O GLOBO - 24/06
Há indícios de inconformidade com o
desempenho da economia no Brasil. Observa-se uma desaceleração acentuada da
atividade econômica. O crescimento do PIB em 2012 foi de 0,9%. O ritmo da
inflação anual, de 6,5%, está na parte superior da meta estabelecida pelo Banco
Central. Este é um fenômeno a respeito do qual a opinião pública é
particularmente sensível porque recorda episódios inflacionários anteriores. A
baixa produtividade conduziu à perda de dinamismo no setor industrial. Por
vários motivos, o chamado Custo Brasil aumentou.
A coerência do manejo macroeconômico está sendo questionada por acadêmicos, investidores e dirigentes políticos. As autoridades reagem aos problemas conjunturais com medidas descoordenadas. Ao tempo em que o governo tentava reativar a economia estimulando o consumo, o Banco Central elevava a taxa de juros para controlar a inflação. De diferentes partes da sociedade civil, surgem chamados para que seja retificado o rumo da política econômica. Algumas sugestões são do tipo conjuntural. Outras fazem referência a problemas estruturais. A que se comenta abaixo é uma destas.
O economista Edmar Bacha propôs dar uma virada no modelo de crescimento do Brasil. Bacha é conhecido como inspirador do Plano Real, que pôs fim à espiral inflacionária, em 1994. É diretor do Instituto de Estudos de Política Econômica - Casa das Garças, um prestigioso centro de conhecimento com sede no Rio de Janeiro. Em traços gerais, sua proposta busca revitalizar a estrutura industrial do país, projetando-a em direção ao mercado mundial por meio de um esquema que transformaria a lógica de proteção tradicional. As barreiras alfandegárias atuais seriam substituídas por uma taxa de câmbio mais desvalorizada. O objetivo é dar um novo rumo à indústria, integrando-a de forma competitiva à economia internacional.
O programa requerido para tornar efetiva a proposta teria duração de vários anos e incluiria os seguintes componentes:
* Reduzir a carga tributária sobre as empresas de 60% para 40%.
Anunciar que, ao fim de quatro anos, o nível de proteção alfandegária seria baixado de 35% para 5%. Também seriam eliminadas as exigências de conteúdo nacional nas compras estatais. Em lugar disso, haveria uma desvalorização de 20%, tanto por conta da abertura comercial como via intervenção do Banco Central no mercado de câmbio. Esta é a parte central da proposta.
* Seria ativada a negociação de acordos de livre comércio. Para tanto, o Mercosul deixaria de ser uma união aduaneira para converter-se numa zona de livre comércio. Cada país membro teria liberdade para subscrever os acordos de comércio que considerasse convenientes.
O Brasil experimentaria uma transformação econômica se decidisse adotar uma política industrial similar à das nações do Leste da Ásia. É instrutivo refletir sobre as repercussões que teria esse giro em alguns países da América Latina.
A coerência do manejo macroeconômico está sendo questionada por acadêmicos, investidores e dirigentes políticos. As autoridades reagem aos problemas conjunturais com medidas descoordenadas. Ao tempo em que o governo tentava reativar a economia estimulando o consumo, o Banco Central elevava a taxa de juros para controlar a inflação. De diferentes partes da sociedade civil, surgem chamados para que seja retificado o rumo da política econômica. Algumas sugestões são do tipo conjuntural. Outras fazem referência a problemas estruturais. A que se comenta abaixo é uma destas.
O economista Edmar Bacha propôs dar uma virada no modelo de crescimento do Brasil. Bacha é conhecido como inspirador do Plano Real, que pôs fim à espiral inflacionária, em 1994. É diretor do Instituto de Estudos de Política Econômica - Casa das Garças, um prestigioso centro de conhecimento com sede no Rio de Janeiro. Em traços gerais, sua proposta busca revitalizar a estrutura industrial do país, projetando-a em direção ao mercado mundial por meio de um esquema que transformaria a lógica de proteção tradicional. As barreiras alfandegárias atuais seriam substituídas por uma taxa de câmbio mais desvalorizada. O objetivo é dar um novo rumo à indústria, integrando-a de forma competitiva à economia internacional.
O programa requerido para tornar efetiva a proposta teria duração de vários anos e incluiria os seguintes componentes:
* Reduzir a carga tributária sobre as empresas de 60% para 40%.
Anunciar que, ao fim de quatro anos, o nível de proteção alfandegária seria baixado de 35% para 5%. Também seriam eliminadas as exigências de conteúdo nacional nas compras estatais. Em lugar disso, haveria uma desvalorização de 20%, tanto por conta da abertura comercial como via intervenção do Banco Central no mercado de câmbio. Esta é a parte central da proposta.
* Seria ativada a negociação de acordos de livre comércio. Para tanto, o Mercosul deixaria de ser uma união aduaneira para converter-se numa zona de livre comércio. Cada país membro teria liberdade para subscrever os acordos de comércio que considerasse convenientes.
O Brasil experimentaria uma transformação econômica se decidisse adotar uma política industrial similar à das nações do Leste da Ásia. É instrutivo refletir sobre as repercussões que teria esse giro em alguns países da América Latina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário