terça-feira, 30 de julho de 2013

Contando o Conto - O mistéiro do Sujeito Inexistente

       O mistério do sujeito inexistente 
 
 
            
Já havia chegado a noite no acampamento Predicativo do sujeito. Todos os sujeitos fingiam dormir, pois esperavam pelo momento certo para sair sem que o dono do acampamento, Predicativo nominal, notasse.
E qual era o motivo dessa fuga?
Tudo havia começado naquela mesma tarde quando o acampamento Predicativo do objeto resolveu aparecer para se gabar de como eles eram melhores.
Mas assim que chegaram se depararam com o Aposto, um velhinho rabugento que ninguém gostava e vivia aterrorizando as pessoas.
Os Objetos rapidamente se entreolharam. Ninguém queria falar com um doido como o Aposto, então eles resolveram que iriam embora e mais tarde voltariam para irritar os inimigos.
Todavia, eles não puderem dar nem dois passos para longe do estranho homem, os Sujeitos já aviam avistado os Objetos!
— O que estão fazendo aqui seus trouxas? —perguntou o Sujeito simples, mesmo sendo um cara bem simples ele também era um grande arrogante.
Mas assim que se manifestou, o velho percebeu a presença dos jovens.
— O que fazem por essas redondezas? — o velho andou com dificuldade até os garotos. — Querem ouvir uma história?
Todos quiseram negar, mas não tiveram tempo, pois o Aposto foi mais rápido e iniciou a história:
—Vou contar-lhes a lenda do Vocativo — começou. — Em 1846, um lenhador chamado Vocativo, ia todas as manhãs serrar diversas árvores e um dia uma árvore caiu sobre ele. O pobre Vocativo chamou loucamente por ajuda, mas ninguém o ouviu. Acabou morrendo e desde então, todos que passam naquela floresta podem ouvir o lenhador chamando pelo seu nome.
Assim que o Aposto terminou de contar a lenda todos pareciam ter ficado com medo, mas ninguém disse nada. O Sujeito Indeterminado pensou em dizer algo, mas já que era muito indeterminado preferiu ficar em silencio.
— Olha Objeto diret0! Os Sujeitos estão com medinho — disse o Objeto indireto soltando uma de suas risadinhas.
— São vocês que estão com medinho seus... Medrosos! — disse o Sujeito composto, um garoto composto de várias personalidades.
— Aé? Então vamos apostar para ver quem consegue ficar mais tempo na floresta de noite — sugeriu o Objeto direto sendo bem direto.
Todos concordaram mesmo que estivessem com pouco de medo. E todos voltaram para os seus respectivos acampamentos.
Agora os Objetos diretos só estavam preocupados de como sair de seu acampamento à noite sem que o dono visse.
A noite estava fria, gelada com uma lua cheia brilhando amarelada no céu. Os jovens se encontram no centro da floresta. E por mais estranho que pareça viram uma tenda iluminada. Aproximaram-se e surgiram quatro pessoas .
— Quem são vocês? — um dos Sujeitos perguntou.
— Meu nome é Verbo transitivo indireto e o dela é Verbo de ligação.
— Vocês formam um casal?
— Eca! Não temos nada em comum! Nós só viemos por causa desse casal — disse apontando para  o lado esquerdo. - O casal acenou para nós.
— Meu nome é Verbo transitivo direto e o dela é Voz ativa.
— O que vocês estão fazendo aqui no meio da floresta? — perguntou o Sujeito anteposto.
—Nós que perguntamos isso a vocês! —retrucou a Voz ativa.
—Perguntei primeiro.
De repente surgiu alguma coisa de traz dos arbustos, parecia tão pequena: com cabelos castanhos olhos escuros e baixinha.
—Verbo transitivo direto! — gritou ela.
— O que foi? — respondeu.
— Eu acho que ouvi alguma coisa, um sussurro, uma voz, meu nome.
— Besteira! Deve ter sido só o vento.— disse o Sujeito inexistente.
— Não é! Eu juro!
— Então eu vou olhar — o Sujeito inexistente pronunciou.
— Tem certeza? — um dos objetos falou. — Não somos seus amigos, mas isso é perigoso.
 — Claro que tenho! Esse negócio de Vocativo não existe.
O Sujeito foi verificar e acabam  passando cinco minutos.
— A propósito qual o seu nome? — perguntaram o Objeto indireto e o Objeto direto na mesma hora.
— Verbo bitransitivo.
Todos sentiram o clima que rolou entre o Objeto indireto e direto entre o verbo bitransitivo.
Um grito surgiu do nada. Todos foram correndo em direção a ele. A única coisa que conseguiram ver era sangue e um corpo do Sujeito inexistente jogado no chão cortado ao meio.
— Mas como isso aconteceu? — a Voz ativa perguntou.
— Eu falo para você o que foi. — disse a Voz reflexiva. — O Vocativo.
Chamaram a polícia e um detetive para examinar o caso sanguento.
— Sou o Adjunto adnominal e esse são os meus parceiros — disse um dos policiais dando um comprimento coletivo — O Complemento nominal e o Adjunto adverbial.
— Graças a Deus vocês chegaram! — sibilou o Verbo transitivo direto.
— O detetive Agente da passiva quer fazer algumas perguntas a vocês.
Todos concordaram, mas não dava para negar o clima de tensão ali no meio daquela floresta negra.
— O que estavam fazendo no meio da floresta a noite?
— Estávamos disputando quem aguentaria uma noite aqui.
— E isso aconteceu por que? — o detetive pressionou.
— Porque ouvimos um velhinho contar sobre a lenda do Vocativo — desembuchou o Sujeito simples.
—Vocês jovens não têm jeito.
O detetive encaminhou todos para a delegacia mais próxima e não se parava de escutar bochichos sobre o assunto.
—Policial verbo intransitivo — ouviram alguém falando baixo —, Não encontramos nenhum vestígio da pessoa que assassinou.
Depois de um tempo pediram para casa um voltar para seu acampamento, mas enganaram a polícia e fora direto para a floresta inclusive a Voz ativa, o Verbo transitivo direto, o Verbo transitivo indireto, Verbo de ligação e  o Bitransitivo. E uma coisa tinha se passado despercebida pela turma.Em uma determinada árvore estava escrito: Partícula apassivadora mais Voz reflexível é igual a amor e um x riscado bem no meio.
— Mas como agente não viu isso? — perguntou a Voz ativa.
— Nós não vimos porque não estava escrito, alguém escreveu quando saímos.
— Aliás, porque viemos para cá de novo? — sibilou uma voz bem fraquinha do Sujeito. — Porque o Sujeito composto nos chamou para cá?
— Já está escrito desde 1877. Eu era lenhador e era apaixonado pela Particular apassivadora mas um idiota que sabia que ela estava apaixonada por mim derrubou a árvore em mim, me matando.
— Você não é o Sujeito composto — afirmou os objetos.
— Um dos meus dons é possuir pessoas e também adoro ouvir o som da morte.
A partir naquele dia a única coisa de lembrança dos Verbos transitivos, as Vozes, os Sujeitos e os Objetos eram seus corpos enterrados dentro de um caixão.
 
 
 
GRUPO: Aline Ziehe, Ana Carolina , João Pedro e Orlando./901 

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