O problema, para quem não gosta dos protestos, é o alto poder de disseminação de ideias das redes sociais
Rio - Por incrível que pareça, tem gente querendo suspender, atrapalhar,
interferir nas redes sociais, porque são elas, sim, as grandes culpadas pelas
manifestações que tomaram as ruas do país nas últimas semanas. Bobagem. Elas são
apenas o meio, o canal. O problema, para quem não gosta desses movimentos, é o
alto poder de disseminação de ideias das redes. Ideias políticas ou
mercadológicas, não importa.
Interessante é saber como é a “mecânica” desse poder. Vale conhecer a Lei de
Metcalfe. A história começa com o engenheiro elétrico americano Robert Melancton
Metcalfe, considerado um dos inventores da Ethernet – tecnologia que serve para
conectar redes locais. Nos anos 80, ele criou a chamada Lei de Metcalfe –
segundo a qual o valor de um sistema de comunicação cresce na razão do quadrado
do número de seus usuários. Complicou?
Imagine que você esteja perdido num mato, sem cachorro, mas com telefone
celular. Se não houver cobertura na região, o que não é incomum para os padrões
brasileiros, você estará realmente perdido. Seu sistema de comunicação não
valerá nada. No entanto, se outra pessoa tiver um celular acessível, pode haver
solução. Seu aparelho começa a ter valor. Essa conexão pode salvar sua pele,
afinal.
Não é difícil perceber que o valor desse sistema. Quando mais e mais
celulares estiverem ao alcance, haverá a chance de mais ligações serem feitas,
até que, enfim, alguém consiga localizar você. É assim nos protestos. Não é o
canal que mobiliza, mas sim a urgência da temática.
Com Pablo Vallejos
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