segunda-feira, 8 de julho de 2013

Personalidades - Hanrriet Tubman

Eu havia fundamentado, em minha mente, que eu tinha direito a uma das duas coisas: a liberdade ou a morte. Se eu não pudesse ter uma, gostaria de ter a outra". É assim que ela definia sua própria história. Entre batalhas pela abolição da escravatura, desde a fuga de escravizados a espionagem, durante a Guerra de Secessão, Harriet Tubman jamais abandonou as lutas pelos direitos do povo negro nos EUA.

Ela própria fugitiva do cativeiro, integrou a vasta rede denominada Underground Railroad (em livre tradução, "ferrovia subtrerrânea") que ajudava escravizados, principalmente dos estados do Sul, a fugirem para o Norte e para o Canadá. Em dez anos, Harriet, cujo nome de solteira era Araminta Ross, participou da libertação de cerca de 300 escravizados, em 19 ações, contando vários estados norte-americanos conforme documentação apurada por pesquisadores.
Harriet contava que começou a trabalhar aos seis anos, sendo emprestada, espancada, apanhou sarampo e chegou aos 11 anos, quando já estava em condições de trabalhar na lavoura de algodão. Aos 25 anos, ainda escravizada, casou-se com John Tubman, um africano livre. Sonhava em viver no Norte, pois em Dorchester, a qualquer momento poderia ser vendida e teria de separar-se dele. John, porém, estava bem, ali, e se negou a mudar-se, disse inclusive que, se ela fugisse, ele a denunciaria. Por isso, Harriet o abandonou e fugiu para a Filadélfia, em 1849. Com a fuga, se deu seu primeiro contato com a Underground Railroad.
Foto: Commons.wikimedia.org
Harriet Tubman com a família e outros escravos resgatados
Harriet conduziu vários grupos de "passageiros", como eram chamados os fugitivos, para o Canadá. Por questão de segurança, viajavam à noite, em condições bastante advérsas.
Por conta da lei anti-fuga de escravos, sua fotografia foi colocada em cartazes em que fazendeiro ofereciam 40 mil dólares por sua captura e o próprio estado de Maryland, mas 12 mil. Entre os escravizados libertos levados, em 1857, para o Canadá estavam os pais de Harriet que, mesmo tendo a cabeça a prêmio, fez questão de ir resgatá-los em sua cidade natal. Em 1860, encerrou-se essa etapa de sua vida.
Durante a Guerra civil, que se iniciou em 1861, Tubman se alistou como enfermeira e foi designada para o hospital da Carolina do Sul. Paralelamente montou uma rede de espiões para o coronel James Montgomery e arregimentou cerca de 500 ex-cativos para formar batalhões que combatiam a favor do Norte. Com o fim da guerra, casou-se com Nelson Davis, união que durou 19 anos, até a morte dele. Integrou a luta feminista e a do direito ao voto tanto das mulheres quanto dos afro-americanos. Nem a morte, em 10 de março de 1913, aos 93 anos, pôs fim à sua jornada de contribuições à humanidade, pois sua casa, hoje um memorial, foi transformada num abrigo para idosos, conforme seu desejo em testamento.
"AOS 25 ANOS, AINDA ESCRAVIZADA, CASOU-SE COM JOHN TUBMAN, UM AFRICANO LIVRE. SONHAVA EM VIVER NO NORTE , POIS EM DORCHESTER , A QUALQUER MOMENTO PODERIA SER VENDIDA E TERIA DE SEPARAR -SE DELE. JOHN, PORÉM, ESTAVA BEM, ALI, E SE NEGOU A MUDAR-SE, DISSE INCLUSIVE QUE, SE ELA FUGISSE, ELE A DENUNCIARIA

Revista Raça Brasil

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