécies, ainda insiste em associar a homossexualidade como doença, o que causa muitos conflitos e tristezas naquele que tem como condição de sexualidade a homossexualidade. As terapias de cura gay são um exemplo disso. Muitas já foram desmascaradas, não antes sem causarem enormes problemas aos que a ela são submetidos. Quais os danos? Vários tais como a depressão, a vida reprimida cada vez mais e, em casos mais graves, o suicídio. Encarar a homossexualidade como doença e, logo, como passível de cura, é um total desrespeito não só contra os homossexuais, mas também a uma sociedade que se quer harmônica e movida pela inteligência. Vale dizer também que a crítica aos evangélicos com certeza não é direcionada a todos os evangélicos, mas àqueles grupos (não são poucos) que pregam o amor, mas ao mesmo tempo negam o direito à vida plena e feliz aos que não fazem parte da e nem reproduzem ideologia que pregam. O criticado ativismo gay não precisaria se manifestar se não houvesse um ativismo anti-gay que, fosse em outros tempos, montaria campos de concentração e inquisições terríveis contra os homossexuais como já ocorreu em nossa história e que, por incrível que pareça, ainda ocorre em lugares que mergulham no obscurantismo do fanatismo. Há, contudo, para certo alento, grupos que não se prestam a esse papel. Tenho amigos evangélicos que sabem discernir os fatos do mundo e promover a fraternidade e a igualdade entre as pessoas. São amigos que, quando preciso, criticam a manipulação que é feita do pensamento bíblico, uma manipulação que não tem outro objetivo a não ser impedir o direito das pessoas à felicidade e, assim, manter o controle sobre a mente dos indivíduos. Infelizmente, vozes de pessoas sensatas no meio evangélico são abafadas por aquelas vozes que, sobe o véu da palavra "amor", pregam o ódio e a discriminação, talvez porque essas saibam gritar mais e em maior número, mas contribuem muito menos para a saúde não só dos homossexuais, comos também para a saúde da sociedade como um todo.

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  3. moço(a) vc é loiro(aO ??

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